AFBEPA – Kátia: defesa irredutível da categoria
“O voto no Carlos Antônio, politicamente, combinou uma manifestação de apoio à AFBEPA e, ao mesmo tempo, um protesto contra o sindicato.” Assim Kátia Furtado (foto), 42 anos, presidente da AFBEPA, a Associação dos Funcionários do Banco do Estado do Pará, resume o cenário sob o qual se deu a disputa entre Carlos Antônio Nunes da Silva e Érica Fabíola Henriques, na eleição para representante da categoria no Conselho de Administração do Banpará. A eleição foi anulada, a pretexto do suposto vazamento de uma parcial, uma versão que soa a álibi para o golpismo do qual é acusada a atual diretoria do Sindicato dos Bancários.
Determinada e corajosamente, Kátia Furtado enfrenta uma implacável hostilidade da atual diretoria do Sindicato dos Bancários, suspeita de estar atrelada ao governo Ana Júlia Carepa, o que justificaria sua postura dúbia diante da mobilização em defesa do Plano de Cargos e Salários reivindicado pelos servidores do Banpará. Essa coragem e determinação Kária Furtado exprimiu, com vigor e sem peias, em um breve pingue-pongue com o Blog do Barata. “A democracia, para nós é um valor fundamental e deve ser um marco das intenções e das ações de qualquer entidade representativa de trabalhadores e de qualquer grupo que se pretenda representar a luta dos trabalhadores”, assinalou, com ênfase, na entrevista concedida, criticando enfaticamente a partidarização das entidades de classe.
Qual a sua leitura sobre as eventuais razões do imbróglio no qual desembocou a eleição para representante do Conselho de Administração?
As atuais direções do sindicato e do Banpará vêem na AFBEPA uma ameaça permanente diante dos projetos obscuros que têm para o banco e que, fatalmente, significarão prejuízos aos bancários e bancárias. Exemplo: o PCS, o Plano de Cargos e Salários. Não fosse a AFBEPA, não haveria PCS. E eles sabem que o PCS protegerá os bancários em uma eventual incorporação. Dessa forma, não querem partilhar espaços de poder dentro do banco com aliados da AFBEPA. Não querem ter o Carlos Antônio lá como os ouvidos, os olhos e a voz do funcionalismo no Conselho de Administração, porque neste conselho passarão debates importantes sobre a incorporação ou não, os caminhos diante da portabilidade e toda a política de pessoal do banco. Em meio a isso, há a questão ideológica. Se movem como um exército e vêem na AFBEPA uma inimiga, por divergirmos dos princípios, dos métodos e dos objetivos deles.
Como havia apenas duas candidaturas ao cargo de representante dos funcionários no Conselho de Administração e como um dos candidatos, a Érica Fabíola, é da DS (Democracia Socialista, a tendência do PT da qual faz parte a governadora Ana Júlia Carepa) e é diretora do sindicato, sempre rezando na cartilha dura deles, ele identificaram no Carlos Antônio, e o funcionalismo também, o candidato da AFBEPA.
De fato, apoiamos e apoiaremos o Carlos Antônio em todos os momentos. O voto no Carlos Antônio, politicamente, combinou uma manifestação de apoio à AFBEPA e ao mesmo tempo um protesto contra o sindicato, especialmente porque o Carlos Antônio realmente reúne qualidades fundamentais para ocupar o cargo: tem experiência, conhece o banco, é tecnicamente competente e está comprometido com a luta dos funcionários.
Esse imbróglio remete, fatalmente, à inocultável hostilidade da atual diretoria do Sindicato dos Bancários em relação a AFBEPA. A que a senhora atribui essa hostilidade, sobretudo considerando que a atual diretoria da AFBEPA foi eleita com o aval de lideranças históricas do sindicato, como é o caso de Vera Paoloni?
Bem, já colocamos a questão ideológica. Divergimos de princípios, objetivos e métodos. Para nós, a entidade sindical e a associação são instrumentos de defesa dos trabalhadores, dos bancários e bancárias, e não correia de transmissão de decisões tomadas no governo, no partido ou na direção do banco. O sindicato e a associação, a nosso ver, devem ter autonomia e independência, e se movimentar de acordo com sua missão estatutária, classista. A democracia, para nós é um valor fundamental e deve ser um marco das intenções e das ações de qualquer entidade representativa de trabalhadores e de qualquer grupo que se pretenda representar a luta dos trabalhadores. Golpes, tapetões e toda essa sujeira que esse grupo político ideológico traz de volta à prática sindical nos mantêm em planos opostos a eles. Estamos distante disso e vamos combater sem trégua essas práticas superadas. Também não aceitamos a utilização do sindicato para fazer campanhas eleitorais partidárias.
