No último sábado, 08 de dezembro, polícias da PM e Bombeiros encontraram, no fundo do Rio Capim, o corpo do jovem Francivaldo Soares da Silva, há apenas três meses bancário do Banco do Brasil no município de São Domingos do Capim. Provavelmente quando prestou concurso, foi aprovado e classificado, e convocado ao trabalho de bancário no Banco do Brasil, Francivaldo, sua esposa e seus familiares jamais imaginavam que estaria assinando seu decreto de morte.
Uma morte, um assassinato absolutamente previsível, já que é exatamente nesse período de final de ano que se intensificam os assaltos a Bancos, e enquanto as quadrilhas agem de forma meticulosamente planejada, tendo como alvos os bancários e seus familiares, as direções de Bancos, os banqueiros e a segurança pública ou não se movem, pouco se importando com as vidas humanas em jogo, ou se movem lentamente, principalmente quando o assunto é a necessária e urgente prevenção.
A todos chocou o fato em si, a tragédia que ceifou a vida do bancário, que feriu de morte as vidas de seus familiares, que abalou profundamente os colegas do Banco do Brasil, toda a categoria bancária e toda a sociedade, mas é preciso chamar a atenção para alguns fatos paralelos:
1) Fotos de jornais mostraram a agência funcionando normalmente na sexta-feira, 07, quando, na madrugada, o assalto foi frustrado, mas havia um colega bancário da Agência feito refém da quadrilha. Ora, como o Sindicato dos Bancários permitiu que a Agência abrisse e funcionasse "normalmente" uma vez que estava em curso uma tragédia anunciada que, naturalmente, desequilibrou a todos na unidade de trabalho?! Que normalidade absurda é essa com a qual o Sindicato, que deveria proteger as vidas dos bancários, coonesta?! Quando o mesmo ocorreu na Ag. Pedreira do Banpará, esta AFBEPA fechou a Agência, independente de ordens superiores. E o fez corretamente, para resguardar a integridade emocional dos bancários abalados com o crime. É uma questão de humanidade, porque bancários não são máquinas, são seres humanos e ninguém, em sã consciência, pode crer que haja a mínima condição de trabalho "normal" quando há um assalto, ou uma tentativa de assalto, ou quando um dos colegas está como refém de uma quadrilha!
2) A tese sempre sustentada pelas Polícias é que, em caso de assaltos na modalidade sapatinho, as quadrilhas nunca cumprem o que prometem, nunca matam os reféns, porque querem mesmo é o dinheiro. Essa tese, essa crença equivocada, faz, e fez no caso em questão, com que as Polícias, e também os gestores das unidades, ajam para preservar principalmente o patrimônio financeiro dos Bancos, e não as vidas dos bancários. Essa tese mostrou-se tragicamente errônea no caso do jovem bancário, refém, Francivaldo. Porque a PM reagiu se havia um bancário feito refém?! Porque não buscou, em primeiro lugar, proteger a vida do bancário, nas mãos dos bandidos?! Com esse ato, as quadrilhas mandaram um aviso brutal: o de que não mais pouparão as vidas dos reféns. Os reféns, as vítimas potenciais somos nós, os bancários e bancárias, e nossas famílias, que, sobretudo no interior do Estado, convivemos diuturnamente, com a (in)segurança permanente.
A realidade é que ser bancário é, cada vez mais, uma profissão de alto risco. O fato de lidarmos com o dinheiro como negócio principal da atividade profissional nos coloca em posição de vítimas potenciais da ação organizada e planejada de quadrilhas que conhecem detalhes minuciosos de nossas vidas, de nossas rotinas, assim como de nossos familiares. Mas quando se trata de políticas de segurança somos a última prioridade, ou, na maioria dos casos, nem contamos para definição de ações preventivas, senão, onde e quando algum Banco ou mesmo a segurança pública agiu para resguardar, preventivamente, nossas vidas?
