sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

UM NOVO BANPARÁ, NO BLOG ESPAÇO ABERTO


Um novo Banpará deveria promover grandes investimentos

De Leopoldo Vieira, editor do Juventude em Pauta, sobre a postagem Pará: Estado pobre e banqueiro:

O que um pobre faria se, de repente, tivesse um banco?
Potencial para mudar de vida, 100%, mas tudo dependeria mais de quem escolhesse para geri-lo.
Todo debate tem política e ideologia, nenhuma técnica é neutra. Está ou é posta sempre a serviço de uma primeira e sempre expressa uma visão de mundo, no caso, a segunda.
Como não sou chegado ao academicismo, me sinto à vontade para dialogar com Leal e com Cidade.
Vamos aos argumentos chaves:
"O povo mesmo não é beneficiado pela existência desta instituição. Vários estados brasileiros, inclusive o mais rico deles, São Paulo, desfizeram de seus bancos públicos e usaram os recursos para investimentos significativos, em áreas prioritárias".
A Caixa Econômica contratou 660 mil casas populares no programa Minha Casa, Minha Vida em 2010, 450 mil em 2011 e este ano projeta 600 mil. Ela aumentou em 20% a oferta de crédito, triplicando o disponibilizado nesta área ano passado.
O que isso gera?
Além de moradia, emprego para quem as constrói, mais investimentos das empreiteiras contratadas, mais consumo, logo, mais produção, tudo em diversas áreas desde a FBCF até sapatos.
Isso fomentou o mercado de massas do Brasil, o que nos livrou da crise de 2008, porque produzimos e consumimos aqui o grosso do PIB. Isso nos permitirá ficar menos vulnerável à recessão européia (-0,5% by FMI), o pífio crescimento americano (1,8% by FMI) e a redução da China para 6%.
Para isso, essa política da CEF foi fundamental. Hoje, a meta do presidente Jorge Hereda é que o banco público conquiste o 3o lugar em concessão de crédito no país, superando o Bradesco. Afora as consequências que isso pode ter no quesito assédio moral dos empregados ou se isso seria desejável a um banco público, a Caixa hoje está em condições de disputar este espaço no mercado, para "puxar a economia". E porque está assim hoje quando no governo FHC foi cogitada sua venda?
Porque, ideologicamente e politicamente, o novo governo decidiu que este seria o novo papel do banco e o capitalizou. Um esforço orçamentário e fiscal no início, sim. Porém, com resultados extremamente compensatórios.
O que a venda da Caixa arrecadaria, considerando-se que a ética pública reinaria nesse trajeto, nem de longe cobriria o benefício que ela enquanto banco público traz hoje ao país. Ou alguém tem dúvida disso? Se tem, vamos ao debate com mais números mais à frente. Para começar basta projetar a Petrobrás, que tinha valor de mercado a oito anos atrás na faixa dos 8, 10 bilhões e hoje passa os 160. O que foi isso? pré-sal, possibilidade de colocar o Brasil na 5a posição de produção de petróleo? Sim, mas antes disso, decisão política e ideológica de capitalizar a empresa para investir.
Logo, se "O Banpará também não possui nenhuma influência significativa no fomento ao desenvolvimento do Estado", é porque a opção deste governo e dos seus pares de 1994 a 2006 foi outra.Mas, nunca é tarde para mudar o futuro.
Acredito portanto que, em vez de vender o Banpará, um novo Banpará deveria promover grandes investimentos "especialmente nas regiões que reivindicam o desmembramento territorial e político, para começar a corrigir distorções históricas". Imagine o boom parauara, se proporcionalmente, nosso banco se aproximasse da função que a CEF tem hoje no Brasil?
Isso, mais uma árdua guerra para ibndustrializar nosso minério e não apenas lucrar mais com royalties ou "verticalizar" ferro tornando chapa de aço, seria o verdadeiro "choque de capitalismo" no Pará, daquele "bom", que se estrutura sobre produção e consumo.
Ah, sobre o livro do Amaury, mais útil que discutir sua cientificidade ou se é um panfleto, seria abrir uma CPI no Congresso sobre ele, para a população, o MP e os parlamentares julgarem a relevância das provas catalogadas, não acham?



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