sexta-feira, 30 de outubro de 2009

SERÁ HOJE A ASSINATURA DO ACT 2009/2010

Alguns pontos importantes.

Fruto do nosso forte movimento grevista, decidido nas assembléias e com a participação da maioria dos bancários e bancárias, como sempre defendeu a AFBEPA, temos o ACT 2009/2010, que será assinado hoje, dia 30 pela direção do Banpará e direção do Sindicato dos Bancários.

O esforço para conseguir o melhor para o funcionalismo nem sempre se concretiza, pois no jogo das negociações muito é cedido por ambas as partes. Por isso, para que tenhamos as menores perdas possíveis, é fundamental que nossos interesses sejam sempre bem defendidos.

Identificamos alguns problemas neste ACT: a falta de regulamentação e o percentual da base de cálculo da PLR. Sobre este último, lançaremos um material específico nos próximos dias.

Abaixo, alguns dos itens mais importantes:


ABONO DOS DIAS PARADOS – GRANDE VITÓRIA DO FUNCIONALISMO! Uma das principais defesas da AFBEPA, o abono das faltas representa o reconhecimento e o respeito ao legítimo e legal direito de greve dos trabalhadores e trabalhadoras. A nossa unidade foi respeitada. Continuemos na luta, sempre!


AMPLA DEFESA NO COMITÊ DISCIPLINAR. O reconhecimento do direito de defesa do trabalhador (a), respeitando o princípio da oralidade no âmbito do Comitê Disciplinar também é um dos avanços mais importantes do ACT.


ELEIÇÃO PARA MEMBROS DO COMITÊ DISCIPLINAR – se dará em até 90 dias da assinatura do ACT.

Para valorizar o direito conquistado e ser coerente com a lógica da representatividade da categoria, devemos votar em quem defende os interesses e direitos dos funcionários, o que muitas vezes significa se opor aos argumentos da empresa. O Comitê Disciplinar é um espaço de decisões importantes e para que se faça sempre a justiça, os funcionários devem estar bem representados. Não devemos votar por critérios de amizades pessoais, o que pode levar a elegermos pessoas mais comprometidas com a direção do banco do que com o funcionalismo.


ELEIÇÃO PARA MEMBROS DO COMITÊ TRABALHISTA – se dará em até 30 dias da assinatura do ACT.

O Comitê Trabalhista será reativado e a categoria elegerá 3 membros efetivos e 3 suplentes. Também neste caso é de fundamental importância que tomemos a decisão de eleger colegas que defendam nossos interesses, nossos direitos e nossas conquistas. Vamos nos valorizar e valorizar este espaço como nosso! No âmbito do Comitê Trabalhista serão debatidos temas fundamentais como o assédio moral, efetivações, condições de trabalho, entre outros. Votemos com consciência e espírito coletivo, pensando sempre na maioria.


ELEIÇÃO PARA MEMBRO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO – se dará em até 90 dias da assinatura do ACT.

A mesma lógica devemos usar para eleger um (a) colega para membro do Conselho de Administração. Este é outro espaço importante de decisões fundamentais para os rumos do banco e para a vida do funcionalismo. É importante elegermos um (a) colega que realmente represente os interesses da maioria dos funcionários e não de um grupo apenas ou da direção. Este colega será a nossa voz e os nossos olhos no Conselho de Administração do Banpará. Votemos com consciência, para depois podermos cobrar!


EM CASO DE ASSALTO OU SEQUESTRO, os empregados e familiares envolvidos receberão atendimento específico sob coordenação do SESMT . Quanto à RESTITUIÇÃO DAS PERDAS devidamente comprovadas, o banco analisará caso a caso. A nosso ver, esta questão ainda é polêmica e continuaremos aprofundando este debate no Comitê Trabalhista.


AUMENTO DO PERÍODO DE AMAMENTAÇÃO PARA 270 DIAS. Redução da jornada em 30 minutos ao fim e ao término, ou em 1h ao fim ou ao término da jornada para amamentar e dar amor aos nossos pequenos.


PLANO DE SAÚDE. Edital será lançado em novembro, segundo a diretoria do Banpará.


TICKET ALIMENTAÇÃO EXTRA 1 – R$ 410,00, já pago aos funcionários que estão em efetivo exercício ou afastados por doenças, acidentes do trabalho e licença-maternidade até 24/03/2010.