A AFBEPA se solidariza com a família de Francivaldo, com os bancários do Banco do Brasil e com toda a categoria, enlutada por mais essa perda, por mais essa tragédia que nos fere de morte a todos e todas que conhecemos de perto essa realidade, mas essa AFBEPA cobra, cobra das direções de Bancos, dos banqueiros, da segurança pública, do governo estadual, cobra e coloca sob suas mãos o sangue do corpo de Francivaldo, o peso desse assassinato porque não se trata apenas de uma terrível ação das quadrilhas, mas também de uma terrível omissão das direções de Bancos, dos banqueiros, da segurança pública e do governo estadual. E quem se omite também é responsável, porque poderia, precisaria evitar essa e tantas outras tragédias.
Até quando?!
*
5 comentários:
Saber o que é correto e não o fazer é falta de coragem.A humanidade é infeliz por ter feito do trabalho um sacrifício e do amor um pecado. Mais do que em qualquer outra época, a humanidade está numa encruzilhada. Um caminho leva ao desespero absoluto. O outro, à total extinção. Vamos rezar para que tenhamos a sabedoria de saber escolher. Nos veremos em 2014, Senhores Jatene, Augusto Sérgio e cia.
A ganância insaciável é um dos tristes fenómenos que apressam a autodestruição do homem. A ganância humana não dá tréguas e desconhece limites. A sociedade brasileira considera o dinheiro um assunto muito mais sério que a própria morte, o que torna dificílimo conseguir alguma coisa a troco de nada. Não se ganha nada de graça neste mundo. Os comunistas que se danem. No Brasil, quando surge algo bom, os ricos e governantes metem a mão e tiram de circulação até estragar ou mudar, e só então deixam a gente tirar uma casquinha. Mas aqui estou eu, malhando e pichando o Brasil atual por ter mudado tão drascticamente. Um lugar onde sempre procuraram acabar com o couro do povo e cavar suas sepulturas. "Continuem assim", governador Jatene e Sr. Augusto Sérgio, este que amanhã voltará a sentar numa reles carteira de algum setor e, certamente que será muito antipatizado por seus novos colegas.
Charles Bukowski
Estarrecida. Assustada. Amedrontada. E entregue a própria sorte. É como me sinto nesse momento sendo bancária. Quando fiz concurso público para trabalhar em Banco não imaginava que um dia eu sentiria medo de sair para trabalhar, e até mesmo de ficar dentro de casa e ser apanhada como refém por quadrilhas de bandidos, e o pior, ver minha família refém dessas quadrilhas. Meu Deus, até quando vamos ter que aguentar essa insegurança? Quem poderá nos defender, pois todos os super heróis que eu conhecia quando criança já morreram. Será que ainda existe alguém com super poderes que possa inibir essas quadrilhas que ceifam nossas vidas, invadem nossas casa, matam nossos filhos. Presto minha solidariedade, o meu sentimento de luto a família de FRANCIVALDO. Que a morte trágica e cruel de Francivaldo seja lembrada como marco de uma nova realidade de segurança para todos os bancários e bancárias do Brasil. Que venha um SUPER HERÓI para combater essas quadrilhas de ratos e vermes humanos. Amanhã, eu e meus colegas de trabalho não queremos ser as próximas vítimas. Estamos vivendo o terror, que antes abalava apenas os povos do Oriente, hoje essa triste realidade de tanta violência está ao nosso lado.
Espero e quero crer que os governos e banqqueiros façam fortes investimentos em prevenção.
É PRA JÁ!
Bancária assustada.
Oh minha colega, o pior é que jamais veremos isso. As vidas humanas estão chutadas para o lixo, enquanto a ganância por dinheiro lhes corroe as visceras. Só podemos orar muito para que Deus tenha misericórdia e envie logo Seu Filho de volta, a fim de que dizime definitivamente essa podre humanidade, criada em 7 dias e com muito amor. Mas, acredite, da única justiça que jamais falha, eles não escaparão. E esse justiça às vezes acontece ainda aqui embaixo.
Postar um comentário