terça-feira, 28 de maio de 2013

A PRESSÃO DO TRABALHO, A DEPRESSÃO, O ESTRESSE E OUTRAS DOENÇAS

Muito revelador o estudo apresentado no site do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo acerca das relações entre transtornos mentais, doenças emocionais e a pressão do trabalho bancário. O estudo confirma o que temos levantado aqui no Blog, e que são denúncias de situações reais, cotidianas, vivenciadas pelos bancários e bancárias do Banpará. 

Quando realizamos as horas extras, o sobreaviso, quando suportamos a sobrecarga e os desvios de função, sem denunciar, sem procurar resguardar nossa saúde, nosso tempo livre, nossa convivência familiar, nossas vidas, estamos adoecendo, às vezes, sem nem percebermos. E como se não bastasse o mal em si, O Banco sequer tem pago a devida remuneração, por esse trabalho além.

Na campanha salarial 2013, precisamos tratar das contratações, no volume necessário, além da questão da saúde, com medidas eficazes e não com paliativos. Nosso colegas estão adoecendo e morrendo por problemas derivados do estresse. Abaixo, leia um trecho do texto e confira na íntegra clicando aqui

"Entre os bancários, o estresse e a tensão já se tornaram elementos do cotidiano do trabalho. No entanto, é importante entender que esses quadros de estresse e tensão podem evoluir e até trazer perda ou redução da capacidade para o trabalho. Entre os principais indicadores de desgaste à saúde mental temos: nervosismo, estresse, desgaste mental, ansiedade, tensão, fadiga, cansaço, desestímulo, desespero e depressão. Por vezes, temos também perda de apetite, distúrbios de sono, além da contaminação involuntária do tempo de lazer, ou seja, os trabalhadores que não conseguem "desligar-se". Mantenha-se alerta em relação a estes desconfortos, sejam eles afetivos, tensionais ou físicos, eles são indicativos de que há algo no seu trabalho e vida que precisa ser modificado.

3. COMO O TRABALHO TRAZ CONSEQÜÊNCIAS PARA A SAÚDE MENTAL?

A análise das situações de trabalho é o foco das pesquisas em saúde mental e trabalho. Para tanto, estudiosos têm agrupado algumas causas que explicam os efeitos à saúde mental dos bancários.

- Organização do trabalho e saúde mental

Organização do trabalho diz respeito ao modo pelo qual o trabalho é executado: o conteúdo da tarefa, o grau de responsabilidade, hierarquias, ritmo, pressões, relações interpessoais, etc. Para Leni Sato, qualquer que seja o modelo de organização do trabalho implantado, o que interessa à saúde mental é a possibilidade do trabalhador ter controle sobre os contextos de trabalho no qual realiza as tarefas. Para se ter esse controle é necessário familiaridade com a atividade, conhecimento sobre o trabalho e possibilidades de interferir sobre o planejamento do trabalho, de modificar os contextos, assim como de perceber seus limites e possibilidades. Nesse sentido, o trabalho pode ser favorável à saúde mental. O que é prejudicial à saúde mental é a falta de autonomia no trabalho, monotonia, falta de condições de trabalho, baixa remuneração, falta de respeito ao trabalhador.

Fatores de risco na organização do trabalho bancário:

- Pressão das chefias e clientes.
- Horas extras frequentes.
- Prolongamento da jornada de trabalho de 6 horas diárias.
- Ausência de pausas de trabalho.
- Tarefas repetitivas.
- Competição entre os colegas.
- Falta de perspectiva de ascensão.
- Falta de reconhecimento no trabalho desenvolvido.
- Número insuficiente de funcionários.
- Medo permanente de demissão.
- Risco de sequestro e assalto à bancos, entre outros.
- Convivência diária com riscos que ameaçam a integridade física e a vida

Trabalhar em situações de risco implica num sofrimento relativo à possibilidade de morte e perda da integridade física. No caso dos bancários, a situação do assalto a banco, precedido ou não do sequestro dos familiares, é uma situação de grande risco, que implica em vivências de pânico tanto nas agências e postos de atendimento bancário, quanto em casa, como reféns de sequestradores. Se não bastasse o medo e pânico vividos nos sucessivos assaltos e sequestros, muitos bancários sofrem com as sequelas pós-violência, como perturbações de sono, dificuldade de concentração, irritabilidade, hipervigilância, resposta exagerada ao susto, entre outros sintomas que caracterizam a síndrome pós-traumática.

- Repercussões à saúde mental em decorrência de acidentes e doenças do trabalho
Além das perdas físicas em decorrência de doenças e acidentes de trabalho, muitos bancários acabam vivendo situações de sofrimento em decorrência da perda ou redução da capacidade laboral. Um grande exemplo na categoria bancária são os casos de LER/DORT, nos quais, além da dor contínua, esses trabalhadores têm que passar por uma verdadeira peregrinação entre médicos e perícias, na busca pelo reconhecimento da doença e do tratamento adequado. Outra dificuldade enfrentada diz respeito ao preconceito dos colegas de trabalho e/ou assédio das chefias. Ao mesmo tempo, a vida fora do trabalho sofre modificações, como os impedimentos do desenvolvimento de tarefas cotidianas e/ou de higiene pessoal. Esses agravos trazem repercussões à saúde mental, como sentimentos de impotência e incapacidade, assim é bastante freqüente o trabalhador adoecido por LER/DORT apresentar quadros de ansiedade e depressão.

- Saúde mental e desemprego
O quadro de desemprego estrutural deixa os trabalhadores apreensivos e, consequentemente, mais submissos nas relações de trabalho. Assim, para os que estão empregados, a ameaça de demissão é uma constante e produtora de sofrimento. Para os que foram demitidos, o quadro é ainda mais grave, visto que a demissão, em geral, representa intensa ruptura nos padrões de vida e nas relações sociais. Dessa forma, ao mesmo tempo em que a demissão ameaça a garantia de subsistência, também pode gerar grande insegurança e sentimentos de desânimo e desespero.


Todos esses fatores, aliados à falta de perspectiva de ascensão profissional, à impossibilidade de intervir na concepção e no planejamento de suas atividades, e à defasagem salarial tornam o trabalho bancário monótono e com pouco ou nenhum significado."



NA LUTA É QUE SE AVANÇA!

UNIDOS SOMOS FORTES!





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