Quando realizamos as horas extras, o sobreaviso, quando suportamos a sobrecarga e os desvios de função, sem denunciar, sem procurar resguardar nossa saúde, nosso tempo livre, nossa convivência familiar, nossas vidas, estamos adoecendo, às vezes, sem nem percebermos. E como se não bastasse o mal em si, O Banco sequer tem pago a devida remuneração, por esse trabalho além.
Na campanha salarial 2013, precisamos tratar das contratações, no volume necessário, além da questão da saúde, com medidas eficazes e não com paliativos. Nosso colegas estão adoecendo e morrendo por problemas derivados do estresse. Abaixo, leia um trecho do texto e confira na íntegra clicando aqui.
"Entre os bancários, o estresse e a tensão já se tornaram elementos do cotidiano do trabalho. No entanto, é importante entender que esses quadros de estresse e tensão podem evoluir e até trazer perda ou redução da capacidade para o trabalho. Entre os principais indicadores de desgaste à saúde mental temos: nervosismo, estresse, desgaste mental, ansiedade, tensão, fadiga, cansaço, desestímulo, desespero e depressão. Por vezes, temos também perda de apetite, distúrbios de sono, além da contaminação involuntária do tempo de lazer, ou seja, os trabalhadores que não conseguem "desligar-se". Mantenha-se alerta em relação a estes desconfortos, sejam eles afetivos, tensionais ou físicos, eles são indicativos de que há algo no seu trabalho e vida que precisa ser modificado.
3. COMO O TRABALHO TRAZ CONSEQÜÊNCIAS PARA A SAÚDE
MENTAL?
A análise das situações de trabalho é o foco das
pesquisas em saúde mental e trabalho. Para tanto, estudiosos têm agrupado
algumas causas que explicam os efeitos à saúde mental dos bancários.
- Organização do trabalho e saúde mental
Organização do trabalho diz respeito ao modo pelo qual o
trabalho é executado: o conteúdo da tarefa, o grau de responsabilidade,
hierarquias, ritmo, pressões, relações interpessoais, etc. Para Leni Sato,
qualquer que seja o modelo de organização do trabalho implantado, o que
interessa à saúde mental é a possibilidade do trabalhador ter controle sobre os
contextos de trabalho no qual realiza as tarefas. Para se ter esse controle é
necessário familiaridade com a atividade, conhecimento sobre o trabalho e
possibilidades de interferir sobre o planejamento do trabalho, de modificar os
contextos, assim como de perceber seus limites e possibilidades. Nesse sentido,
o trabalho pode ser favorável à saúde mental. O que é prejudicial à saúde
mental é a falta de autonomia no trabalho, monotonia, falta de condições de
trabalho, baixa remuneração, falta de respeito ao trabalhador.
Fatores de risco na organização do trabalho bancário:
- Pressão das chefias e clientes.
- Horas extras frequentes.
- Prolongamento da jornada de trabalho de 6 horas
diárias.
- Ausência de pausas de trabalho.
- Tarefas repetitivas.
- Competição entre os colegas.
- Falta de perspectiva de ascensão.
- Falta de reconhecimento no trabalho desenvolvido.
- Número insuficiente de funcionários.
- Medo permanente de demissão.
- Risco de sequestro e assalto à bancos, entre outros.
- Convivência diária com riscos que ameaçam a integridade
física e a vida
Trabalhar em situações de risco implica num sofrimento
relativo à possibilidade de morte e perda da integridade física. No caso dos
bancários, a situação do assalto a banco, precedido ou não do sequestro dos
familiares, é uma situação de grande risco, que implica em vivências de pânico
tanto nas agências e postos de atendimento bancário, quanto em casa, como
reféns de sequestradores. Se não bastasse o medo e pânico vividos nos
sucessivos assaltos e sequestros, muitos bancários sofrem com as sequelas
pós-violência, como perturbações de sono, dificuldade de concentração,
irritabilidade, hipervigilância, resposta exagerada ao susto, entre outros
sintomas que caracterizam a síndrome pós-traumática.
- Repercussões à saúde mental em decorrência de acidentes
e doenças do trabalho
Além das perdas físicas em decorrência de doenças e
acidentes de trabalho, muitos bancários acabam vivendo situações de sofrimento
em decorrência da perda ou redução da capacidade laboral. Um grande exemplo na
categoria bancária são os casos de LER/DORT, nos quais, além da dor contínua,
esses trabalhadores têm que passar por uma verdadeira peregrinação entre médicos
e perícias, na busca pelo reconhecimento da doença e do tratamento adequado.
Outra dificuldade enfrentada diz respeito ao preconceito dos colegas de
trabalho e/ou assédio das chefias. Ao mesmo tempo, a vida fora do trabalho
sofre modificações, como os impedimentos do desenvolvimento de tarefas
cotidianas e/ou de higiene pessoal. Esses agravos trazem repercussões à saúde
mental, como sentimentos de impotência e incapacidade, assim é bastante
freqüente o trabalhador adoecido por LER/DORT apresentar quadros de ansiedade e
depressão.
- Saúde mental e desemprego
O quadro de desemprego estrutural deixa os trabalhadores
apreensivos e, consequentemente, mais submissos nas relações de trabalho.
Assim, para os que estão empregados, a ameaça de demissão é uma constante e
produtora de sofrimento. Para os que foram demitidos, o quadro é ainda mais
grave, visto que a demissão, em geral, representa intensa ruptura nos padrões
de vida e nas relações sociais. Dessa forma, ao mesmo tempo em que a demissão
ameaça a garantia de subsistência, também pode gerar grande insegurança e
sentimentos de desânimo e desespero.
Todos esses fatores, aliados à falta de perspectiva de
ascensão profissional, à impossibilidade de intervir na concepção e no
planejamento de suas atividades, e à defasagem salarial tornam o trabalho
bancário monótono e com pouco ou nenhum significado."
NA LUTA É QUE SE AVANÇA!
UNIDOS SOMOS FORTES!
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