A defesa do Banpará, enquanto banco público e estadual, é uma tarefa de todo cidadão de bem, de todo paraense e de todo brasileiro que honra seu povo, seu território, sua história e tem esperanças no futuro. O patrimônio do povo merece e precisa ser mantido e valorizado. Ali, há investimento do dinheiro do povo e isso não tem preço! É soberania construída ao longo de 50 anos, e não está à venda!
O Banco do Estado do Pará é uma sociedade de economia mista que tem no governo estadual seu maior acionista. Criado pela Lei 1819 de 30 de novembro de 1959, em 1961 teve sua carta-patente aprovada pela então SUMOC – Superintendência da Moeda e Crédito. Em 26 de outubro daquele ano, o BEP iniciou suas atividades possuindo apenas 17 funcionários. Hoje são mais de 1.300 bancários e bancárias distribuídos em 57 municípios, na capital e interior do Estado, onde, em alguns casos, é o único Banco na cidade. Contando com os Postos, são 195 pontos de atendimento e além de sua rede própria, disponibiliza mais de 32 mil pontos espalhados no Brasil em parceria com o Banco24horas e a Rede Compartilhada.
Dentre seus produtos, destaca-se o BANPARÁ COMUNIDADE, um programa de microcrédito, “iniciativa própria de fomento ao pequeno empreendedor formal, informal e de baixa renda, permitindo fácil e rápido acesso ao crédito (...) desde o seu início em 2001 até setembro/2011 já atingiu 105 municípios aplicando R$ 144.439 mil beneficiando 33 mil pessoas físicas, gerando ou mantendo mais de 78 mil postos de trabalho, sendo aplicados até o final do terceiro trimestre de 2011, R$ 144.439 mil.”*
Hoje o Banpará administra e/ou é parceiro em alguns Programas de Fomento do Governo Estadual, que, “até o final do terceiro trimestre de 2011 apresentavam o seguinte quadro, conforme publicado na página do Banco:
BANCO DO PRODUTOR: mantém aplicados R$ 14.179 mil em 13 projetos localizados em 11 municípios paraenses gerando ou mantendo 180 postos de trabalho diretos;
FDE PRIVADO: mantém aplicados R$ 41.564 mil em todo o Estado do Pará, estimulando o desenvolvimento econômico e social;
FDE – INCENTIVOS FINANCEIROS: beneficia 04 empresas que já obtiveram R$ 10.447 mil na forma de financiamento, as quais mantêm mais de 770 empregos diretos;
CREDPARÁ: mantém aplicados R$ 51.623 mil gerando e/ou mantendo mais de 59.477 postos de trabalho em mais de 73 municípios paraenses;
FUNDO DE AVAL: concedeu aval a 1.906 pessoas físicas que participaram do Programa;
BOLSA TRABALHO, aos que optaram por obter crédito através do CREDPARÁ para iniciar um microempreendimento;
PARÁ RURAL: mantém aplicados R$ 7.131 mil em 28 municípios beneficiando 31 Associações e Cooperativas formadas por 2.593 famílias de produtores rurais carentes;
POLÍTICA DE INCENTIVOS: beneficia atualmente 108 empresas que promovem o desenvolvimento econômico e social do Estado gerando mais de 14 mil empregos diretos.*”
O Banpará administra, ainda, dez fundos municipais de desenvolvimento nos municípios de Belém, Ananindeua, Santarém, Moju, Óbidos, Paragominas, Santa Bárbara, Xinguara, Portel e Vigia, cujo valor aplicado até o final do terceiro trimestre de 2011 é R$ 2.077 mil, auxiliando mais de 4.000 pessoas físicas e jurídicas na implantação e manutenção de seus empreendimentos.*
A AFBEPA, fundada em momento de grande luta pela manutenção do Banpará na década de 80, tendo à frente o nosso querido filósofo, teatrólogo, escritor e poeta Nazareno Tourinho e muitos outros lutadores funcionários e, hoje, comandada por Kátia Furtado e Cristina Quadros, linhas de frente na defesa do Banco - postou recentemente em seu blog, matéria remetendo ao site oficial do governo, a Agência Pará de Notícias, onde o presidente do Banpará, Augusto Costa, afirma que “o banco passa pela melhor fase de sua história, com expectativa de apresentar, no balanço de dezembro de 2011, lucro recorde, acima de 120 milhões, quase o dobro do apresentado no exercício anterior. A previsão é pagar dividendos ao governo do Estado também considerados recorde, em torno de R$ 60 milhões. O Banpará está capitalizado e pretende abrir no mínimo mais 28 unidades no interior do Estado. O banco, lembra Augusto Costa, não usa recursos do orçamento fiscal do Estado.”**
