sexta-feira, 1 de junho de 2012

CONFERÊNCIA DOS BANCÁRIOS DO PARÁ


CAMPANHA SALARIAL - É HORA DE VIRAR O JOGO!

Estamos iniciando mais uma Campanha Salarial. É um momento fundamental para nossas vidas, porque durante o ano inteiro trabalhamos arduamente para os recordes de lucros dos bancos, mas as direções de bancos e os banqueiros não se importam com nossas vidas, saúde, segurança, condições de trabalho e salários dignos.
Somos uma categoria de trabalhadores adoecidos, assediados moralmente, altamente estressados e vítimas da insegurança bancária.  Infelizmente bancário é uma profissão de risco e nem a segurança pública e nem as direções de Bancos e banqueiros estão preocupados em defender nossas vidas, ao contrário, o que vemos são cortes brutais em investimentos nas áreas de segurança e saúde dos Bancos.
Nos últimos vinte anos temos perdido salário e poder de compra. Para manter o mínimo padrão qualitativo nas vidas de nossas famílias, estamos cada vez mais nos endividando e comprometendo nosso futuro. Após a aposentadoria, o que nos espera é um cenário desolador, onde, em muitos casos, sequer temos condições de pagar os remédios e planos de saúde, já que não podemos contar, efetivamente, com a saúde pública.

NO BANPARÁ – ARBITRARIEDADES E BURLA DE DIREITOS TRABALHISTAS

No Banpará o quadro é de recrudescimento da pressão sobre os bancários. A atual direção tenta impor o medo com os injustos descomissionamentos e as demissões sumárias e arbitrárias. Está se intensificando a implantação das metas e o nível de sobrecarga, o estresse e os adoecimentos aumentam a cada dia. As horas extras não estão sendo devidamente pagas. Ao contrário, a direção do Banco está pagando mais uma consultoria para ensiná-la a cortar verbas, não nas diárias e salários dos diretores, e sim nas condições de trabalho, alimentação, segurança, saúde e direitos dos trabalhadores. Na última campanha salarial, a diretoria do Banpará não incluiu, no Acordo Coletivo de Trabalho, três pontos negociados em mesa e aprovados em assembléia que tirou a categoria de uam grande greve: reajuste imediato dos tesoureiros, reajuste de todas as comissões até novembro de 2011, melhor reajuste salarial (no caso, o da Fenaban, de 12%, que no Banpará teria que ser em todos os cargos e níveis por conta da tabela do PCS).


NA AMAZÔNIA, QUEREMOS INVESTIMENTOS QUE ELEVEM A CONDIÇÃO DE VIDA!

Nós, bancários da região amazônica, assistimos aos investimentos do setor financeiro, público e privado, em projetos que usurpam as riquezas naturais da Amazônia, destruindo a floresta e seus povos, matando a vida. Assim tem sido desde sempre e assim é, hoje, com a construção das usinas hidrelétricas de Belo Monte, Santo Antônio, Jirau e a futura hidrelétrica do Tapajós, obras do governo federal sendo financiadas com recursos do BNDES, que paga por um tipo de desenvolvimento criminoso contra a nossa terra, contra a nossa gente. Somos bancários e bancárias da Amazônia e queremos que nossos Bancos públicos financiem projetos que elevem a qualidade de vida da nossa população mais carente. Queremos que nossos governos determinem que os Bancos privados invistam para incluir e não excluir, construir e não destruir, melhorar e não piorar.


UNIDADE PARA MUDAR!
Não há saída isolada. A única possibilidade de superação dessa realidade desumana e desumanizante está na capacidade das classes trabalhadoras unificarem suas lutas e clamarem, conjuntamente, por um outro mundo onde não o lucro, não o capital, mas a vida seja mais importante! Em países da Europa, nos Estados Unidos e no Oriente Médio a reação das classes trabalhadoras à receita dos organismos financeiros internacionais para a crise tem sido de rebeldia. Os bancários e todas as categorias de trabalhadores estão ocupando espaços de poder, praças, ruas, bolsas de valores, para dizer em alto e bom som: “não vamos continuar pagando o preço de uma crise criada pelos banqueiros e empresários! Eles, que criaram a crise é quem têm que pagar por ela!”

Os trabalhadores brasileiros também estão dando respostas. No serviço público federal há um crescente movimento grevista. Recentemente, a presidenta Dilma privatizou a previdência dos servidores públicos federais, além de importantes aeroportos brasileiros. A receita das privatizações e do corte de investimentos vem sendo mantida pelo governo federal, que diminuiu em R$ 55 bilhões, o orçamento de 2012, especialmente nas áreas sociais, em saúde e educação.

Clamamos para que, enquanto trabalhadores e trabalhadoras do ramo financeiro, saibamos responder à altura dos desafios postos e da responsabilidade que a realidade nos coloca, porque somos nós que estamos movemos a roda da história neste momento. Precisamos mudar, mudar para melhor, abalar o poder constituído, especialmente no nosso setor, o setor financeiro, o que mais lucra, o que nunca perde. Nosso papel, diante do clamor social por um outro mundo, é decisivo. Esse deve ser o espírito da Campanha Salarial 2012/2013.


ALGUMAS PROPOSTAS PARA SOMAR

1) Formação de movimentos específicos de diálogo e pressão junto ao governo federal, deputados federais e senadores, no sentido de APROVAREM A CONVENÇÃO 158 DA OIT;

2) Construção de MESAS DE NEGOCIAÇÃO UNIFICADAS das Centrais Sindicais, Sindicatos e Associações com direções de Bancos e governos estaduais e federal, nesta Campanha Salarial;

3) PISO, segundo o salário mínimo do Diesse, de R$ 2.350,00;

4) Recomposição das PERDAS SALARIAIS dos últimos vinte anos;

5) Inclusão das tabelas de PCS, nos Bancos em que há, quando da definição de ÍNDICE DE REAJUSTE;

6) Exclusão do limitador do percentual de PLR adicional;

7) INCORPORAÇÃO DA COMISSÃO ao salário, em cinco anos de exercício;

8) Construção de uma linha nacional de ação de DEFESA DOS BANCOS ESTADUAIS, assim como a recriação dos Bancos estaduais extintos na era privatista tucana, onde os partidos de esquerda assumiram os governos estaduais nas eleições 2010.

9) Negociação para que, já a partir deste ano, sejam feitos maiores e melhores investimentos em SEGURANÇA, com a garantia do acompanhamento dos trabalhos pelas entidades representativas dos trabalhadores;

10) Obrigação, em casos de assaltos e tentativas de assaltos a bancos, ‘sapatinho’ e ‘vapor’, de CUSTEIO INTEGRAL DOS TRATAMENTOS, enquanto perdurarem, incluindo ajuda de custo, diárias e deslocamento, a todas as vítimas, bancários e seus familiares;

11) INDENIZAÇÃO DE TODOS OS BENS MÓVEIS subtraídos aos bancários vítimas e seus familiares, por ocasião de assaltos a bancos;

12) Obrigação aos bancos, no prazo de 180 dias, de realizarem estudos sobre quais os motivos das PRINCIPAIS DOENÇAS que acometem os trabalhadores bancários e implantação de política de prevenção. 


7ª Conferência dos Bancários do Pará. Belém, 2 de junho de 2012. 





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