Ainda ontem a AFBEPA esteve no gabinete do Dep. Edmilson Rodrigues - PSOL que atendeu a diretoria da Associação e se comprometeu a manifestar em plenário apoio à nossa Greve e buscar abrir esse canal de diálogo junto a outros parlamentares, principalmente os deputados do PSDB e base aliada.
A AFBEPA entregará aos deputados e deputadas o documento abaixo:
CARTA DOS BANCÁRIOS E BANCÁRIAS DO BANPARÁ
Belém,
Pará, 08 de outubro de 2013.
Exmo(a). Sr(a). Deputado(a),Neste momento, buscamos apoio nesta Casa para que possamos atingir nossos justos e legítimos objetivos. Estamos em plena e forte Greve da Campanha Salarial e, até agora, a direção do Banpará não se dignou a negociar nossa Minuta de Reivindicações, especialmente as cláusulas econômicas, que são as que mais nos interessam.
As cinco mesas de negociação anteriores à Greve em nada avançaram. A única mesa ocorrida após a deflagração da Greve, em 30 de setembro, infelizmente também nada produziu porque a direção do Banpará não apresentou contrapropostas às nossas Reivindicações, ao contrário, tentam nos impor seus próprios interesses enquanto gestores do Banco.
Desde o ano passado, quando nos foi sequestrado o Tíquete Extra, um direito, uma sobra da nossa PLR, nos tem sido afirmado que é o Governo Estadual quem trava o avanço nas negociações. Este ano, a culpa está recaindo nas costas do vice-governador, Sr. Helenilson Pontes, que é também Presidente do Conselho de Administração do Banpará.
Se a direção do Banco não tem autonomia e independência para negociar com seus funcionários, por travas impostas pelo Governo, apesar de ser o Banpará uma empresa de economia mista, autossustentada, e que repassa milhões por ano ao Governo Estadual, então nos resta, para encontrar um caminho de atendimento às nossas justas e legítimas demandas, recorrer à negociação direta com o Presidente do Consad e vice-governador Helenilson Pontes.
Ressaltamos que nós, funcionários do Banpará, perdemos imensamente em salário e qualidade de vida desde quando se implantou a política de reajuste zero que marcou toda a década de 90. Somado a isso, houve o congelamento do nosso Plano de Cargos e Salários, por mais de quinze anos, além da nossa doação, por onze meses em 1998, de 20% de nossos salários ao Banco, para capitalizar e salvar o Banpará naquele momento.
Quando o Banco precisou e precisa de nós, estamos a postos. Hoje o Banpará é uma empresa fortalecida, lucrativa, cuja diretoria exibe com orgulho resultados e lucros crescentes a cada ano e repassa cada vez mais dividendos ao Governo. No entanto, quando nós estamos em nosso direito de negociar nossos interesses enquanto categoria de trabalhadores, a reação da direção é a pior possível, é o desrespeito de nos enviar um comunicado querendo nos tirar da Greve com terapia holística, abono academia e PDR, que é o Plano de Distribuição de Resultados, onde o empregado é obrigado a atingir 90% das metas fixadas; é o ataque ao não pagar nossa Ciriana, antecipação de parcela do 13º salário, que nos é paga sempre uma semana antes do Círio, há 48 anos; é a pressão e o constrangimento contra o nosso direito de Greve.
Estamos chocados com tais atitudes que demonstram imaturidade, incompetência negocial, abuso do poder econômico e desrespeito diante de nossas reivindicações, diante de nossa luta, diante de nossa Greve, que é legítima e legal.
Infelizmente, ano passado não foi muito diferente. Usando de ameaças veladas de levar nossa Greve ao dissídio, a direção do Banpará nos sequestrou o nosso Tíquete Extra, que é uma sobra da nossa PLR que, no ano passado, chegava a cerca de R$ 6 milhões de reais. Não sabemos de que forma foi usado esse dinheiro que é nosso.
Para seu melhor entendimento, a distribuição da PLR é feita da seguinte forma: regra básica mais parcela adicional que tem como teto nacional 15% do lucro líquido. Na Caixa o percentual de distribuição tem como teto 19% e é, efetivamente, todo distribuído. No Banpará, a parcela adicional soma mais 2%, ou seja tem como teto 17%, no entanto, por conta dos baixos salários, nunca se atinge esse teto. Na realidade o Banco distribuiu, ano passado, apenas 9,4% do lucro líquido, ao invés dos 17% que é o que deveria ser distribuído.
