Aos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação Pública no Pará, nossa mais plena e profunda solidariedade.
A sociedade paraense, e toda a categoria bancária, assiste as lamentáveis manobras políticas que o atual governo estadual se presta a tramar contra os trabalhadores e trabalhadoras em educação no Pará, que neste momento exercem seu legal e legítimo direito de greve. A ousadia e a coragem, a firmeza de propósitos e a lucidez dos nossos trabalhadores em educação pública merecem o mais absoluto reconhecimento e respeito de todo homem e mulher de bem, que crê que a educação não pode continuar sendo tratada como mercadoria, e de segunda mão.
Tornaram-se lugar comum, especialmente em períodos eleitorais, as afirmações de que a educação é o caminho para a superação das abissais mazelas que destroem as vidas da maioria de nossas crianças e jovens. Sabemos que a falta de oportunidades advém das raízes do sistema político e econômico de exclusão a que estamos submetidos, injusto na essência, e que nos foi imposto. Mas, se a educação é um dos caminhos para a superação das desigualdades, que dizer dos trabalhadores que carregam tamanha responsabilidade? Merecem continuar sobrevivendo com vergonhosos salários? Será que os educadores de nossos filhos e filhas merecem o tratamento indigno que têm recebido ao longo de décadas e décadas de governos que não cumprem o que prometem, e sucateiam a educação pública, enquanto escândalos são desvelados nas caixas pretas, que o povo clama por conhecer?
Nós, bancários e bancárias, que estamos preparados para ir além do limite de nossas forças, no sentido de defender a manutenção e o fortalecimento do Banpará enquanto banco público estadual, e os direitos, interesses e conquistas da categoria, também somos vítimas desse governo. Lutamos e conquistamos em ACT o nosso PCS, mas ele só foi implantado a partir da campanha da Associação de Funcionários do Banpará - AFBEPA e por força da Tutela Antecipada concedida pelo Juiz Federal do Trabalho Dr. Pedro Tupinambá. E durante toda a Campanha pelo PCS, e até hoje, o que vemos é a atual direção do nosso Sindicato dos Bancários partidariamente atrelada e politicamente subserviente aos governos. Porém, assim como os trabalhadores em educação, a categoria bancária também é corajosa e ousada e acreditou na verdadeira mudança, que foi golpeada de morte na apuração da recente eleição sindical dos bancários. Assim como no PCS do Banpará, também na educação, o governo não tem interesse em implantar o melhor e mais justo PCCR debatido e construído pelos trabalhadores em educação. Por isso, o verdadeiro responsável pela greve é o atual governo do estado que não conduziu o diálogo de forma respeitosa e nunca soube infundir confiança nas reuniões com a categoria, bem representada pelo SINTEPP.
A verdade é que os recursos que deveriam ser destinados a atender a educação no Pará, assim como a saúde e as melhorias reais para a vida da população, estão, provavelmente, tendo outra destinação , menos digna, por certo. No entanto, quem deve pagar por esses erros são os maus governantes que iludem o povo durante as campanhas eleitorais e não os trabalhadores. Porque o governo não usa o montante das verbas gastas com a falsa propaganda, para implantar o justo PCCR dos trabalhadores em educação pública?
Por isso, nós, Bancários e Bancárias, afirmamos, com muita honra e convicção, nossa mais plena e profunda solidariedade aos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação no Pará, porque temos a certeza de que a luta dos nossos irmãos de classe, é uma luta justa, digna, legítima e legal, que traduz uma indignação geral da sociedade que não suporta mais a corrupção e a injustiça social, política e econômica, e deseja serviços reais, cuidados reais com o povo, e uma educação de qualidade, com profissionais justamente remunerados, em condições de exercer dignamente a sagrada tarefa que lhes compete.
Viva a luta dos trabalhadores e trabalhadoras em educação! Viva o SINTEPP, que bem sabe representar e contemplar a força da categoria!
Contem sempre conosco, e que a fé na dignidade, na esperança e na vida seja sempre nossa bela bandeira hasteada e sustentada pela luta incansável dos que não desistem de acreditar!
Um forte abraço,
KÁTIA FURTADO
Presidenta reeleita da Associação de Funcionários do Banpará – AFBEPA.
Presidenta da Chapa 2 SINDICATO LIVRE É DOS BANCÁRIOS.
Belém, maio de 2010.
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