sexta-feira, 2 de outubro de 2009

FENABAN ABUSA DE NOVO! GREVE CONTINUA!

Fenaban desrespeita bancários e não faz proposta. Resposta é ampliar a greve

Crédito: Susan Meire/Feeb SP-MS
Susan Meire/Feeb SP-MS Depois de dois dias de negociações com o Comando Nacional dos Bancários, realizadas em São Paulo nesta quinta e sexta-feira, os bancos mais uma vez frustraram as expectativas dos trabalhadores e não apresentaram proposta. Eles insistem em reduzir a PLR, não querem conceder aumento real e se recusam a dar garantias de emprego, e se negam a valorizar os pisos salariais e a melhorar as condições de saúde, segurança e trabalho. Em razão da intransigência dos banqueiros, o Comando Nacional orienta os sindicatos a fortalecerem ainda mais o movimento a partir de segunda-feira, 5, 12º dia de greve.

"Reiteramos aos bancos que a categoria bancária não aceitará a redução da PLR, como as empresas estão propondo, e insistimos na reivindicação de três salários mais R$ 3.850. Também não aceitaremos nenhuma proposta que não contemple aumento real de salário, valorização dos pisos salariais, proteção aos postos de trabalho e mais contratações, além da implementação de políticas que melhorem as condições de trabalho, de saúde e de segurança e apontem para o fim do assédio moral", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

"Os bancos estão abusando e desrespeitando os bancários e a sociedade e mais uma vez mostram sua ganância e sua falta de responsabilidade social. Apesar de não terem sido afetados pela crise, apesar de continuarem apresentando a maior lucratividade de toda a economia brasileira, os banqueiros negam as reivindicações justas de seus trabalhadores, que já demonstraram sua indignação com a postura intransigente das empresas. À categoria não resta outra alternativa a não ser continuar e ampliar a greve em todo o país", acrescenta Carlos Cordeiro.

A comissão de negociação da Fenaban informou que os presidentes dos bancos vão se reunir, provavelmente na segunda-feira, para avaliar a possibilidade de formular uma nova proposta. Após a reunião, haverá contato com o Comando Nacional para marcar uma nova rodada de negociação.

Os bancários vão continuar a greve por:

- Reajuste de 10% do salário. Os bancos ofereceram 4,5%, apenas a reposição da inflação dos últimos doze meses, enquanto outras categorias de trabalhadores de setores econômicos menos lucrativos estão conquistando aumento real de salário.

- PLR maior. Os bancos querem reduzir PLR para aumentar lucros. Os bancários querem uma PLR simplificada, equivalente a três salários mais R$ 3.850 fixos. Os banqueiros propuseram 1,5 salário limitado a 4% do lucro líquido mais 1,5% do lucro líquido distribuído linearmente, com limite de R$ 1.500. Essa fórmula reduz o valor da PLR paga no ano passado. Em 2008, os bancos distribuíram de PLR até 15% do lucro líquidomais parcela adicional relativa ao aumento da lucratividade que chegou a R$ 1.980. Neste ano querem limitar o total da PLR distrubuida aos bancários a 5,5% do lucro líquido e a R$ 11.500.

- Valorização dos pisos salariais. A categoria reivindica pisos de R$ 1.432 para portaria, R$ 2.047 (salário mínimo do Dieese) para escriturário, R$ 2.763,45 para caixa, R$ 3.477,00 para primeiro comissionado e R$ 4.605,73 para primeiro gerente. Os bancos rejeitam a valorização dos pisos e propõem 4,5% de reajuste para todas as faixas salariais.

- Preservação dos empregos e mais contratações. Seis dos maiores bancos do país estão passando por processos de fusão. Os bancários querem garantias de que não perderão postos de trabalho e exigem mais contratações para dar conta da crescente demanda. Os bancos se recusam a discutir o emprego e aplicar a Convenção 158 da OIT, que inibe demissões imotivadas.

- Mais saúde e melhores condições de trabalho. A enorme pressão por metas e o assédio moral são os piores problemas que a categoria enfrenta hoje, provocando sérios impactos na saúde física e psíquica. A Fenaban não fez proposta para combater essa situação e melhorar as condições de saúde e trabalho.

