CAMPANHA SALARIAL - É HORA DE VIRAR O JOGO!
Estamos iniciando mais uma Campanha Salarial. É um momento
fundamental para nossas vidas, porque durante o ano inteiro trabalhamos arduamente
para os recordes de lucros dos bancos, mas as direções de bancos e os banqueiros
não se importam com nossas vidas, saúde, segurança, condições de trabalho e
salários dignos.
Somos uma categoria de trabalhadores
adoecidos, assediados moralmente, altamente estressados e vítimas da
insegurança bancária. Infelizmente
bancário é uma profissão de risco e nem a segurança pública e nem as direções
de Bancos e banqueiros estão preocupados em defender nossas vidas, ao
contrário, o que vemos são cortes brutais em investimentos nas áreas de
segurança e saúde dos Bancos.
Nos últimos vinte anos temos perdido
salário e poder de compra. Para manter o mínimo padrão qualitativo nas vidas de
nossas famílias, estamos cada vez mais nos endividando e comprometendo nosso
futuro. Após a aposentadoria, o que nos espera é um cenário desolador, onde, em
muitos casos, sequer temos condições de pagar os remédios e planos de saúde, já
que não podemos contar, efetivamente, com a saúde pública.
NO BANPARÁ – ARBITRARIEDADES E BURLA
DE DIREITOS TRABALHISTAS
No Banpará o quadro é de recrudescimento da pressão sobre
os bancários. A atual direção tenta impor o medo com os injustos
descomissionamentos e as demissões sumárias e arbitrárias. Está se
intensificando a implantação das metas e o nível de sobrecarga, o estresse e os
adoecimentos aumentam a cada dia. As horas extras não estão sendo devidamente
pagas. Ao contrário, a direção do Banco está pagando mais uma consultoria para
ensiná-la a cortar verbas, não nas diárias e salários dos diretores, e sim nas
condições de trabalho, alimentação, segurança, saúde e direitos dos
trabalhadores. Na última campanha salarial, a diretoria do Banpará não incluiu,
no Acordo Coletivo de Trabalho, três pontos negociados em mesa e aprovados em
assembléia que tirou a categoria de uam grande greve: reajuste imediato dos
tesoureiros, reajuste de todas as comissões até novembro de 2011, melhor
reajuste salarial (no caso, o da Fenaban, de 12%, que no Banpará teria que ser
em todos os cargos e níveis por conta da tabela do PCS).
NA AMAZÔNIA, QUEREMOS INVESTIMENTOS
QUE ELEVEM A CONDIÇÃO DE VIDA!
Nós, bancários da região amazônica, assistimos aos
investimentos do setor financeiro, público e privado, em projetos que usurpam
as riquezas naturais da Amazônia, destruindo a floresta e seus povos, matando a
vida. Assim tem sido desde sempre e assim é, hoje, com a construção das usinas
hidrelétricas de Belo Monte, Santo Antônio, Jirau e a futura hidrelétrica do
Tapajós, obras do governo federal sendo financiadas com recursos do BNDES, que
paga por um tipo de desenvolvimento criminoso contra a nossa terra, contra a
nossa gente. Somos bancários e bancárias da Amazônia e queremos que nossos
Bancos públicos financiem projetos que elevem a qualidade de vida da nossa
população mais carente. Queremos que nossos governos determinem que os Bancos
privados invistam para incluir e não excluir, construir e não destruir,
melhorar e não piorar.
UNIDADE PARA MUDAR!
Não há saída isolada. A única possibilidade de superação
dessa realidade desumana e desumanizante está na capacidade das classes
trabalhadoras unificarem suas lutas e clamarem, conjuntamente, por um outro
mundo onde não o lucro, não o capital, mas a vida seja mais importante! Em
países da Europa, nos Estados Unidos e no Oriente Médio a reação das classes
trabalhadoras à receita dos organismos financeiros internacionais para a crise
tem sido de rebeldia. Os bancários e todas as categorias de trabalhadores estão
ocupando espaços de poder, praças, ruas, bolsas de valores, para dizer em alto
e bom som: “não vamos continuar pagando
o preço de uma crise criada pelos banqueiros e empresários! Eles, que criaram a
crise é quem têm que pagar por ela!”
Os trabalhadores brasileiros também estão dando respostas.
No serviço público federal há um crescente movimento grevista. Recentemente, a
presidenta Dilma privatizou a previdência dos servidores públicos federais,
além de importantes aeroportos brasileiros. A receita das privatizações e do
corte de investimentos vem sendo mantida pelo governo federal, que diminuiu em R$
55 bilhões, o orçamento de 2012, especialmente nas áreas sociais, em saúde e
educação.
Clamamos para que, enquanto trabalhadores e trabalhadoras
do ramo financeiro, saibamos responder à altura dos desafios postos e da
responsabilidade que a realidade nos coloca, porque somos nós que estamos movemos
a roda da história neste momento. Precisamos mudar, mudar para melhor, abalar o
poder constituído, especialmente no nosso setor, o setor financeiro, o que mais
lucra, o que nunca perde. Nosso papel, diante do clamor social por um outro
mundo, é decisivo. Esse deve ser o espírito da Campanha Salarial 2012/2013.
ALGUMAS PROPOSTAS PARA SOMAR
1) Formação de movimentos específicos de diálogo e pressão
junto ao governo federal, deputados federais e senadores, no sentido de APROVAREM A CONVENÇÃO 158 DA OIT;
2) Construção de MESAS
DE NEGOCIAÇÃO UNIFICADAS das Centrais Sindicais, Sindicatos e Associações
com direções de Bancos e governos estaduais e federal, nesta Campanha Salarial;
3) PISO, segundo o salário mínimo do Diesse,
de R$ 2.350,00;
4) Recomposição
das PERDAS SALARIAIS dos últimos
vinte anos;
5) Inclusão das tabelas de PCS, nos Bancos em que há, quando da definição de ÍNDICE DE REAJUSTE;
6) Exclusão do limitador do percentual de PLR adicional;
7) INCORPORAÇÃO DA COMISSÃO ao salário,
em cinco anos de exercício;
8) Construção de
uma linha nacional de ação de DEFESA DOS
BANCOS ESTADUAIS, assim como a recriação dos Bancos estaduais extintos na
era privatista tucana, onde os partidos de esquerda assumiram os governos
estaduais nas eleições 2010.
9) Negociação para que, já a partir deste ano, sejam feitos maiores
e melhores investimentos em SEGURANÇA,
com a garantia do acompanhamento dos trabalhos pelas entidades representativas
dos trabalhadores;
10) Obrigação, em casos de assaltos e tentativas de assaltos a
bancos, ‘sapatinho’ e ‘vapor’, de CUSTEIO
INTEGRAL DOS TRATAMENTOS, enquanto perdurarem, incluindo ajuda de custo,
diárias e deslocamento, a todas as vítimas, bancários e seus familiares;
11) INDENIZAÇÃO
DE TODOS OS BENS MÓVEIS subtraídos
aos bancários vítimas e seus familiares, por ocasião de assaltos a bancos;
12) Obrigação aos bancos, no prazo de 180 dias, de
realizarem estudos sobre quais os motivos das PRINCIPAIS DOENÇAS que acometem os trabalhadores bancários e
implantação de política de prevenção.
7ª
Conferência dos Bancários do Pará. Belém, 2 de junho de 2012.
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