segunda-feira, 30 de maio de 2011

PARA PENSAR - QUE PAÍS É ESSE?

No Blog do Sakamoto, com o título abaixo, uma importante reflexão para todos nós, cidadãos e cidadãs, que precisamos de um Brasil mais justo. Publicamos para reflexão.

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Sua vida pode ser melhor. Mas o Congresso não deixa



José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, líderes do Projeto Agroextrativista Praialta-Piranheira, em Nova Ipixuna, no Pará, foram emboscados em uma estrada e executados com tiros na cabeça na última terça (24). Por denunciarem a ação de madeireiros ilegais, sofriam constantes ameaças e intimidações. Zé Cláudio ainda teve uma orelha decepada e levada pelos seus assassinos, provavelmente para mostrar aos mandantes que o serviço foi realizado com sucesso.


Naquela mesma tarde, a notícia do assassinato foi lida no plenário da Câmara dos Deputados, que estava se preparando para transformar o atual Código Florestal em embrulho de peixe. Ouviu-se, então, uma vaia vinda das galerias e da garganta de deputados da bancada ruralista ali presentes.


Que a vida dos mais pobres não vale o esterco que o gado enterra na Amazônia, isso é público e notório. Ainda mais quando eles, através de sua união e organização, conseguem mostrar que é possível crescer economicamente e ser sustentável. Ou seja, quando provam que dá para respeitar leis ambientais, garantir renda própria e produzir alimentos para a sociedade. E, se isso funciona, por que mudar leis?


Mas quando o Congresso Nacional é usado como palco para tripudiar a morte de pessoas que defendiam o respeito à vida e ao meio ambiente é porque inauguramos uma nova era. O pudor que aparentemente demonstravam certos representantes políticos de produtores rurais na época do massacre de 19 trabalhadores rurais em Eldorado dos Carajás, em 1996, da chacina de quatro funcionários que fiscalizavam fazendas na região de Unaí (MG), em 2004, e da execução da irmã Dorothy Stang, em 2005, não existe mais. O pessoal do “progresso” a todo o custo resolveu sair do armário com sangue nos olhos. Talvez por se sentirem fortalecidos pelo seu peso na economia, talvez pelas alianças políticas que fizeram.


Jogam no nosso colo uma falsa escolha: o país tem que optar entre passar fome ou flexibilizar a legislação ambiental, não ser tão severo com quem usou escravos, evitar a demarcação de territórios indígenas e garantir sua soberania alimentar.


Que tal uma terceira? Uma que inclua o respeito às leis ambientais sem chance para anistias que criem a sensação de impunidade do “desmata aí, que depois a gente perdoa”. Que passe pela regularização fundiária geral, confiscando as terras griladas, e a realização de uma reforma agrária, com a garantia de que os recursos emprestados pelos governos às pequenas propriedades – as verdadeiras responsáveis por garantir o alimento na mesa dos brasileiros – sejam, pelo menos, da mesma monta que os das grandes. Por preservar os direitos das populações tradicionais e de projetos extrativistas, cujas áreas possuem as mais altas taxas de conservação do país.


Isso inclui alterar o padrão de consumo, uma vez que nós do Sul Maravilha comemos e bebemos a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal. De onde você acha que vem o bife do seu churrasco de domingo ou o carvão usado na fabricação de ferro-gusa, matéria-prima do aço com o qual é feito o seu carro? Através de conexões por cadeias produtivas nos tornamos corresponsáveis pelos crimes cometidos a milhares de quilômetros. E, consequentemente, rasgar o Código Florestal torna-se fundamental para ajudar a mantermos nosso padrão de consumo intocado. A maior parte da madeira extraída da Amazônia não vira mesinha de centro na Europa, mas é utilizada na construção civil brasileira. E imagine que temos Copa do Mundo e Olimpíada pela frente, fora a demanda gigantesca exigida pelo Minha Casa, Minha Vida e pelas grandes obras do PAC. Ao fazer o papel que seria do Estado e lutar contra madeireiros, morreram Maria e Zé Cláudio.

Leia mais clicando aqui, no Blog do Sakamoto.


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Escárnio à lei



A bandidagem desafia as autoridades, as instituições e as polícias no Pará: PF, MP PM e Polícia Civil estão em Nova Ipixuna para capturar os executores e mandantes do assassinato do casal de extrativistas Zé Cláudio e Maria do Espírito Santo. Pois Ereneliton Pereira dos Santos, tido como principal testemunha do crime, foi assassinado também lá, ontem, nas barbas da cúpula da Segurança Pública.

Os ambientalistas constavam na lista de marcados pra morrer desde 2001 e ninguém os protegeu. Em março deste ano duas famílias tiveram suas casas incendiadas no assentamento Praia Alta/Piranheira por pistoleiros a mando de madeireiros.

Como é possível que em pleno 2011 continue a existir lista de marcados para morrer e as mortes anunciadas se concretizem sem que o poder público tome providências? Até quando essa carnificina vai perdurar?



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Um comentário:

Anônimo disse...

Que país???Ainda existe isso que se chama Brasil???Onde tudo pode, tudo fazem, tudo descem goela abaixo, tudo acontece e NADA PEGA???Um país onde o executivo agora é o próprio legislativo, com suas esdrúxulas MP's, PL's, DL's e que já mandam aprovadas para o Congresso???Por isso que sou um dos 80 milhões de brasileiros que não votou em Dilma e jamais votarei em PT enquanto tiver vida. Publiquem, por favor!