Muito produtivo o Seminário em
Defesa do Fortalecimento do Banpará ocorrido sábado passado, 19, no auditório
do TRT, na Praça Brasil, promovido conjuntamente pela AFBEPA, CONTRAF,
Sindicato e FETEC/CN. Cerca de 50 bancários marcaram presença, participando intensamente
dos debates. O momento foi de crescimento para todos.
Kátia Furtado, Presidenta da AFBEPA, fez a firme fala em acordo com a missão estatutária da Associação: defender o Banpará, enquanto Banco Público Estadual e defender o maior patrimônio do Banco: os funcionários e funcionárias. Kátia relembrou que a fundação da AFBEPA se deu exatamente quando o Banco sofreu um dos fortes ataques e havia uma decisão, às escuras, de extinguir o Banpará, em um cenário de completa usurpação do dinheiro público por parte de quem governava o Estado, à época, conforme as denúncias. Por conta disso, o Banpará quase foi arruinado e foi preciso que nós, funcionários, em 1998, emprestássemos 20% de nossos salários, por onze meses, para capitalizar o Banpará. Empréstimo esse nunca pago pelo Banco.
Kátia ressaltou que essa luta, sendo de toda a sociedade, porque se trata da defesa da soberania do povo paraense, sempre começa e está nas mãos dos bancários e bancárias e agradeceu a todos e todas que se esforçaram para participar do Seminário.
"Jamais permitiremos que o Banpará seja negociado, porque ninguém, mesmo eleito pela sociedade, tem carta branca, tem legitimidade para negociar o patrimônio público. Vamos lutar sempre, incansavelmente, em defesa do fortalecimento do nosso Banpará!" Afirmou Kátia Furtado.
O primeiro a se manifestar em defesa do fortalecimento do Banpará foi o deputado estadual Edmilson Rodrigues - PSOL, que solicitou e realizou, em passado recente, uma Sessão Especial em defesa do Banpará na ALEPA. No Seminário, o dep. Edmilson Rodrigues ressaltou a importância do Banpará enquanto patrimônio do povo paraense e confirmou seu compromisso na luta em defesa desse patrimônio.
O deputado aproveitou para lembrar que quando prefeito de Belém, por várias vezes tentou, junto ao Banpará, que projetos da Prefeitura como Bolsa Escola, Sementes do Amanhã e o próprio Banco do Povo passassem pelo Banco, no entanto, naquele momento, sob o governo Almir Gabriel, os pedidos da prefeitura não eram atendidos. Havia uma forte disputa por parte do então governador. A vice-prefeita, naquela época, foi decisiva para levar a folha de pagamento para o Banco do Brasil. Apenas no governo Duciomar a folha da PMB foi para o Itaú.
Edmilson afirmou que hoje o cenário é outro. O Banpará atua com menos pressão política partidária e, certamente, a Prefeitura de Belém, independente de qual partido esteja à frente da gestão, pode e deve voltar a trabalhar com o Banpará, não só em termos da folha de pagamento, mas de todos os projetos de inclusão social. A defesa e o fortalecimento do Banpará estão na ordem do dia. Afirmou ainda, o deputado, estranhar que o atual governo, dizendo que quer fortalecer o Banco, o descapitalize, levando 66 milhões de seus cofres, sem que a sociedade saiba em quê estas verbas estão sendo aplicadas.
O Presidente do Sindicato dos Urbanitários, Ronaldo Romeiro, também
trouxe o forte apoio da categoria dos urbanitários que enfrenta diversos
problemas, assim como toda a sociedade paraense, após a privatização da Celpa.
O Sindicato dos Urbanitários está também na luta contra o Projeto de Lei das
parcerias público-privadas e se posiciona, claramente, em defesa do patrimônio
público paraense, como Banpará e a Cosanpa.
Carlos de Souza, vice-presidente da CONTRAF/CUT, Kátia Furtado,
presidenta da AFBEPA e Vera Paoloni, representante da FETEC/CN.
O diretor do Banpará, Jorge Antunes, afirmou
o crescimento do Banco, prevendo a manutenção da performance em termos de lucro
para este ano, e a inauguração de mais unidades do Banpará, prioritariamente
em municípios onde não há outros Bancos atuando, o que vem ao encontro da
missão social do Banco.
O vice-Presidente da Contraf, Carlos de Souza,
confirmou a parceria da entidade nessa luta e mais: ressaltou que é uma luta
nacional, que a defesa de qualquer Banco estadual, como o Banpará, é uma defesa
da sociedade brasileira. Carlos de Souza se comprometeu a articular o apoio de
várias outras entidades na luta pelo fortalecimento do Banpará. O
vice-presidente da Contraf, que é bancário do Banco do Brasil, também reiterou
as várias denúncias feitas sobre a exploração que sofrem os bancários naquele
Banco, onde os índices de adoecimentos e transtornos mentais, como a depressão
são elevadíssimos. Até os casos de suicídio de bancários no Banco do Brasil
preocupam porque as entidades os vêem associado às pressões por metas abusivas.
