Nossa greve hoje completa 16 dias por responsabilidade, única e exclusiva, da direção do Banpará que tem se mantido absolutamente intransigente, não oferecendo nada de concreto aos funcionários e ainda, por cima, agindo com atitudes reativas, atentando contra o direito de greve. Esperamos que na mesa de negociação de hoje a direção apresente uma proposta global capaz de ser defendida pelas entidades em assembléia.
Em uma breve retrospectiva, visitaremos os fatos marcantes da nossa histórica greve no Banpará, a primeira do Brasil este ano. Acompanhe a linha do tempo e, para ler as postagens referentes, na íntegra, é só clicar no link, em vermelho, em cada postagem.
2 de junho - Conferência dos Bancários do Pará. AFBEPA criticou a subordinação da realidade local aos interesses do centro-sul do país. Foi aprovado, por maioria, o índice de 15% para reajuste das verbas salariais. A AFBEPA defendeu 20% de reajuste.
23 de junho - Encontro dos Bancários do Banpará. Em nosso participativo encontro, dezenas de bancários definiram a pauta da Minuta de Reivindicações. Foi aprovado, por unanimidade, o índice de 15% para reajuste das verbas salariais no Banpará.
9 de julho - Cai o primeiro interdito tentado pelo Banpará, nesse caso, o que era um pedido referente à paralisação na Ag. Cidade Nova, por conta da demissão sem PAD de um bancário, o Banco queria que valesse para a campanha salarial. A Justiça do Trabalho negou.
A ata de reunião do Consad do dia 7 de maio. O Banpará afirma
que para o ACT está previsto o reajuste de 1% das verbas salariais.
18 de julho - A AFBEPA publicou no blog a ata de reunião do Consad do dia 7 de maio, na qual o Banpará afirmou ter provisionado 13% de reajuste para verbas salariais no ACT 2012.
22 de julho - Conferência Nacional dos Bancários em Curitiba rebaixou a pauta e aprovou o vergonhoso índice de 10,25% de reajuste nas verbas salariais.
30 de julho - Assembléia Geral dos Bancários do Pará. AFBEPA defendeu a importância de mantermos nosso pedido de 15% diante da sinalização do próprio Banco que afirmou ter provisionado 13% para reajuste das verbas salariais e criticou o Sindicato que preferiu se manter atrelado ao pedido nacional de apenas 10,25%.
1 de agosto - Abertura da Campanha Salarial 2012. AFBEPA visitou todas as unidades do Banpará na capital e conversou com as unidades do interior por telefone. A posição da categoria foi clara: "-não rebaixaremos nossa pauta!"
6 de agosto - Entrega da nossa Minuta específica de reivindicações à direção do Banpará (foto). Não havia um diretor para receber a Minuta e nem o presidente do Banco, como de praxe. Após insistência das entidades, o diretor de crédito, Jorge Antunes, recebeu a Minuta entregue pelas entidades. O Banpará não ratificou o ACT 2011/2012 naquele momento. Foram feitas várias tentativas de reunião para que o Banco ratificasse o ACT e iniciasse a negociação da Minuta, mas a direção do Banpará se manteve calada e fechada sobre o assunto. Corríamos o risco de perder todas as conquistas do nosso Acordo Coletivo.
15 de agosto - 10 dias de entrega da Minuta e o Banpará não sinalizava com reunião e ratificação do ACT. AFBEPA publicou cobrança: cadê a negociação do Banpará?
16 de agosto - AFBEPA denunciou o injusto aumento de comissões e a liberação de ponto apenas para os assessores, além da portaria 097 que, felizmente, foi revogada.
Kátia Furtado falando no ato do dia 21 de agosto, na Matriz.
21 de agosto - Ato na Matriz, na Presidente Vargas e conversa com Deputados na ALEPA para pedir ajuda no sentido de quebrar o silêncio intransigente da direção do Banpará que não chamava mesa de negociação e tampouco ratificava o ACT. Na foto, Dep. Megale - PSDB, Dep. Edmilson Rodrigues - PSOL, Dep. Zé Maria - PT e Kátia Furtado, da AFBEPA.
22 de agosto - Reunião entre AFBEPA, Sindicato e Fetec. Ficaram claras as diferentes estratégias para enfrentar a intransigência do Banpará: a AFBEPA defendeu antecipação da greve para o período do pagamento do funcionalismo público, antes do início da data base, isso por conta da intransigência contínua do Banco. Naquele momento teria um forte impacto a pressão da greve sobre a imagem do governo. Em nossa avaliação, o Banco chamaria rapidamente a mesa de negociação. A estratégia implementada pelo Sindicato, de pequenos atos e paralisações de uma hora em algumas agências, a nosso ver, apenas deu tempo ao Banco e de nada adiantou, efetivamente.