Nossa avaliação sobre a Vera Paoloni é que ela pertence a um grupo político do PT e do movimento sindical, a Artban, que decidiu se unificar à DS. Acreditamos que isso se deu porque ambos os grupos avaliam que batendo chapas na eleição para o Sindicato dos Bancários, abrem espaço para uma terceira via. Ambos sabem que estão fragilizados. A DS porque só defende o governo Ana Júlia e esqueceu de fazer movimento sindical e defender os bancários; e a Artban porque seu estilo sempre foi pelo sindicalismo de negociações e resultados, mais afeitos aos acordos de gabinete. Além disso, a Vera Paoloni tem uma amizade especial que lhe protege dentro do Banpará. Em vários momentos, ela precisou e contou com essa proteção especial e não pode abrir mão dela. Então, quando teve que escolher entre ficar do lado da AFBEPA e do funcionalismo, ou ficar do lado da DS e da diretoria do banco, sendo que ela já está bem envolvida com o governo do estado e ouvimos comentários de que ela vai coordenar a campanha do Cláudio Puty, ela não pensou duas vezes. Lamentamos, mais por ela, a perda de sua companhia, mas nossa luta segue adiante e se fortalece.
Procedem, então, as suspeitas de que essa postura hostil dos atuais dirigentes do Sindicato dos Bancários deriva do atrelamento da entidade ao governo Ana Júlia Carepa, claramente incomodado com as cobranças da AFBEPA em defesa dos servidores do Banpará?
Procede totalmente. Na verdade, sentimos que esse é o motivo principal dessa hostilidade que os faz tomarem atitudes irracionais como essa de golpear o funcionalismo do Banpará, anulando o processo eleitoral das eleições para representante dos funcionários no Conselho de Administração do banco. Penso que, além disso, eles identificam nosso grupo como potenciais adversários nas eleições para o próprio Sindicato dos Bancários, porque nossa luta cresce e começa a criar aliados em outros bancos públicos e privados que se solidarizam conosco, ligam, mandam e-mails. Mas apenas aceitamos essa solidariedade e passamos a nos relacionar em torno de um objetivo comum: a defesa dos direitos e a ampliação de conquistas dos bancários e bancárias.
Consumada a anulação da eleição, o que a AFBEPA pretende fazer, em defesa do processo democrático?
Vamos agir tanto na esfera da Justiça do Trabalho quanto na esfera da política sindical, buscando denunciar amplamente e cobrar dos demais atores sociais que se posicionem diante desse golpe. Principalmente esperamos que as centrais sindicais e mais especialmente da CUT e da CTB se manifestem, porque também respondem pela ação de seus dirigentes à frente do Sindicato dos Bancários.
O fato de a comissão eleitoral ter anulado o processo eleitoral é mais grave do que se tivesse anulado as eleições, o que já seria um absurdo, porque não há comprovação, nem denúncia registrada, pelo menos o candidato, em seu pleno direito, sobre nada foi informado. Mas o fato de terem anulado a processo eleitoral significa, em princípio, que tudo recomeçará do zero. Ou seja, acho que eles irão querer abrir novas inscrições e talvez nem inscrevam a Érica Fabíola, que já mostrou ser uma fraca candidata. Talvez eles queiram colocar muitos candidatos para quebrar a polarização sindicato X AFBEPA, na estratégia de dividir a categoria, pulverizar a votação e eleger um candidato mais próximo da direção do banco e menos identificado com o sindicato. Imagino que por esse motivo anularam o processo eleitoral.
Vamos continuar fazendo o que estamos fazendo: pedindo união, consciência dos colegas, força e fé na luta. Creio que o sindicato agora mostrou sua face verdadeira e os bancários e bancárias do Banpará, e também de outros bancos, estão vendo tudo e estão chocados, como todos estamos, pois essas práticas levyanas são um retrocesso inimaginável antes da DS na direção da nossa entidade. É a arrogância do poder, na sua forma mais aviltante e degradante. É lamentável, mas como tudo passa, isso também passará. E afirmamos sempre: o Sindicato dos Bancários é nossa casa. É dos bancários e não de um grupo ideológico do governo do Estado.
Determinada e corajosamente, Kátia Furtado enfrenta uma implacável hostilidade da atual diretoria do Sindicato dos Bancários, suspeita de estar atrelada ao governo Ana Júlia Carepa, o que justificaria sua postura dúbia diante da mobilização em defesa do Plano de Cargos e Salários reivindicado pelos servidores do Banpará. Essa coragem e determinação Kária Furtado exprimiu, com vigor e sem peias, em um breve pingue-pongue com o Blog do Barata. “A democracia, para nós é um valor fundamental e deve ser um marco das intenções e das ações de qualquer entidade representativa de trabalhadores e de qualquer grupo que se pretenda representar a luta dos trabalhadores”, assinalou, com ênfase, na entrevista concedida, criticando enfaticamente a partidarização das entidades de classe.
