segunda-feira, 12 de outubro de 2009
NOSSAS CRIANÇAS
Segunda-feira, ainda sob a emoção do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, hoje é dia de Nossa Senhora Aparecida e também dia das crianças... dia de sentir e de refletir com o coração... neste dia em que as emoções e a pureza transbordam em nós, vale pensar sobre como estão (sub)vivendo nossas crianças. Digo 'nossas crianças', porque é possível que, da mestiçagem que nos redime, deve ter nos restado algum senso de vida coletiva, herança dos nossos índios que tratam as crianças como filhas da tribo e não apenas da família. Falo de nossas crianças de Belém, do Pará, do Brasil e do mundo.
Há uma parcela de nossas crianças, que têm casa e comida, roupas e brinquedos novos, viagens, boa escola e plano de saúde, mas, no geral, estão abandonadas de tempo de amor, de afeto, de cuidados, de quem os ame.
Grande parte, que nem casa e nem boa escola e muito menos saúde, afeto, amor e cuidados, também não têm direito ao futuro. O futuro repetirá o passado de misérias, carências de toda ordem e falta de oportunidades de seus pais, mães e avós.
A maioria de nossas crianças vive à margem de quaisquer direitos, vítimas do consumismo, do narcotráfico, do trabalho escravo, da pedofilia, da prostituição infantil, da violência generalizada, do fundamentalismo, das guerras.
Nossas crianças estão sendo brutalmente violentadas naquilo que deveria ser o direito básico da infância, resguardado por todos os outros direitos preconizados nas leis: o direito à pureza. A mesma pureza que encontramos nas faces de Nossas Senhoras, mães de amor e misericórdia e que, raro, vemos nos olhos de nossas crianças... perdoem-nos, Mães amorosas, pelo mal que fazemos, em nossa cidade, em nosso estado, em nosso país, em nosso planeta, perdoem-nos pelo mal que fazemos contra nossas crianças.
Abaixo, colhemos alguns depoimentos de crianças de Belém. Reflitemos, com o coração.
"Queria que minha mãe e meu pai tivessem tempo pra mim e queria que eles brincassem um pouco comigo..."
Joana, 7 anos.
"Ah, eu queria que não tivesse fome e guerras no mundo."
Flávia, 9 anos.
"Eu quero que tenha mais árvores e que ninguém bata e nem maltrate as crianças."
Maria Fernanda, 4 anos.
"Eu queria que tivesse comida todo dia na minha casa."
Raísa, 11 anos.
"Eu queria um sapato novo, só meu. Todos os meus sapatos foram dados."
Melanny. 12 anos.
"Eu queria brincar."
Sthefany. 10 anos.
"Eu queria estudar. Queria ter uma vida, sei lá..."
Maike, 12 anos.
"Eu quero outra vida, porque nessa vida não tem mais nada pra mim."
Diego, 12 anos.
"Eu quero dinheiro. De qualquer jeito, um dia eu vou chegar lá."
Patrick. 13 anos.
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