No sábado passado, o Sindicato dos Bancários realizou o Seminário “O BANPARÁ QUE QUEREMOS PARA OS PRÓXIMOS ANOS”. Não nos cabe aqui produzir um relatório, o que será feito pelo organizador do evento, mas vamos trazer os principais pontos, de interesse do funcionalismo, tocados pelo presidente do Conselho de Administração e pelos colegas bancários do Banpará. Precisamos aprofundar e ampliar mais esse debate, e com urgência. É tempo de eleições e os candidatos ao governo estadual, no segundo turno, assim como os parlamentares eleitos, deverão se manifestar acerca da manutenção e fortalecimento do Banpará enquanto banco público e estadual.
A AFBEPA nasceu lutando em defesa do Banpará. Os dois motivos essenciais, contemplados no Estatuto da entidade, são a defesa do banco e a defesa do funcionalismo. Por isso, embora não tenha sido convidada para compor os debates, o que seria óbvio e natural, a Associação de Funcionários expressou satisfação diante da realização de um Seminário assim denominado “O BANPARÁ QUE QUEREMOS PARA OS PRÓXIMOS ANOS”.
A Associação havia formatado um Seminário desse porte, inclusive objetivando convidar o Sindicato, os poderes executivo, legislativo e judiciário; as associações de municípios, as prefeituras e câmaras de vereadores das principais cidades do Pará, as associações comerciais dos maiores municípios e a Associação Comercial do Estado do Para, além de associações de produtores rurais, artesanais, dentre outras modalidades para que, todos juntos, pudéssemos assumir um compromisso, compor um arco de alianças em defesa da manutenção e fortalecimento do Banpará enquanto banco público estadual. Era essa a expectativa da AFBEPA no momento em que viu publicado no site do Sindicato, o chamado geral para o citado Seminário.
No entanto, para um evento de tamanha magnitude, que se propunha a debater e construir um documento acerca do tema “O BANPARÁ QUE QUEREMOS PARA OS PRÓXIMOS ANOS”, a participação foi muito pequena. Compareceram alguns funcionários do Banpará de Castanhal e Tucuruí, convidados e mobilizados, em sua maioria, pela AFBEPA; alguns colegas da matriz, agências de Belém e PAB TJE, o que somou, mais ou menos, cerca de 20 funcionários do Banpará. Estavam presentes, também, alguns diretores do Sindicato, e mais os dois convidados do evento: Sr. Edilson Rodrigues, Presidente do Conselho de Administração do Banpará, e Sr. Pirotti, pela Contraf/CUT, que compuseram a mesa e discursaram, respectivamente, sobre a prestação de contas do que o governo fez no Banpará, e os propósitos de um banco público.
O Presidente do Conselho de Administração do Banco disse que o governo não venderá o Banco, porém se omitiu sobre incorporação ou fusão. Não respondeu à questão da extinção da DIRET e da ida dos fundos para o Banco do Brasil e afirmou que há forças dentro e fora do governo que querem a venda do Banpará. Falou ainda sobre os desafios diante da portabilidade, que ocorrerá ao fim de 2011 e início de 2012. Contudo, os funcionários do Banco, que lidam diariamente com o público, esclareceram que hoje boa parte do funcionalismo público já realiza o Termo de Transferência de Salário para outros bancos.
O Presidente do Conselho de Administração do Banco elogiou a política implementada pela governadora que determina que as pessoas jurídicas que contratam com o Estado, abram conta no BANPARÁ; no entanto, os colegas bancários alertaram para o fato de que, na ausência de um leque maior de produtos, já que hoje o Banco só atua com os Recebíveis, esses clientes não operam seus créditos no banco, ao contrário, repassam esses créditos para outras instituições bancárias.
Verificou-se por meio de um estudo apresentado pelo Sindicato, que há uma grande carência de Agências ou PABS, no Estado. Em intervenções no Seminário, os colegas consideram que essa grande carência deve se tornar um desafio para crescer e ampliar o Banpará, já que em cada um dos 144 municípios do Pará, há a necessidade de investimentos na produção e na geração de emprego e renda e o Banpará pode e deve ser o instrumento para tanto, porém, além de ter mais produtos, o banco precisa, urgentemente, rever e reduzir a política de juros do Banpará Comunidade, hoje inacessível, o que faz com que a inadimplência seja muito alta e inviabiliza a manutenção do crédito e a concretização da missão e das metas do programa.
Outra questão delicada e fundamental é a resolução da tecnologia no Banpará. É preciso agilidade e rapidez para atender a demanda e superar a lentidão e os constantes problemas de sistemas. A AFBEPA insiste na necessidade de que o Banpará se repense por dentro, buscando a melhor produção a partir do próprio funcionalismo, que precisa ser valorizado, porque acredita tanto no banco, que foi capaz de doar 20% do salário por um ano para capitalizar o Banpará em 1998. Os bancários e bancárias sabem o melhor caminho porque estão na produção, na ponta, no atendimento, conhecem a realidade do banco e de seus clientes. O Banpará, como patrimônio do povo paraense, precisa receber investimentos em tecnologia, precisa ter mais produtos e produtos mais acessíveis, e ter seu maior patrimônio, seu funcionalismo, mais valorizado e qualificado para melhor atender ao povo do Pará.
A AFBEPA considera que a iniciativa do Seminário foi importante, mas lamenta a pouca participação, a pouca mobilização e a ausência de setores fundamentais para elaborar as estratégias de fortalecimento do Banpará. A AFBEPA aguarda o relatório que será elaborado pelo Sindicato dos Bancários e já planeja um momento para aprofundar e ampliar mais o debate em torno do tema, envolvendo vários setores e atores sociais.
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