Por maioria de votos (51 a 34) a Assembléia dos Bancários do Banpará decidiu pelo imediato início da greve no Banco, o que, respeitando os prazos legais, significa começar a greve na próxima terça-feira, 04 de setembro.
Mais de 100 bancários participaram da Assembléia que contou com belas intervenções reafirmando a história de luta, garra e dignidade dos funcionários do Banpará, que não se deixaram intimidar por ameaças.
A decisão pela greve imediata venceu sobre uma outra proposta que queria adiar a greve para dia indeterminado, aguardando a deliberação de greve nacional, mas esquecendo que a nível nacional já houve várias mesas de negociação e aqui, apenas a intransigência, o desrespeito, o não, não e não do Banpará.
O Banco recebeu a Minuta de Reivindicações dia 06 de agosto. Teve bastante tempo para analisar nossos pedidos e nunca chamou a mesa de negociação. Hoje, ao final da tarde, quase na hora da assembléia, marcou uma reunião para o dia 05/09. Porém, desde a manhã, após a reunião no TRT, o Banco reafirmou que não estava disposto a negociar as cláusulas econômicas, convergindo a pauta econômica para a mesa da Fenaban, o que representaria muitas perdas para nossas vidas. Não teríamos nada no bolso. Era isso: queriam uma mesa para não negociar o central e nos submeter a uma lógica nacional, como uma imposição, uma redoma asfixiante.
Se na mesa da Fenaban o índice deverá chegar a 8% no máximo, no Banpará o Banco já afirmou que pode dar 13%. Porque teríamos que nos submeter ao rebaixamento nacional? Temos dito sempre que a lógica e as propostas nacionais devem servir de base, mas não de teto.
Felizmente, os Bancários disseram sim à nossa luta e afirmaram, dignamente, o quanto de esforço e sacrifício tem sido empenhado para garantir a posição de liderança do Banpará, eleito, recentemente, o 5º melhor banco do país e o melhor banco estadual, batendo recordes de lucros, repassando ao Estado milhões e milhões de reais. Mas na hora da negociação das nossas necessidades, das nossas reivindicações, o que recebemos é esse desprezo e um cheque azul com um milhão de felicitações?! Queremos respeito e valorização de verdade! Queremos salários dignos, vamos tirar as metas do nosso PCS, vamos resgatar o interstício de 5% entre os níveis da tabela e vamos impedir o Banpará de demitir sem Processo Administrativo Disciplinar - PAD.
Por isso, a categoria decidiu com firmeza, independência e coragem e fará quebrar a intransigência do Banpará, tanto para abrir a mesa de negociação, quanto para repetir o sucesso da Campanha Salarial do ano passado e arrancar do Banco o melhor acordo, começando a negociação pelas cláusulas econômicas!
Nossas prioridades na negociação desse ano:
PCS - Retirada total das metas/GED do nosso PCS; resgate do interstício de 5% entre os níveis; inclusão dos adoecidos; PROMOÇÃO no PCS para todos, na data-base.
13% DE REAJUSTE - queremos os 13% de reajuste nas verbas salariais que o Banco publicou que pode dar!
PISO - equiparação ao piso do Dieese, de R$ 2.416,38, com reflexo em toda a tabela do PCS.
PLR - linear; inclusão dos adoecidos.
AUMENTO DE TODAS AS COMISSÕES!
CAIXAS e COORDENADORES DE PABS - aumento imediato nas comissões.
FUNCIONÁRIAS/OS do SAC - valorização imediata.
SEGURANÇA, SAÚDE E O FIM DO ASSÉDIO MORAL também são pontos fundamentais da nossa Minuta.
NÃO DEMISSÃO SEM PAD!
UNIDOS SOMOS FORTES!!!
Todos à Assembléia no Sindicato, segunda-feira, para organizar a greve!
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4 comentários:
DECISÃO ÓTIMA! VAMOS MOSTRAR AO BANPARÁ QUE TEMOS DIGNIDADE QUE MERECEMOS UMA VERDADEIRA VALORIZAÇÃO NO BOLSO! QUE DESRESPEITO É ESSE DE NÃO QUERER NEGOCIAR OS 13% QUE DISSE QUE PODE DAR? É ISSO QUE MERECEMOS DEPOIS DE TANTO ESFORÇO PARA ENGRANDECER NOSSO BANPARÁ? QUEM NOS EMPURROU PARA A GREVE FOI A PROPRIA DIREÇÃO DO BANCO!
A decisão foi acertada. Penso que agora cabe à direção do Banco do Estado antecipar a reunião para segunda-feira e apresentar uma boa contraproposta para ser avaliada na assembléia que ocorrerá a noite. Quem sabe se, com inteligência e flexibilidade, a direção do Banco do Estado não reverte essa decisão da greve respeitando e valorizando seus funcionários?
Esperar inteligência e principalmente flexibilidade dessa direção do Banpará?? Duvido!
Não somente pela direção, colega. Mas o tal sindicato "dos patrões" é que se fragiliza a todas as decisões patronais, desde o governo Ana Júlia e, acreditem, agora no governo tucano, que tanto detestam. Nesse Brasil da corrupção, nada mais me surpreende....
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