24 de agosto - AFBEPA encaminhou ofício 016/2012 solicitando ao Banco a imediata abertura da mesa de negociações e a correção de decisões prejudiciais e ilegais quanto à jornada de trabalho, como mudanças de horários e descontos de intervalo.
28 de agosto - Dia Nacional do Bancário. AFBEPA marcou o dia como Dia de Luta da categoria (imagens). Banpará publicou um cheque azul desejando um milhão de felicitações. Os bancários se revoltaram com a atitude provocativa do Banco. A AFBEPA respondeu: felicitações não pagam nossas contas (imagem). Nesse dia, o presente de grego dos banqueiros foi a contraproposta de ridículos 6% de reajuste, ao já rebaixado pedido de 10,25% da Contraf.
29 de agosto - Em reunião no TRT, Banpará manteve a intransigência e reafirmou, em um comunicado enviado ao Sindicato, que aguardaria a negociação da Fenaban e que só negociaria, posteriormente, apenas as cláusulas sociais.
A AFBEPA publicou a comparação das cláusulas econômicas da Convenção da Fenaban (imagem), todas em valores abaixo das cláusulas econômicas do nosso ACT, e defendeu a imediata negociação das cláusulas econômicas.
Na Assembléia dos Bancários do Banpará, a categoria aprovou a greve imediata, conforme defendeu a AFBEPA, por entender que não adiantaria negociar apenas cláusulas sociais e convergir toda a pauta econômica para a mesa da Fenaban, sem, sequer o Banpará ter ratificado o ACT. Nossas perdas seriam imensas. Teríamos reduzidas todas as nossas verbas salariais. Sindicato, Contraf e Fetec defenderam que se aguardasse a greve geral, sem data certa para começar, e que aceitássemos a negociação apenas das cláusulas sociais. Por 51 a 34 votos, a assembléia decidiu a greve imediata, a partir de 4 de setembro, cumprindo os prazos legais.
31 de agosto - Banpará soltou um comunicado aos funcionários dando a entender que tinha recuado e que negociaria a Minuta, porém a AFBEPA esclareceu que, no anexo enviado com a mensagem, o Banco reafirmava que iria convergir as cláusulas econômicas para a mesa da Fenaban, ou seja, mantinha a intransigência.
Fim da vigência anual do ACT.
AFBEPA publicou no Blog o Resultado do Semestre mostrando o incrível crescimento do Banpará, fruto do nosso trabalho.
1 de setembro - Os bancários do Banpará entraram na data base sem Acordo Coletivo de Trabalho, que havia perdido a vigência em 31 de agosto.
2 de setembro - 25 anos de fundação da AFBEPA. A Associação se mantém firme na luta, como nos primórdios de sua fundação, honrando a dupla missão de defender os interesses, conquistas e direitos dos bancários e o Banpará, enquanto Banco público estadual.
3 de setembro - A Presidenta Kátia Furtado tem cassada sua liberação, acertada formalmente em 2007 e ratificada no ACT 2011/2012, que tinha perdido a vigência em 31 de agosto. Curioso registrar que, no ACT, o Banpará libera cinco funcionárias: três para o Sindicato, uma para a Fetec/cn e uma para a AFBEPA. Apenas a AFBEPA teve sua liberação cassada.
Nesta noite ocorreu a, participativa e excelente, primeira assembléia organizativa da greve.
5 de setembro - Caiu pela segunda vez o pedido de interdito proibitório do Banpará. A greve ganha mais força, reafirmada sua legalidade, legitimidade e justeza. Presidente do Banpará negou, em entrevista coletiva, que havia agredido a bancária. A AFBEPA sugeriu que fossem liberadas as imagens do autoatendimento, registradas pelas câmeras.
Na primeira reunião de negociação (foto), não houve avanços na negociação da Minuta, mas registramos uma conquista importantíssima da greve: o Banpará ratificou o ACT. Com isso, resgatamos as conquistas mais benéficas do nosso Acordo Coletivo de Trabalho.
6 de setembro - Bancários respondem à altura. A greve cresce cada vez mais no interior. Capital se mantém totalmente parada.
10 de setembro - Em segunda reunião de tentativa de mediação convocada pelo TRT (foto), a Desembargadora e vice-presidente do Tribunal requereu ao Banpará que apresentasse uma proposta concreta aos funcionários e que considerasse três pedidos econômicos, além da Fenaban: reajuste diferenciado no piso, uma promoção a mais no PCS, reajuste de todas as comissões.
A AFBEPA denunciou atentado ao direito de greve por parte do Banpará quando utilizou um mandado de livre acesso às unidades, para induzir bancários e clientes a acreditarem que a greve havia acabado, e que haveria atendimento no Banco.
