Ontem
ocorreu uma reunião entre a AFBEPA, Sindicato e Fetec/cn para
avaliar a situação política no Banpará, onde o Banco não chama a mesa de
negociação, apesar da Minuta de Reivindicações ter sido entregue dia 6 de
agosto.
Na
avaliação da AFBEPA, a direção do Banpará não está dando sinais de que chamará
a mesa de negociação e, se nada mudar, vai querer apenas assinar a Convenção da
Fenaban, definida na mesa com a Contraf/Cut. Esse é o pior cenário para nós,
porque podemos perder muitas conquistas específicas do nosso Acordo Coletivo de
Trabalho. Aliás, as nossas principais conquistas são do ACT, que sequer foi
ratificado esse ano. Para piorar a situação, com a pauta nacional rebaixada e o
frustrante índice de 10,25%, tudo indica que a greve nacional será rápida, o que interessa aos grupos políticos partidários que querem fazer campanhas eleitorais para seus candidatos.
Na reunião de ontem, a AFBEPA, nas pessoas de sua presidenta e assessora política, defenderam a convocação imediata de assembléia e a antecipação da greve.
Para a AFBEPA, a categoria é quem tem
que decidir os rumos das lutas e está cada vez mais consciente de seu poder de
mobilização, ao mesmo tempo em que está revoltada com tantas
pressões, injustiças e o descaso do Banco em não chamar a mesa de negociação.
Calendário
defendido pela AFBEPA na reunião com o Sindicato e a Fetec/cn:
22/08
– (ontem) o Sindicato convoca formalmente assembléia deliberativa para o dia 24/08, para decisão
dos funcionários sobre os rumos da luta.
24/08
– assembléia deliberativa para aprovar, ou não, o indicativo de greve para o
dia 29/08 quarta-feira (o que a AFBEPA defende).
29/08
– se o Banpará não chamar a mesa de negociação da Minuta específica, início da
greve no Banpará que se estende até termos nossas conquistas garantidas.
A decisão do Sindicato e da Fetec/cn, ontem, 22, com a qual a AFBEPA não concorda
A
direção do Sindicato e a Fetec/cn definiram que
primeiro irão convocar reunião de delegados sindicais, depois fazer várias
mobilizações pequenas para, só na semana seguinte convocar assembléia e indicar
a greve para setembro, junto com a greve nacional. Mobilizações são
importantes, claro, mas, na conjuntura atual, não têm o poder de quebrar a
intransigência do Banpará e garantir a negociação, e o resultado dessa
estratégia pode ser um desastre para a categoria no Banpará.
A técnica e a política - nem tudo o que é legal, é justo.
Quase
ao final da reunião chegou a assessora jurídica da AFBEPA e,
perguntada pela presidenta do Sindicato sobre a avaliação técnica da antecipação
da greve, a assessora avaliou que poderia caber uma ação de abusividade, mas
ressaltou que essa era uma avaliação meramente técnica e que a decisão ali era sobretudo política, até porque os servidores
públicos federais estão em greve há vários dias e, apesar de ter sido julgada
abusiva, mantém firme seu movimento, mesmo o sindicato tendo que pagar multas
diárias, contra as quais as assessorias jurídicas estão trabalhando.
Nunca
os legítimos movimentos sociais e dos trabalhadores se embasaram apenas na
legalidade, no ordenamento jurídico para decidir os rumos de suas lutas, até
porque, em muitos aspectos, as leis agem contra os interesses de classe dos
trabalhadores. Não esqueçamos que elas foram elaboradas em espaços
institucionais compostos dos mais diversos interesses, principalmente das
elites e dos ricos que elegem seus políticos para as Casas Legislativas. Nem
sempre o que é legal, é justo.
Além
do mais, seriam apenas três dias de antecipação da greve, já que começaríamos
na quarta-feira, 29 e na segunda-feira seguinte, 3 de setembro, a greve
nacional estaria iniciando também. Acreditamos que apenas com a decisão da
assembléia de indicar a greve para o dia 29 de agosto, dia de pagamento do
funcionalismo público estadual, a direção do Banco já recuaria e chamaria a
mesa de negociação.
Portanto,
fique claro que a AFBEPA não concorda com as decisões tomadas ontem, 22, na
reunião com o Sindicato e a Fetec/cn e não se responsabiliza pelos resultados
de uma estratégia que deixa a direção do Banpará completamente à vontade para
apenas seguir a Convenção da Fenaban, sem sequer abrir a mesa de negociação específica,
sem sequer ratificar o ACT. Isso é muito grave!
ASSEMBLÉIA JÁ E ANTECIPAÇÃO DA GREVE PARA O DIA 31, NO PAGAMENTO DA SEDUC
A
AFBEPA continua defendendo uma estratégia mais corajosa e independente que leve
o Banco a abrir a mesa, ratificar o ACT e negociar nossa Minuta específica.
Para isso, queremos:
1)
A
convocação, pelo Sindicato, em caráter de urgência, de uma assembléia para
segunda-feira, 27, que indique a antecipação da greve para sexta-feira, 31, dia
de pagamento da Seduc.
2)
Caso
o Banco não abra a mesa de negociação a decisão da assembléia se efetiva e a
greve no Banpará se inicia dia 31 de agosto e só se encerra com as nossas conquistas garantidas! Essa é a posição da AFBEPA e por
ela estamos trabalhando com a autonomia, a independência e a coragem com que
temos trabalhado e vencido sempre!
UNIDOS SOMOS FORTES!
*
3 comentários:
Infelizmente o nosso sindicato insiste em seguir o roteiro de todos os anos, com o diferencial de que estamos em período de eleições e provavelmente nossa greve será curta e não trará grandes conquistas. O que me deixa revoltado é que esse mesmo sindicato vai vender um reajuste de 7 ou 8% como se fosse uma conquista histórica.
esse sindicato é uma vergonha
Agora, se ainda for de 8%, considerem-se vitoriosos, pois o fraco sindicato deixou correr, como praxe, ao bel prazer da administração. Vai ser o movimento mais pífia já visto. KÁTIA FURTADO, PRESIDENTE DO SINDICATO...JÁ!
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