Em 2008, a pedido dos bancários e bancárias, a direção do Banpará distribuiu todo o valor destinado ao pagamento da PLR. A sobra, então, sempre foi paga em forma de Abono e Tíquete Extra até 2011. Em 2012, a direção do Banco nos sequestrou esse direito.
Esse ano, a direção do Banpará se nega a debater o retorno do nosso Tíquete Extra que é a maior reivindicação da categoria. Não compreendeu, ainda, a diretoria, que sua atitude descabida de sequer debater nossas reivindicações econômicas foi o que levou a categoria à Greve e é o que a mantém na Greve até que uma atitude mais sensata e madura faça com que a diretoria do Banco negocie. Negociar, em uma Campanha Salarial, é o mínimo que se espera diante de uma das mais poderosas Greves dos bancários e bancárias do Banpará.
Nossas principais reivindicações econômicas são:
O RETORNO DO TÍQUETE EXTRA, NO VALOR DE R$ 5 MIL REAIS, PARA CADA BANCÁRIO E BANCÁRIA;
O PAGAMENTO DA PROMOÇÃO POR ANTIGUIDADE, PARA TODOS, RETROATIVA A JANEIRO DE 2013, E A GARANTIA DA PROMOÇÃO POR MERECIMENTO EM JANEIRO DE 2014;
E também: reajuste digno, acima da Fenaban, já que temos o menor salário entre os bancos públicos; a inclusão de ascendentes no plano de saúde; segurança, implantação imediata do ponto eletrônico, pagamento de todas as horas extras, respeito, dignidade e valorização efetiva, dentre dezenas de outras reivindicações.
Solicitamos a Vossa Excelência que intermedeie, com urgência, nosso pedido de reunião junto ao vice-governador e presidente do Consad, Helenilson Pontes para que possamos demonstrar a ele nossas razões e legítimas reivindicações nessa Campanha Salarial.
Agradecemos a atenção recebida e aguardamos breve e positivo retorno.
Atenciosamente,
Kátia Furtado
Presidenta da AFBEPA
Nossa Greve está mais firme do que nunca e não sairemos dela com migalhas!
PELO RETORNO DO TÍQUETE EXTRA NO VALOR DE R$ 5 MIL REAIS PARA CADA FUNCIONÁRIO!
PELA PROMOÇÃO POR ANTIGUIDADE, PARA TODOS, RETROATIVA A JANEIRO DE 2013 E PELA PROMOÇÃO POR MERECIMENTO EM JANEIRO DE 2014!
PELA INCLUSÃO DE ASCENDENTES E DESCENDENTES MAIORES DE IDADE NO PLANO DE SAÚDE!
POR REAJUSTE ACIMA DA FENABAN, JÁ QUE TEMOS O MENOR SALÁRIO ENTRE OS BANCOS PÚBLICOS, e demais reivindicações!
NA LUTA É QUE SE AVANÇA!
UNIDOS SOMOS FORTES!
ASSEMBLÉIA DIZ NÃO À PROPOSTA REBAIXADÍSSIMA DA FENABAN
Como era de se esperar, em assembléia geral na tarde da última segunda-feira, 7 de outubro, a categoria bancária decidiu que a greve vai continuar! A proposta da Fenaban, mais uma vez, foi rejeitada nacionalmente pelos bancários.
Segundo o site da Contraf, a proposta dos Bancos, de elevar de 6,1% para 7,1% (ganho real de 0,97%), foi apresentada na última sexta-feira 4 de outubro, "depois de um mês de silêncio".
Não vamos engolir 7,1%. Agora, devemos nos UNIR. Vamos fortalecer mais ainda o nosso movimento até que os banqueiros atendam os nossos reais interesses!
"Nós somos desrespeitados diariamente pela Diretoria do Banpará. Precisamos, mais do que nunca, fortalecer ainda mais a greve. Isso é uma questão de honra!", afirma o diretor da AFBEPA, Antônio Bechara.
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Um comentário:
Senhor Governador Simão Jatene, sua administração está sendo balançada por pessoas imaturas, vingativas e irresponsáveis, que permitem esse ataque velado à população paraense, logo na santa semana do Natal desse povo que te elegeu novamente. Caso V. Excia. não se pronuncie e deixa as águas rolarem nãs mãos dessa turma, V. Excia. poderá esquecer de reeleição em 2014, já que o povo não é mais tão burro em saber que a culpa dessa longa greve é da sua equipe que tão mal administra o nosso banco, capitaneados pelo seu VICE. Pense bem, Senhor Jatene. Já seria hora de mudar essa sua equipe para o bem de todos.
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