12 de setembro - A greve se consolida na capital e avança mais no interior chegando a atingir a quase totalidade das unidades paradas. Apenas duas agências parcialmente abertas.
13 de setembro - AFBEPA, AEBA, Sindicato e Fetec/cn se reuniram com a SEPOF, mais precisamente com o Secretário de Planejamento, Orçamento e Finanças, Sérgio Bacury, (foto) que compreendeu as justas reivindicações da categoria e confirmou que o Decreto 503 em nada amarra o Banpará na negociação salarial.
17 de setembro - Como a AFBEPA já vinha denunciando, se confirmaram as suspeitas e se caracterizaram os atos atentatórios do Banpará ao legal e legítimo direito de greve dos bancários. Lamentavelmente, por interesses pessoais, alguns pouquíssimos colegas se dobraram ao assédio e abuso de poder econômico do Banco e cederam à determinação de se deslocar do interior para a capital para abrirem caixas em duas agências em Belém: Centro e Senador Lemos. Na agência Senador Lemos, uma colega estava atendendo quando começou a passar mal porque tinha feito um exame de endoscopia e estava ainda em jejum. Saiu da mesa chorando de dor e náusea amparada por outra colega. Os gerentes assumiram o atendimento.
A maioria dos bancários permanece honrando a decisão coletiva e se mantém, corajosamente, em greve. Parabéns a todos e todas que tem a decência, o caráter e a firmeza de lutar por nossas causas coletivas!
18 de setembro - Primeiro dia da greve nacional dos Bancários. Nossa greve ganhou espaço em um dos blogues mais conceituados do Pará e do Brasil, o Espaço Aberto. Kátia Furtado, a presidenta da AFBEPA falou sobre a intransigência da direção do Banpará.
Um lindo piquete de convencimento paralisa parcialmente a Sutec, a área de tecnologia, o coração do Banpará. A Agência Castanhal (foto) que ainda estava trabalhando paralisou completamente, aderindo à força da greve.
19 de setembro - Hoje, as 16h30, teremos a terceira mesa de negociação das entidades com o Banpará e esperamos que o Banco apresente uma contraproposta global que atenda aos legítimos anseios da categoria em greve há 15 dias, além de não retirar nenhuma conquista e manter o ACT em todos os demais itens.
Qualquer que seja a proposta do Banpará, na mesa de hoje, mesmo que seja uma boa proposta e mesmo que o Banco solte comunicado apresentando-a, devemos nos manter em greve, até decisão da assembléia. Só quem decide a saída da greve é a categoria, em assembléia!
NOSSA GREVE JÁ É UMA VITÓRIA!
PARA A AFBEPA, que vem lutando incansavelmente em defesa dos interesses, direitos e conquistas dos bancários, a greve já é uma grande vitória! Estamos mostrando ao Banco que somos conscientes, que a ampla maioria de nós não se dobra, não se rende, não se vende! O Banpará poderia ter evitado a greve se tivesse tido a consideração de negociar e contemplar nossa Minuta. Estamos mostrando que dignidade e respeito não são itens negociáveis!
RATIFICAÇÃO DO ACT GARANTE CONQUISTAS HISTÓRICAS
O Banco já ter ratificado o ACT é uma conquista fundamental, porque o reajuste que vier será sobre nossas verbas atuais, já garantidas por nossa história de luta, e não sobre os valores menores da Convenção da Fenaban.
Para a presidenta e vice da AFBEPA, que têm acordado de madrugada e desde antes das 6h, garantido, diariamente, os piquetes de convencimento, a adesão da categoria, a confiança na AFBEPA, na luta, no próprio poder de mobilização dos bancários e bancárias, tem sido o combustível que nos mantém firmes e fortes, unidos!
"Quando votou majoritariamente pela greve imediata, porque não havia outra escolha naquele momento, diante da intransigência do Banpará, o funcionalismo não aceitou a política do arrocho, do endividamento, do adoecimento, da insegurança e da abusividade das metas que o Banco queria manter naquela atitude de desrespeito para conosco! O funcionalismo, com independência e coragem, buscou seus interesses de classe! Suas conquistas e necessidades falaram mais alto que o poder do mando injusto do patrão! Estamos firmes e tranquilos para continuar na luta, se preciso for, mas esperamos que o Banco atenda nossas reivindicações! Unidos somos fortes!" Afirma Kátia Furtado.
PEDIMOS QUE HOJE (dia 19), TODOS OS BANCÁRIOS E BANCÁRIAS SE CONCENTREM NA PORTA DA MATRIZ, NA PRESIDENTE VARGAS, ÀS 16h30.
VAMOS AGUARDAR O RESULTADO DA NEGOCIAÇÃO VIBRANDO JUNTOS, EM UNIÃO E FORÇA! TODOS E TODAS LÁ!
UNIDOS SOMOS FORTES!
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