A agência ainda nem abriu, e os(as) primeiros(as) clientes já estão na porta. Lá dentro, enquanto o sistema é iniciado, o(a) bancário(a) aproveita os minutos finais de silêncio para respirar. Mas ele(a) sabe que, em instantes, começa o turbilhão: filas, metas, cobranças, telefonemas, dúvidas, pressão. Às vezes, tudo isso ao mesmo tempo.
Essa rotina não é exceção, é realidade em muitas unidades do Banpará. E tem cobrado caro: exaustão mental, adoecimento emocional, afastamentos por transtornos psicológicos e doenças ocupacionais. É importante reconhecer que, graças a ajustes feitos pela presidência do Banco, o sistema se manteve estável no mês passado, o que foi um alívio para quem está na linha de frente. Ainda assim, a sobrecarga continua alta, e os relatos que chegam à AFBEPA mostram que o ritmo de trabalho segue intenso e, muitas vezes, acima do que é saudável.
A AFBEPA tem recebido um número crescente de relatos de trabalhadores(as) adoecidos(as), física e emocionalmente. Muitos(as) convivem com crises de ansiedade, esgotamento extremo e dores constantes, provocadas por jornadas intensas, pressão excessiva e equipes reduzidas.
O que antes parecia pontual, hoje se revela uma realidade comum: trabalhadores(as) que continuam dando o seu melhor mesmo quando o corpo e a mente já pedem pausa.
A cultura do desempenho a qualquer custo transformou o que deveria ser um ambiente de cooperação em um espaço de cobrança permanente. E o(a) “bancário(a) ideal” passou a ser aquele(a) que suporta tudo, que não adoece, que bate metas mesmo em condições adversas, que se desdobra para suprir a falta de equipe.
Esse modelo é insustentável, e profundamente desumano.
Desacelerar não é preguiça. Pedir ajuda não é fraqueza. Denunciar sobrecarga não é drama. São formas legítimas de preservar a própria saúde.
O(a) bancário(a) tem o direito ao intervalo adequado, a um ambiente saudável, à valorização do seu tempo e da sua história. A gestão precisa reconhecer que o lucro só existe porque há trabalhadores(as) dando tudo de si, muitas vezes mais do que deveriam.
É urgente humanizar o ritmo e valorizar quem constrói o Banco no dia a dia.
A AFBEPA tem sido voz ativa nessa luta. Reivindicamos melhores condições de trabalho, aumento no número de funcionários(as), modernização contínua dos sistemas, respeito aos limites humanos e atenção especial à saúde mental da categoria.
Reforçamos: essa luta não é contra setores, nem contra colegas, é a favor de todos(as). É por um ambiente de trabalho mais digno, mais leve e mais saudável para todos(as) os(as) trabalhadores(as) do Banpará.
Quantos(as) colegas você conhece que já adoeceram em silêncio? Quantas vezes você mesmo(a) sentiu que não aguentava mais
Um Banco forte precisa de trabalhadores(as) inteiros(as), física, emocional e mentalmente.
UNIDOS SOMOS FORTES
A DIREÇÃO DA AFBEPA
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