- Auxílio-creche/babá. A categoria quer R$ 465 (um salário mínimo) para filhos até 83 meses (idade prevista no acordo em vigor). Os bancos oferecem R$ 205 e querem reduzir a idade para 71 meses.

- Auxílio-refeição. Os bancários reivindicam R$ 19,25 ao dia e as empresas propõem R$ 16,63.

- Cesta-alimentação. Os trabalhadores querem R$ 465, inclusive para a 13ª cesta-alimentação. Os bancos oferecem R$ 285,21 tanto para a cesta mensal quanto para a 13ª.

- Segurança. Os bancários querem instalações seguras e medidas como a proibição ao transporte de numerário, malotes e guarda das chaves. Também reivindicam adicional de risco de vida de 40% do salário para quem trabalha em agências e postos. A categoria defende proteção da vida dos trabalhadores e clientes.

- Previdência complementar para todos. Os bancários reivindicam planos de previdência complementar para todos os trabalhadores, com patrocínico dos bancos e participação na gestão dos fundos de pensão.

Fonte: Contraf-CUT



8 comentários:

Anônimo disse...

Estamos agoniados, a Kátia pediu pra gente ter força e continuar lutando, mas estão ameaçando cortar ponto e perda de comissão. Estamos preocupados, mas queremnos lutar por todos os direitos que o banpará deixou de fazer. Sindicato e associação, não deixem cortar o nosso ponto e nem as nossas comissões.
A gente vai segurar até o fim.

Anônimo disse...

É verdade. tem muita pressão pra gente voltar. Se perder a comissão, como fico? Infelizmente, nós dependemos da comissão, é aí que o banco nos amarra. Não sei se o PCS vai amenizar um pouco isso, porque pelo menos teremos um salário melhor que não dependa quase que totalmente da comissão. Eu vou grevar até o fim, e acredito que a afbepa e o sindicato vão nos proteger depois.

Anônimo disse...

Colegas, a greve é um direito para todos. Tenho certeza que o sindicato e a afbepa vão garantir nossos direitos até na justiça se for preciso. Vamos continuar até o fim. Mas um detalhe: acho triste que no governo do PT a gente esteja sendo ameaçado pra furar a greve, viu?

Anônimo disse...

Eu to morrendo de medo, ja existe um boato de que todos os caixas que estão em greve vão perder acomissão e vão ser subastituidos por funcionários novos, eu tenho tres filhos pra sustentar, e não sei o que farei da minha vida se ficar só com o salário pois não vou receber nada, já que só os meus descontos são maior que o salário o que sobra é a comissão.
Por isso peço encarecidamente a associação e ao sindicato que nos defenda e não deixe isso acontecer

Anônimo disse...

Não acredito que a governadora, bancária, do mesmo grupo do sindicato, vai mandar fazer isso com a gente não, pessoal. Calma, acho que se o sindicato entrou na greve é porque sabe o que tá fazendo né? e a greve é legal e pacífica. Tb tenho medo, mas se alguma coisa de ruim me acontecer, o sindicato ou a afbepa vão saber como resolver sim. Vamos continuar com força.

Cleide disse...

Colega das 11:28, tomara que voce esteja correta em sua avaliação, tbm estou apostando no bom senso da Governadora. Mas não tô com mêdo não, se estivermos unidos é improvável que o Banco vá nos punir, não que ele não queira, mas porque contra a força ninguem pode, e JUNTOS nós somos fortes...

Marlon George disse...

Caros colegas:
As ameaças são normais no período de greve, mas não esqueçamos que a greve é um meio legítimo do trabalhador para pessionar o banqueiro(capitalista) a atender nossos reinvindicações. Se não houvesse a lei de greve, estaríamos perdidos nas mãos do capital. Quanto à pressão, como corte de comissão, não se tem notícia de caso nos últimos período de greve anteriores. Pois se isso acontecer, será considerado abuso(se não assédio) e o sindicato estará atento para isso. No mais, vamos intensificar nossa greve para termos um resultado melhor para nossa categoria.
Um abraço.
Marlon George
Vice-pres. do SEEB PA/AP

Eu em greve! E você? disse...

"Não fazemos outra coisa
Impossível é o pão em cada boca
Uma justiça de olhos lúcidos
Uma terra sem lobos
Um encontro com a fonte no fim do dia
Somos realistas companheiro
Queremos o impossível"
Pichação feita nos muros de Paris - maio de 1968