Assustados, com o olhar distante, olheiras visíveis e chorando, assim a Presidenta da AFBEPA encontrou o bancário e sua esposa na Delegacia de Abaetetuba, os rostos espelhavam sofrimento, angústia e dor. O colega tesoureiro, ainda impactado, só falava nos filhos.
Crianças de 12, 6 e 4 anos, dois meninos e uma menininha, a caçula, também assustados com a violência sofrida, um dos meninos, o de 6 anos, ardia em febre, devido a emoção de ver o seu pai ficar em sua casa com um dos bandidos lhe apontando a arma, enquanto por volta das 4 horas da manhã eram levados, ainda de pijamas, por parte dos integrantes da quadrilha, para destino ignorado. A febre do menino tinha um motivo, segundo a mãe, ele acreditou que não veria mais o seu pai com vida.
Este foi mais um número das estatísticas de atentados contra funcionários e funcionárias do Banpará. A AFBEPA não vê a estatística de forma fria e desumana, como o Delegado que tomou o depoimento da esposa do bancário, mas com a visão da vida, do ser que sofre, que sente e chora, que quer cuidado, amparo e proteção.
Quando a assistente social do Banpará chegou, depois do meio-dia, a Presidenta da AFBEPA e um colega da agência, se deslocaram até a casa da mãe do bancário, onde ele se encontrava com a sua família, e lá ficamos sabendo que não havia médico que atendesse pela Unimed. Ao solicitar que o bancário e sua família fosse atendido por um médico particular da cidade, a AFBEPA soube que não havia autorização da Diretoria para que isso fosse feito. A assistente social queria alugar um táxi para ir até Vila dos Cabanos com o bancário, sua esposa e o filho que estava com febre e, por não entender o motivo da necessidade de contratar um táxi para ir até Vila dos Cabanos, a AFBEPA questionou tal procedimento e ficou sabendo que a equipe formada por auditoria, GESPA e assistente social, que se deslocou até Abaetetuba, foi de ônibus de linha.
Decepcionante e lamentável o comportamento da Direção do Banpará no trato com seus funcionários, em uma situação tão grave como a que o bancário da Ag. Abaetetuba sofreu com sua família. No mínimo deveria ter encaminhado junto com a equipe, que foi até Abaetetuba, uma psicóloga e que fossem transportados em um dos vários carros, do contrato com terceiros ou a caminhonete recentemente adquirida, que o Banpará possui.
Resta indubitável a ausência de políticas de pessoal efetivas de Prevenção, Proteção e até de Remediação, pois a cada colega e família vitimados, com todo o respeito aos colegas que tentam ajudar o trabalhador (a) e família, principalmente a GESAT, fica comprovado que as providências tomadas são pontuais, não há política de atendimento psicológico imediato ao trabalhador (a) e a sua família; não há provisão de verba para as emergências, como a ausência de médico na cidade, compra de remédios etc; não há advogado que assista as vítimas na Delegacia; não há política que proteja o funcionário (a) em sua casa, uma vez que ele lida com o dinheiro do Banco; não há transporte disponível no Banpará para atender esse tipo de situação gravíssima que o trabalhador(a) passa, entre outras.
Contraditório é saber que, a cada inauguração de uma nova Unidade do Banpará, é rápido que se freta jatinho, para com toda pompa, a Diretoria e outros representantes do Banpará se deslocarem, contudo, numa situação de atentado contra um Patrimônio do Banco, seus trabalhadores (as), as medidas tomadas são desrespeitosas e indecentes.
A AFBEPA não aceita que o maior patrimônio do Banpará, seus trabalhadores (as), sejam maltratados, pois somos nós que lutamos pelo sucesso, fortalecimento e engrandecimento do Banpará. A cada dia que nos sujeitamos a trabalhar sem equipamentos e máquinas adequadas; sem estrutura adequada de pessoal; com a lentidão dos provedores de internet; com mobiliários ergonomicamente inadequados; com estruturas físicas deterioradas, com as quais passamos vergonha etc, nós, os funcionários e funcionárias, demonstramos ao Banpará o nosso compromisso com o Banco, principalmente com a venda de produtos e serviços e o alcance das metas.
Agora queremos que a Direção do Banpará cumpra o seu compromisso e dever legal de nos propiciar bons salários; ambientes de trabalhos salubres, seguros e higiênicos; mobiliários adequados à coluna vertebral do funcionário (a); prevenção contra sinistros; proteção e cuidado com a Vida etc.
É PRECISO AGIR E GARANTIR BOAS PRÁTICAS DE POLÍTICAS DE PESSOAL. TRATAMENTO HUMANO É BOM E TODO MUNDO GOSTA!
UNIDOS SOMOS FORTES!
A DIREÇÃO DA AFBEPA
Fotos: AFBEPA
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