Vejam o que ocorreu na greve dos trabalhadores dos Correios, como está registrado em todos os principais jornais do país, hoje: o TST mandou descontar e compensar os dias parados, além de conceder, por baixo, o reajuste da categoria. Mais que uma derrota localizada, no caso da decisão no TST, o endurecimento na negociação e a não apresentação de uma saída honrosa aos valentes trabalhadores dos Correios são um sinal definitivo do caminho pela direita que o partido que cresceu nas greves e nos movimentos sociais escolheu, após anos à frente do governo federal.
É traição de classe e não apenas contradição que o ex-presidente operário, líder das maiores greves dos metalúrgicos no ABC paulista, seja citado, hoje, por uma burocrata de plantão, afirmando que "greve não são férias". Foi usando essa triste frase de Lula que a ministra do planejamento Míriam Belchior se posicionou contrariamente ao pagamento dos dias parados dos grevistas.
O atrelamento das direções sindicais é o pior dos males! Para piorar a situação, o secretário-geral da Fentect - Federação Nacional dos Trabalhadores das ECT, ligada à CUT, afirma que "o recado aos trabalhadores é que é melhor negociar do que apostar no tribunal." Acaso os trabalhadores fugiram à negociação? Acaso os trabalhadores é que foram intransigentes? Não teria sido a intransigência do governo o que forçou a própria greve e ao ajuizamento do dissídio coletivo? Porque não há uma única palavra acusando a intransigência do governo federal? Pior que a traição de classe do PT no governo é o atrelamento, ao governo, dos petistas nas direções dos sindicatos dos trabalhadores!
No caso dos bancários, cadê a posição da Contraf/Cut e do Sindicato do Pará? Já que o governo Dilma mandou descontar os dias parados dos grevistas do BB e Caixa, cadê o posicionamento da Contraf/Cut e do Sindicato dos Bancários do Pará? Não seria urgente que essas organizações, frontalmente atacadas por essa infeliz decisão do governo, se manifestassem e agissem para proteger a categoria que representam nas mesas de negociação?
É preciso libertar os sindicatos e organizações dos trabalhadores desse atrelamento nefasto, traidor das lutas. Sempre foram, e são, as lutas legítimas que mudam a realidade, as leis, e conquistam mais direitos às classes trabalhadoras.
Os trabalhadores e trabalhadoras no mundo inteiro estão respondendo aos ataques do capital e suas crises intermináveis onde só os mais pobres, os de baixo, pagam a conta! Não aceitamos mais isso, e aqui no Brasil, novos partidos, novos sindicatos, novas organizações de trabalhadores começam a preparar a nova manhã que virá!
Tenhamos esperança!
E trabalhemos incansavelmente por justiça, por direitos, por mudanças, por nossas legítimas causas!
Unidos somos cada vez mais fortes!
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3 comentários:
Lúcida e correta a postagem, como sempre este blog responde e denuncia os ataques aos nossos direitos.
bancária do BASA
Muito bem a avaliação do blog. Parabéns a AFBEPA que sempre está ao lado do trabalhador.
Marlon George
BASA
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