Máscaras apreendidas no carro dos criminosos |
Mais uma tentativa de “Sapatinho” foi intentada contra o funcionalismo do Banpará. Dessa vez, a vítima foi a colega Tesoureira da Ag. Cidade Nova, que sofreu, em um mês, nova tentativa de sequestro, na madrugada desta terça-feira, 1 de março. A primeira tentativa ocorreu em 29 de janeiro.
Durante todo o dia de ontem, a presidenta da AFBEPA, Kátia Furtado, esteve acompanhando o caso. Acompanhou a colega na delegacia do Icuí, enquanto prestava depoimento e, após algum tempo, seguiu para a Ag. Cidade Nova, onde foi prestar suporte aos colegas que estavam emocionalmente abalados e sendo pressionados a abrirem a Unidade de Trabalho, mesmo com o quadro de pessoal incompleto, já que não havia tesoureiro na unidade.
O FATO
Por volta das 3h da madrugada de ontem, quatro criminosos tentaram arrombar a casa da Tesoureira da Ag. Cidade Nova. Um vizinho, que chegava no exato momento, percebeu a movimentação estranha e ligou para a Polícia Militar, que realizou o atendimento imediato e flagrou os invasores que já haviam conseguido serrar o cadeado e quebrar a fechadura da porta da casa.
Ao perceberem a chegada da Polícia, os quatro meliantes iniciaram uma troca de tiros com os dois policiais e empreenderam fuga. Perseguidos pela PM, os criminosos seguiram na contramão pela Avenida Independência e colidiram no Conjunto Catalina, localizado no Bairro do Mangueirão, onde dois deles foram presos. Os outros dois conseguiram fugir em uma viatura da PM, que roubaram no local.
Na troca de tiros, um dos homens presos ficou baleado e foi encaminhado para o Hospital Metropolitano de Belém. O outro criminoso foi encaminhado para a Delegacia do Icuí, onde confessou que o objetivo era fazer a tesoureira refém para realizar o Sapatinho, crime em que criminosos invadem a casa do bancário, fazem reféns os seus familiares e obriga o bancário a ir até a Agência em que trabalha pegar o dinheiro do cofre e entregá-lo aos criminosos em troca dos seus entes queridos. A primeira constatação desse fato foi a apreensão das máscaras para esconder o rosto dos criminosos, encontradas no carro que os bandidos estavam empreendendo a fuga, além dos revólveres.
Já na delegacia, a colega, que estava muito nervosa e abalada, prestou depoimento e reconheceu um dos criminosos como sendo uma das pessoas que tentaram sequestrá-la na primeira vez, em 29 de janeiro deste ano. Nesse dia, os bandidos atentaram contra a colega no meio do dia, enquanto dirigia o seu carro com seus filhos dentro. Quando ela percebeu o que estava acontecendo, jogou o carro pra cima dos criminosos, acelerou e conseguiu fugir. O “Sapatinho” é a modalidade de assalto mais praticada contra o Banpará e o seu funcionalismo, e que, hoje, amedronta e intranquiliza a vida desses trabalhadores. Somente em 2015 foram registrados 5 Sapatinhos e duas tentativas frustradas, além de 3 assaltos e uma invasão com furto de bens.
PRESSÃO DA DIRETORIA DO BANPARÁ PARA A ABERTURA DA AG. CIDADE NOVA
Enquanto a AFBEPA estava na delegacia, dando suporte à colega tesoureira, que estava acompanhada do gerente geral da Ag. Cidade Nova e do tesoureiro substituto, a presidenta da Associação soube que a Direção do Banpará queria abrir a Unidade de Trabalho, já que o fato não havia ocorrido no Banco, mas na residência da funcionária.
Kátia Furtado rebate esse argumento asseverando que, “por mais que a tentativa de Sapatinho não tenha ocorrido dentro do Banco, o nexo de causalidade advém do fato da tesoureira ser funcionária do Banpará, os bandidos não tentaram entrar na casa da bancária por causa dos seus bens pessoais, mas, do dinheiro que é custodiado pelo Banco. Desta forma, esse fato repercute em toda a unidade bancária e não apenas nessa vítima, a bancária”.
Por causa dessa situação, do Banpará querer abrir a Unidade sem as mínimas condições estruturais, Kátia Furtado se encaminhou para a Unidade, para conversar com os colegas e acalmá-los e, também, verificar as devidas condições de trabalho.
Ficou constatado pela AFBEPA, o abalo emocional de todos os colegas e a falta de Tesoureiro e senha para abrir o cofre da Agência, já que a tesoureira e o tesoureiro substituto estavam na delegacia de polícia. Assim, a nossa presidenta entrou em contato com a Direção do Banco e pediu que somente ontem a unidade não fosse aberta, em respeito aos colegas que estavam emocionalmente abalados e, principalmente, pela falta de Tesoureiro na Unidade. O que não foi aceito pelos Diretores, que começaram a pressionar os colegas que estavam na Agência para abrirem de qualquer forma, gerando maior instabilidade no local de trabalho.
A AFBEPA solicitou que a Diretoria do Banco fosse cautelosa e prudente, que diante do momento e das condições postas era preciso e conveniente fechar a Agência para atendimento externo, pois, estruturalmente não havia senha e ninguém com competência na unidade para exercer a função de Tesoureiro. A AFBEPA colocou um aviso na porta da Unidade, informando que não haveria atendimento externo naquele dia. E, após isso, continuou dialogando, por whatsapp, com a Direção do Banco, para que enviasse um Tesoureiro para o local. Essa era a condição para que a AFBEPA aceitasse que a unidade fosse aberta. A única providência que a Direção do Banpará tomou foi encaminhar uma colega da Ag. Augusto Montenegro, que trabalha na retaguarda e que tem pouca experiência em Tesouraria, além disso, faltava a senha para iniciar os trabalhos de Tesoureira.
A AFBEPA lamenta a forma que o Banpará trata o seu funcionalismo, demonstrando pouco ou quase nada de respeito por seus funcionários. Há, ainda, uma ausência de preocupação com a segurança, interna e externa, isso ficou claríssimo, pois, se o colega perdesse dinheiro, não era nenhum Diretor do Banco que iria pagar, mas, sim, o funcionário que se arriscou, aceitando, por medo, a ordem descabida.
POLÍTICA DE SEGURANÇA
Além de demonstrar total desinteresse pelas condições dos seus colaboradores, a Direção do Banpará ainda atua de forma totalmente desordenada e desconexa em uma situação de insegurança, como a de ontem. O que ficou demonstrado é que há uma total falta de compatibilidade nas atuações das áreas do Banco. A AFBEPA viu que não há um Procedimento Padrão que preveja todas as determinadas situações, suas consequências e quais os procedimentos a serem tomados.
É preciso que o Banpará dê respostas ao seu funcionalismo, pensando uma Política de Segurança a ser aplicada nesses casos, que previna e que remedeie tais sinistros e como os funcionários devem agir, para que não haja mais essa desconexão.
UNIDOS SOMOS FORTES!
A DIREÇÃO DA AFBEPA
Texto e imagens: Kamilla Santos
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