Qual a sua leitura sobre as eventuais razões do imbróglio no qual desembocou a eleição para representante do Conselho de Administração?
As atuais direções do sindicato e do Banpará vêem na AFBEPA uma ameaça permanente diante dos projetos obscuros que têm para o banco e que, fatalmente, significarão prejuízos aos bancários e bancárias. Exemplo: o PCS, o Plano de Cargos e Salários. Não fosse a AFBEPA, não haveria PCS. E eles sabem que o PCS protegerá os bancários em uma eventual incorporação. Dessa forma, não querem partilhar espaços de poder dentro do banco com aliados da AFBEPA. Não querem ter o Carlos Antônio lá como os ouvidos, os olhos e a voz do funcionalismo no Conselho de Administração, porque neste conselho passarão debates importantes sobre a incorporação ou não, os caminhos diante da portabilidade e toda a política de pessoal do banco. Em meio a isso, há a questão ideológica. Se movem como um exército e vêem na AFBEPA uma inimiga, por divergirmos dos princípios, dos métodos e dos objetivos deles.
Como havia apenas duas candidaturas ao cargo de representante dos funcionários no Conselho de Administração e como um dos candidatos, a Érica Fabíola, é da DS (Democracia Socialista, a tendência do PT da qual faz parte a governadora Ana Júlia Carepa) e é diretora do sindicato, sempre rezando na cartilha dura deles, ele identificaram no Carlos Antônio, e o funcionalismo também, o candidato da AFBEPA.
De fato, apoiamos e apoiaremos o Carlos Antônio em todos os momentos. O voto no Carlos Antônio, politicamente, combinou uma manifestação de apoio à AFBEPA e ao mesmo tempo um protesto contra o sindicato, especialmente porque o Carlos Antônio realmente reúne qualidades fundamentais para ocupar o cargo: tem experiência, conhece o banco, é tecnicamente competente e está comprometido com a luta dos funcionários.
Esse imbróglio remete, fatalmente, à inocultável hostilidade da atual diretoria do Sindicato dos Bancários em relação a AFBEPA. A que a senhora atribui essa hostilidade, sobretudo considerando que a atual diretoria da AFBEPA foi eleita com o aval de lideranças históricas do sindicato, como é o caso de Vera Paoloni?
Bem, já colocamos a questão ideológica. Divergimos de princípios, objetivos e métodos. Para nós, a entidade sindical e a associação são instrumentos de defesa dos trabalhadores, dos bancários e bancárias, e não correia de transmissão de decisões tomadas no governo, no partido ou na direção do banco. O sindicato e a associação, a nosso ver, devem ter autonomia e independência, e se movimentar de acordo com sua missão estatutária, classista. A democracia, para nós é um valor fundamental e deve ser um marco das intenções e das ações de qualquer entidade representativa de trabalhadores e de qualquer grupo que se pretenda representar a luta dos trabalhadores. Golpes, tapetões e toda essa sujeira que esse grupo político ideológico traz de volta à prática sindical nos mantêm em planos opostos a eles. Estamos distante disso e vamos combater sem trégua essas práticas superadas. Também não aceitamos a utilização do sindicato para fazer campanhas eleitorais partidárias.
Nossa avaliação sobre a Vera Paoloni é que ela pertence a um grupo político do PT e do movimento sindical, a Artban, que decidiu se unificar à DS. Acreditamos que isso se deu porque ambos os grupos avaliam que batendo chapas na eleição para o Sindicato dos Bancários, abrem espaço para uma terceira via. Ambos sabem que estão fragilizados. A DS porque só defende o governo Ana Júlia e esqueceu de fazer movimento sindical e defender os bancários; e a Artban porque seu estilo sempre foi pelo sindicalismo de negociações e resultados, mais afeitos aos acordos de gabinete. Além disso, a Vera Paoloni tem uma amizade especial que lhe protege dentro do Banpará. Em vários momentos, ela precisou e contou com essa proteção especial e não pode abrir mão dela. Então, quando teve que escolher entre ficar do lado da AFBEPA e do funcionalismo, ou ficar do lado da DS e da diretoria do banco, sendo que ela já está bem envolvida com o governo do estado e ouvimos comentários de que ela vai coordenar a campanha do Cláudio Puty, ela não pensou duas vezes. Lamentamos, mais por ela, a perda de sua companhia, mas nossa luta segue adiante e se fortalece.
Procedem, então, as suspeitas de que essa postura hostil dos atuais dirigentes do Sindicato dos Bancários deriva do atrelamento da entidade ao governo Ana Júlia Carepa, claramente incomodado com as cobranças da AFBEPA em defesa dos servidores do Banpará?
