segunda-feira, 28 de março de 2011

BANCOS CONTRATAM MAIS E PAGAM MENOS

Repercutiu a pesquisa da Contraf/Cut e Dieese sobre o aumento do emprego no setor bancário em 2010. Clicando aqui, você lê a pesquisa na íntegra. Abaixo, alguns dados e considerações. Chamam a atenção: no geral, admitidos recebem menos que demitidos; as mulheres, maioria em termos de novas contratações, ainda recebem salários mais baixos que os homens. Veja trechos da pesquisa.

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Emprego bancário em 2010 - Brasil
Contraf/Cut - Dieese


De janeiro a dezembro de 2010, 57.450 trabalhadores foram admitidos no setor bancário no Brasil, enquanto 33.418 foram desligados. Dessa forma, o saldo do emprego foi positivo em 24.032 vínculos empregatícios. A remuneração média dos admitidos foi de R$ 2.188,43, diante de R$ 3.506,88 dos desligados, o que representa diferença de -37,60%.

O saldo positivo de emprego em 2010 significou a expansão de 5,19% do estoque de empregos na categoria. Na última divulgação da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), referente a 2009, eram 462.164 mil bancários.

Desempenho por região geográfica
Em termos absolutos, a região Norte registrou o menor saldo no emprego, com a criação de 981 postos de trabalho em 2010. No extremo oposto aparece o Sudeste, com a geração de 16.065 vagas.
No entanto, em termos comparativos, o Norte apresentou maior expansão das vagas de emprego (6,33%). Essa região e a Sudeste, aliás, foram as únicas com crescimento superior à média calculada para o território nacional (5,20%). No Nordeste foi registrado o pior desempenho: expansão de apenas 3,22% no número de postos de trabalho em 2010.

Admissões e desligamentos de homens e mulheres
As mulheres ocupam 53% do total de vagas criadas em 2010 no setor bancário, totalizando 12.735 novos postos de trabalho, enquanto 11.297 ou 47% são ocupados por homens.
O número de admissões aponta que, em 2010, foram contratados mais homens (29.047) do que mulheres (28.403). No entanto, o saldo é maior entre as mulheres porque houve mais desligamentos entre os homens (17.750).

A análise da remuneração média revela que os valores pagos tanto para as trabalhadoras admitidas quanto para as desligadas é inferior aos dos homens.
As
trabalhadoras desligadas saíram do banco com rendimento médio de R$ 2.887,21, valor 28,71% inferior àquele auferido pelos homens (R$ 4.049,92). Já a mão de obra feminina admitida entra no banco com remuneração média de R$ 1.833,35, enquanto os admitidos do sexo masculino recebem o equivalente a R$ 2.534,52, diferença de 27,66%.

De acordo com os dados da RAIS, a diferença salarial média entre homens e mulheres em dezembro de 2009 era de 23,88%. Os postos gerados em 2010, portanto, aprofundam a diferença salarial entre os gêneros, pois apresentam diferença salarial superior (27,66%) àquela já existente na categoria.

Faixa etária
A análise revela que o saldo de empregos estabelece relação inversa com a idade dos contratados, ou seja, foi criado maior número de vagas entre os mais jovens: 20.346 postos nas faixas até 24 anos; 9.945 entre 25 e 39 anos. A partir dos 40 anos, foi registrado saldo negativo, com o fechamento de 6.259 postos.

O maior saldo de empregos é para a ocupação de Escriturário, ocupação de início de carreira dos bancários, com 34.454 admissões e 11.432 desligamentos em 2010. O saldo para esta ocupação é de 23.022 postos. Além dessa ocupação, apresentam saldo positivo: agentes, assistentes e auxiliares administrativos e operadores de telemarketing. A similaridade entre as três ocupações é que a remuneração média dos admitidos é inferior a R$ 1.500.

Já nas ocupações de maior remuneração, o saldo de empregos é negativo: para os cargos de diretoria, cujo salário médio dos desligados é de R$ 18.107,34, o saldo é de - 45; para os de gerência, o salário médio de desligamento é de R$ 5.668,77 e o saldo é negativo em 1.277 postos; para supervisores e profissionais de comercialização e 11 consultoria de serviços bancários, o salário médio é superior a R$ 3 mil e o saldo é negativo em 1.034 e 1.153, respectivamente.

Um comentário:

Anônimo disse...

Precisamos rever mesmo essas esdrúxulas situações discriminatórias e inadmissíveis. Por isso que o PCS precisa voltar às pautas urgentemente.