Parte da plenária. Cerca de 60 funcionários compareceram em pleno sábado
pela manhã para somar na luta em defesa do fortalecimento do Banpará.
Marcos Soares, da INTERSINDICAL: "estamos unidos e fortes
nesta luta em defesa do Banpará!"
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública,
SINTEPP, Mateus Costa trouxe a palavra de luta dos principais clientes do Banpará, os
professores da rede estadual de ensino. Mateus Costa confirmou a presença do
SINTEPP na defesa do fortalecimento do Banpará enquanto banco público estadual
e pediu, em nome da categoria dos trabalhadores em educação, mais investimentos
em tecnologia e, no atendimento, mais contratações de bancários, via concursos
públicos.
Marlon George, AEBA: "os bancários do Banco da Amazônia
também defendem o Banpará enquanto Banco público estadual!"
João Carlos, CUT: "independente dos telhados de vidro, a defesa do Banpará é fundamental!"
Irinaldo Venâncio de Barros, diretor do Sindicato dos Bancários de
São Paulo e funcionário da Nossa Caixa Nosso Banco, incorporado pelo Banco
do Brasil, fez uma das mais impactantes falas do Seminário, relatando o caos
vivenciado pelos funcionários da Nossa Caixa que, até hoje, são considerados
empregados de terceira linha pelo Banco do Brasil. Sofrem enorme preconceito e são
excluídos de vários direitos como a Cassi, o plano de saúde e a Previ, a caixa
de previdência. Irinaldo reafirmou a parceria do Sindicato dos Bancários de São
Paulo nessa luta em defesa do Banpará e trouxe um vídeo da Secretária Geral
Raquel Kacelnikas, que não pôde estar presente, por conta de agendas de última
hora do Sindicato de SP.
Duas colegas de agências do Sul do Pará, que enfrentaram
12 horas de ônibus para comparecerem ao Seminário.
Parabéns pela disposição de luta! A defesa do Banpará precisa de gente assim!
André Nepomuceno, Secretário Geral do Sindicato de Brasília e
funcionário do BRB trouxe importante contribuição relatando as formas de lutas
em defesa daquele Banco regional que, assim como o Banpará, também esteve
ameaçado de venda ou incorporação. André manifestou a total solidariedade do
Sindicato de Brasília e se colocou à disposição para ajudar na luta em defesa
do Banpará.
Deputado Estadual Alfredo Costa - PT: "estamos firmes na luta em defesa do Banpará!"
Deputado Estadual Edilson Moura - PT: "na defesa do Banpará não
cabem as irregularidades que ocorreram no repasse dos 66 milhões ao governo do estado!"
Na mesa final dos trabalhos: Carlos de Souza, CONTRAF; Cristina Quadros, AFBEPA,
Heidiany Katrinne, FETEC/CN e André Nepomuceno, SEEB Brasília.
Também se manifestaram no
Seminário o representante das Centrais Sindicais INTERSINDICAL, Marcos Soares; e CUT, João Carlos, o diretor
da AEBA, Marlon George, os representantes dos mandatos do deputado federal Cláudio Puty e da vereadora Milene Lauande, ambos do PT, e
estiveram presencialmente reafirmando a disposição de luta e compromisso os
deputados Edilson Moura e Alfredo Costa –
PT.
Consideramos de extrema importância a realização do Seminário que demarcou uma retomada desta etapa da luta histórica e permanente em defesa da manutenção e fortalecimento do Banpará enquanto Banco público e estadual.Todos e todas que estivemos presentes firmamos compromissos de ampliar e crescer essa luta que é pela soberania do povo paraense.
Agenda de lutas, mobilização em torno da elaboração de um Projeto de Lei na ALEPA que inclua um plebiscito como critério para qualquer alteração em relação à composição do Banpará, Carta em Defesa do Banpará e os demais passos seguintes, propostos pela AFBEPA e aceitos por unanimidade no Seminário, serão postados aqui no nosso blog. Agradecemos a todos e todas que participaram, especialmente às colegas que vieram de ônibus do sul do Pará, aos nosso convidados que trouxeram inúmeras contribuições à luta, ao TRT, presidente Alencar e seus funcionários que nos receberam e nos atenderam muito bem, aos funcionários e funcionárias da AFBEPA, Sindicato do Pará e Sindicatos de Brasília e São Paulo, aos blogs e jornais que divulgaram, a todos e todas que contribuíram de alguma forma para o sucesso do nosso Seminário. Agora é seguir adiante e crescer nessa luta para que o Banpará seja, sempre cada vez mais forte, o nosso banco público estadual.
UNIDOS SOMOS FORTES!
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