Funcionário do Banpará diz que Duboc pressionava
Por isso, cheques eram pagos sem as assinaturas de Mário Couto e Megale
Funcionário do Banco do Estado do Pará (Banpará), em entrevista a O LIBERAL, confirmou que os cheques da Assembleia Legislativa do Pará eram pagos pelo banco sem as necessárias assinaturas do então presidente da Casa, Mário Couto (PSDB), e do primeiro-secretário na época, deputado José Megale (PSDB). O funcionário afirma que sofria pressão do diretor financeiro, Sérgio Moreira Duboc, que teve a prisão decretada, mas está foragido.
Cerca de 80 cheques, no total de R$ 2 milhões, foram emitidos em favor de prestadores de serviço, entre os anos de 2005 e 2006, mas foram endossados pela servidora Daura Hage, da Comissão de Licitação, que assina o recebimento do dinheiro, segundo o Ministério Público do Estado. Mas a fonte, que pede para não ser identificada, afirma que mais cheques foram pagos sem assinaturas, com a verba sendo frequentemente repassada à diretoria financeira. "Ele (Duboc) dizia que o banco precisa da Alepa, mas a Alepa não precisa do banco e que o Banpará poderia ser substituído a qualquer momento. Perder esse cliente (Alepa) seria um prejuízo de milhões (para o banco)", conta. O funcionário também relata que sofreu ameaças de desemprego através de um suposto tráfico de influência da Alepa no banco e que a direção do Banpará foi informada da situação. A revelação será levada por sindicalistas e parlamentares ao MPE, hoje, às 9h.
O pagamento ilegal dos cheques pelo Banpará foi divulgado no mês passado pelo MPE. O caso veio à tona com a quebra do sigilo bancário da Alepa, determinada pela justiça. A servidora Daura Hage, membro da Comissão de Licitação da Assembleia, foi quem assinou o verso dos cheques, confirmando que recebeu o dinheiro. Daura e Duboc foram denunciados pelo MPE à justiça, por fraudes em licitações, assim como mais quatro pessoas. Ela organizava as fraudes em licitações para que empresas de propriedade de parentes dela saíssem vencedoras e, depois recebia o pagamento no lugar das empresas. A maioria dos serviços contratados foi de obras, que o MPE acredita nem terem sido realizadas.
O funcionário do Banpará confidencia que o posto compensou muito mais do que 80 cheques sem assinatura, na Alepa. "Diziam que os cheques eram para pagar fornecedores e prestadores de serviço e que os pagamentos teriam que ser feitos imediatamente para não paralisar os serviços. Alegavam que o presidente ou o secretário estavam viajando ou em sessão e não poderiam assinar naquele momento e prometiam que as assinaturas seriam colhidas depois. Os funcionários do banco é que tinham que ficar correndo atrás (das assinaturas), depois. Conseguimos a maioria das assinaturas. Nada disso era segredo", garante. A fonte acrescenta que raras vezes, os empresários iam ao posto compensar os cheques e que normalmente, isso era feito através da diretoria finananceira da Casa. Com frequência, também os empresários não assinavam os endossos, mas representantes das firmas ou a própria Daura. "Eles diziam que os empresários estavam viajando e que tinha que ser pago logo".
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Um comentário:
Sinto muito em pensar que essa Al Capone do Açaí não passará nem 24 horas na jaula, que seria o lugar ideal para ele e sua quadrilha, que inclui a bonitinha-ordinária.
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