Procede totalmente. Na verdade, sentimos que esse é o motivo principal dessa hostilidade que os faz tomarem atitudes irracionais como essa de golpear o funcionalismo do Banpará, anulando o processo eleitoral das eleições para representante dos funcionários no Conselho de Administração do banco. Penso que, além disso, eles identificam nosso grupo como potenciais adversários nas eleições para o próprio Sindicato dos Bancários, porque nossa luta cresce e começa a criar aliados em outros bancos públicos e privados que se solidarizam conosco, ligam, mandam e-mails. Mas apenas aceitamos essa solidariedade e passamos a nos relacionar em torno de um objetivo comum: a defesa dos direitos e a ampliação de conquistas dos bancários e bancárias.
Consumada a anulação da eleição, o que a AFBEPA pretende fazer, em defesa do processo democrático?
Vamos agir tanto na esfera da Justiça do Trabalho quanto na esfera da política sindical, buscando denunciar amplamente e cobrar dos demais atores sociais que se posicionem diante desse golpe. Principalmente esperamos que as centrais sindicais e mais especialmente da CUT e da CTB se manifestem, porque também respondem pela ação de seus dirigentes à frente do Sindicato dos Bancários.
O fato de a comissão eleitoral ter anulado o processo eleitoral é mais grave do que se tivesse anulado as eleições, o que já seria um absurdo, porque não há comprovação, nem denúncia registrada, pelo menos o candidato, em seu pleno direito, sobre nada foi informado. Mas o fato de terem anulado a processo eleitoral significa, em princípio, que tudo recomeçará do zero. Ou seja, acho que eles irão querer abrir novas inscrições e talvez nem inscrevam a Érica Fabíola, que já mostrou ser uma fraca candidata. Talvez eles queiram colocar muitos candidatos para quebrar a polarização sindicato X AFBEPA, na estratégia de dividir a categoria, pulverizar a votação e eleger um candidato mais próximo da direção do banco e menos identificado com o sindicato. Imagino que por esse motivo anularam o processo eleitoral.
Vamos continuar fazendo o que estamos fazendo: pedindo união, consciência dos colegas, força e fé na luta. Creio que o sindicato agora mostrou sua face verdadeira e os bancários e bancárias do Banpará, e também de outros bancos, estão vendo tudo e estão chocados, como todos estamos, pois essas práticas levyanas são um retrocesso inimaginável antes da DS na direção da nossa entidade. É a arrogância do poder, na sua forma mais aviltante e degradante. É lamentável, mas como tudo passa, isso também passará. E afirmamos sempre: o Sindicato dos Bancários é nossa casa. É dos bancários e não de um grupo ideológico do governo do Estado.
3 comentários:
Gente, eu chego a sentir vergonha por essa palhaçada desse sindicato com a gente. Até na minha família, que tem funcionários de outros bancos, essa baixaria já virou comentário. Que vergonha! Nós não estamos aguentando esses ataques. Chega!
Eu apoio incondicionalmente a katia para a presidência do sindicato,e se precisar ,vamos pro pau...
A história se repete, idos 1988,90, até 1994, quando alguns companheiros, não filiados ao PT, conseguiram expulsar Carlos Levy da presidência do sindicato dos bancários, visando a democratização da entidade sindical, tanto quem erncabeçava a chapa do MOB (Movimento de Oposição bancária)era um funcionário do BASA, camarada PUTY (pai do Chefe da Casa Civil)mas na calada da noite os petistas deram um golpe, muito parecido com os praticados pelo LEVY, ganharam na marra as chaves do sindicato, impondo o opaco ALEX tb funcionário do BASA, e depois a VERA PAOLONI (a presidente que aprovou a redução de salário dos funcis do BANPARÁ)com esse histórico de golpes e contra golpes, deu o que deu, a diretoria manipulada pelo governo estadual não aceita derrota, e quando a derrota está próxima buscam com truculência obter ganhos sem merecer tal distinção.
Torço por vc, Kátia, e espero que muitos venham através da indignação recuperar a independência do nosso sindicato, pq pior do que pelego são aqueles que trairam a causa com a finalidade de benefícios pessoais.
ass) Nelson Marzullo (ex funcionário do BB, candidato a presidente do sindicato dos bancários ano 1994 - ganhou mas não levou) que no ano 1993 juntamente com Marcão Fonteles, Clemente Vieitas, Melquesedeque Alves, Sandra Batista, Raquel Fonteles e outros explusaram Carlos levy da presidência do Sindicato dos Bancários e não foi os Petistas chorões Ana Júlia e companhia)
n.marzullo@uol.com.br ou nelsonmarzullo@hotmail.com
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