O Banpará é um banco que cresce, se moderniza e dá lucro ao Estado, ao povo do Pará, lucro que pode e deve ser revertido em melhorias no atendimento à população, em serviços e obras para os que mais necessitam! A quem interessa, então, vender o Banpará? Ao povo do Pará é que não é. Ao povo que elege governador, deputados, prefeitos e vereadores e que sustenta, com os recursos públicos, toda essa máquina executiva, legislativa e judiciária, a esse povo interessa o fortalecimento do nosso Banco estadual, a valorização do nosso patrimônio e a redefinição de políticas estaduais que coloquem o Banpará e o próprio governo do Estado no caminho da inclusão social, da dignidade e do respeito ao seu povo!
A luta pelo Banpará é histórica. Nosso Banco é um sobrevivente defendido por seus funcionários que, em 1998 chegaram a emprestar 20% de seus salários, por onze meses, para capitalizar o Banco que vinha sofrendo várias intervenções desde a fase final da ditadura militar, na década de 80, penando por desvios de recursos públicos, que tem como principal suspeito exatamente um dos maiores inimigos do Pará, agora reconduzido ao cargo de Senador da República por uma injusta decisão judicial.
Pela nobre luta de seus funcionários que foram às ruas colher assinaturas, o Banpará sobreviveu também à privataria tucana à época do nefasto Relatório Booz-Allen, que serviu de pretexto para a venda de quase todos os bancos estaduais no Brasil, hoje restando apenas cinco.
Desde então, os bancários e o povo do Pará carregam essa bandeira permanente, porque há sempre um governador ou governadora ameaçando privatizar, incorporar ou federalizar o nosso Banco Estadual. A mais recente notinha na imprensa, estabelecendo até os valores da suposta negociata entre o governo do Estado e o Banco do Brasil, dão uma mostra de que essa luta é mais urgente que nunca, e que devemos, novamente, arregaçar as mangas e sair em defesa do Banpará, antes que o governador de plantão o entregue ao capital privado ou mesmo a um Banco federal, o que de todo modo seria um ataque de morte à soberania do Estado do Pará.
O governo do Estado deve investir no Banpará, deve proteger o Banpará, porque o Banpará é patrimônio nosso, do povo. Fosse o governo federal virar as costas para o Banco do Brasil ou para a Caixa Econômica e como ficariam esses bancos? É melhor para o Pará que o nosso Banco continue estadual, crescendo, se fortalecendo e gerando lucro a ser reinvestido na melhoria da qualidade de vida da população, especialmente, a população mais carente.
Conclamo a todos os lutadores desse Estado, a todos os sindicalistas de luta, a todos os funcionários públicos, a todos os parlamentares, ao judiciário, às organizações não governamentais, enfim a todos os brasileiros e brasileiras de bem: nos unamos na defesa da manutenção e fortalecimento do Banpará enquanto Banco público e estadual. Levantemos as bandeiras, vamos às ruas, briguemos incansavelmente para defender o Banpará e todo o patrimônio público. Isso é o melhor para o Pará e para nós, que somos um povo de fé, um povo de luta! Vamos defender para proteger e valorizar o que é nosso!
Marinor Brito é Presidenta Estadual do PSOL/PA e Ex Senadora da República."
Fonte: Blog da Marinor Brito.
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