Colegas bancários e bancárias do Banpará,
É
com enorme disposição de luta e esperança que nos dirigimos a vocês, na certeza
de que só a independência, a coragem e a firmeza de propósitos serão capazes de
vencer as tantas barreiras que tentam se impor em nosso caminho, que será de
vitórias, no que depender de nossas forças.
Por
intransigência do Banpará, a partir de hoje, 01/09, estamos sem ACT vigente.
Mas reverteremos isso na luta, na greve! Vivemos a plena campanha salarial e o
que desejamos? O justo, o correto, o esperado: a negociação de nossas
reivindicações salariais, econômicas, financeiras, porque precisamos melhorar
nossas vidas e, para isso, estamos fazendo a nossa parte. Foram muitos anos sem
reajuste, sem PCS. Foi o empréstimo, ao Banco, de 20% de nossos salários por
onze meses em 1998, para capitalizar o Banpará que, até hoje, nunca pagou o que
nos deve.
A
AFBEPA tem mostrado os elementos fundamentais que embasam nossos justos pedidos
de negociação das cláusulas econômicas de nossa Minuta de Reivindicações:
1)
Mostramos a ata de reunião do Consad onde o Banpará afirmou que provisionou 13%
de reajuste nas verbas salariais;
2)
Mostramos a tabela de comparações onde os valores das cláusulas econômicas da
Fenaban/Contraf são menores do que os nossos, constantes em nosso Acordo
específico; e
3)
Mostramos o balanço do semestre que mostra que o Banpará lucrou e cresceu
além do esperado, exatamente porque nós construímos esses resultados.
Diante
de tudo isso, porque o Banco continua a nos negar o direito de negociar nossas
cláusulas econômicas, mesmo sabendo que, ao convergir para a mesa da Fenaban,
nos trará grandes perdas financeiras? O banco não tem argumentos para nos
desrespeitar como está fazendo agora.
Porque
ainda há dirigentes sindicais que insistem em afirmar que na reunião do dia 5
haverá negociação apenas das cláusulas sociais, que é o que tenta nos impor o
Banco? Tal encaminhamento foi desautorizado pela Assembléia dos funcionários
que se posicionou pela greve imediata, exatamente porque não aceitou iniciar as
negociações pelas cláusulas sociais, já que essas demandas
são tratadas durante o ano inteiro nos Comitês específicos.
Cláusulas
sociais podem e devem ser debatidas, no entanto, nós só temos a nossa data base para conseguirmos efetivar
as nossas necessidades econômicas. Por causa de anos e anos de reajuste zero, hoje
somos trabalhadores endividados, e esse é o único momento, durante o ano, em que temos o poder de reivindicar e negociar
melhorias salariais. Não podemos perdê-lo sob pena de acumularmos mais perdas
desastrosas para nossas vidas.
Por isso
temos afirmado que nossas prioridades são o reajuste de 13% nas verbas
salariais, a equiparação ao piso do Dieese ou ao melhor piso de Banco federal,
e no PCS: retirar as metas, resgatar os 5% entre os níveis, incluir os
adoecidos e definir os critérios objetivos e subjetivos para promoção por
merecimento.
Para
tentar desmobilizar a greve, o Banco usou de um triste expediente: divulgou uma
nota mais branda, mas contendo, no anexo, o mesmo documento inflexível, rejeitado
na Assembléia, onde limita a negociação às cláusulas sociais. Muito
comemoraram, achando que tínhamos conseguido. Lamentavelmente, não é verdade.
Não nos interessa negociar apenas as cláusulas sociais e perder dinheiro
ficando com as cláusulas econômicas da mesa rabaixada da Fenaban.
Tivemos
relato de que um bancário que votou contra a greve na Assembléia, agora está
afirmando que o Banco irá cortar o ponto; com isso, tentando difundir o medo na
categoria. Outra mentira. Em nosso ACT sempre conseguimos o abono dos dias
parados e, mesmo que isso não se confirme agora, na Convenção da Fenaban, a
qual o Banco segue, os dias parados são compensados, nunca perdidos. Os
bancários do Banco da Amazônia grevaram 77 dias ano passado e não tiveram o ponto
cortado. Mas nossa greve também será pelo abono dos dias parados, como sempre
foi.
Não
estamos mais sob as amarras do medo. Crescemos em consciência e participação.
Sabemos do que se trata a campanha salarial, não nos rendemos e nem vendemos
nossa dignidade. Vendemos, sim, nossa força de trabalho, nossa energia, nossa
saúde e com isso estamos garantindo os recordes de lucros do Banpará e o
repasse de milhões e milhões ao governo do Estado. E por isso, merecemos
respeito, consideração e valorização verdadeira! Merecemos a imediata e justa
negociação de nossas cláusulas econômicas e, caso o Banco não recue, vamos
entrar em greve na terça-feira, 04, e dela só sairemos com as nossas principais
conquistas garantidas e assinadas!
UNIDOS
SOMOS FORTES!
Belém, 01
de setembro de 2012. Haveremos de vencer!
A
Diretoria da AFBEPA.
*
2 comentários:
É inacreditável ainda termos "colegas" votando contra nós e a favor deste sindicato vendido aos governos e aos patrões. Não mais me surpreende neste pobre Brasil. Portanto, num mar de lamas em corrupção, sabe-se lá o que a administração propõe aos sindicalistas de benefício pessoal para fazerem tanta lambança contra a nossa única arma, que é a greve. Em abril de 2013, vamos lutar com todas as armas para ver este sindicato de cara nova e totalmente a favor do trabalhador, como seria a sua obrigação.
Colega, seu comentário infelizmente só nos coloca como adversários e ao que parece não somos. Vamos ter bom senso nos comentários, principalmente numa hora em que a unidade é extremamente necessária.
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