TICKET ALIMENTAÇÃO EXTRA 2 – R$ 400,00 a ser pago até 25/03/2010 aos funcionários em efetivo exercício ou afastados por doenças, acidentes do trabalho e licença-maternidade até 24/03/2010.


PONTO ELETRÔNICO EM TODAS AS UNIDADES. Será implantado na vigência do ACT 2009/2010. Este é outro item muito importante porque significa a garantia de controle efetivo das horas trabalhadas, inclusive além da jornada estabelecida em lei. Hoje, muitos colegas fazem horas extras sem o devido pagamento. O ponto eletrônico resolverá de forma justa esta irregularidade ainda presente no âmbito do trabalho.


QUEBRA DE CAIXA PARA TESOUREIROS E COORDENADORES DE PAB, no mesmo valor pago aos caixas, proporcionalmente aos dias em que assumirem, justificadamente, o caixa.


PLR – Na assembléia dos bancários e bancárias, o modelo votado de PLR foi o mesmo praticado nos anos anteriores: percentual de 15% sobre o lucro líquido dos bancos. Durante a campanha salarial 2009/2010, segundo informações fartamente divulgadas pela Contraf/CUT e pelo Sindicato dos Bancários, o banco apartaria 15% do lucro líquido e faria a divisão (90% da remuneração mais R$ 1.024,00 para cada funcionário). Também votamos a parcela adicional de 4% (considerando 2% negociado com a Fenaban mais 2% do Banpará). No entanto, agora o percentual para distribuição da PLR, no texto do ACT, é de 13%. O banco ficou de enviar o memorial de cálculo para as entidades, mostrando como foram calculados os valores e qual o percentual utilizado. Estamos aguardando, mas de qualquer maneira soltaremos um material explicativo sobre o tema da PLR.


13ª CESTA ALIMENTAÇÃO – R$ 289,36. Será paga até 30/11/2009.



PONTOS FUNDAMENTAIS A SEREM REGULARIZADOS PELA DIRAD:


TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. Uma grave irregularidade por dois motivos: a ausência de negociação com a entidade de classe, ou seja, com o Sindicato, como determina a lei e os danos contra a saúde dos trabalhadores. A DIRAD prometeu resolver até o fim de novembro de 2009.


AS EFETIVAÇÕES DOS QUE ESTÃO HÁ MAIS DE 90 DIAS EM FUNÇÕES COMISSIONADAS COMO EMERGENCIAIS. Outra grave irregularidade: trabalhadores que operam com a responsabilidade de cargos para os quais não são efetivados além do período regulamentado. Em alguns casos, há colegas que estão como emergenciais há um ano ou mais. Também será resolvido pela DIRAD até o fim do mês de novembro de 2009.


SOBREAVISO. Outra irregularidade. Os colegas da capital que ficam à disposição do banco de sobreaviso sem receber as devidas verbas referentes a 1/3 da remuneração e da hora extra quando em efetivo exercício, serão também contemplados com o pagamento de seus direitos até o fim de novembro de 2009.


IMPORTANTE: nos foi informado que a direção do banco não mais possui os controles do sobreaviso. Portanto, os colegas que ficaram à disposição do banco de sobreaviso e que ainda não receberam o devido pagamento, solicitem o pagamento do direito, via requerimento, com cópia do documento que convoca o sobreaviso.


LUTEMOS, SEM MEDO, PELO QUE É JUSTO, PELO QUE É CERTO, PELA VERDADE!

É ASSIM QUE AVANÇAMOS, CONSTRUINDO UM MUNDO MELHOR PARA TODOS!





SINDICATO DA PARAÍBA CONVOCA AUTORIDADES PARA DISCUTIR SEGURANÇA BANCÁRIA

Nesta quinta-feira 29, o presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba (Seeb Paraíba), Marcos Henriques protocolou ofício na procuradoria regional do trabalho da 13ª região, convocando as autoridades responsáveis pela segurança pública no Estado, representantes dos bancos, Polícia Civil e Polícia Federal para uma audiência, com o objetivo de se discutir ações preventivas de segurança.

Marcos Henriques se disse muito preocupado com a segurança nas instituições financeiras que atuam no Estado da Paraíba. "Nos últimos quatro meses, três gerentes do Banco Real e um do Banco do Brasil passaram pelo constrangimento de serem subjugados e humilhados com suas famílias, sob a mira do armamento pesado de assaltantes de bancos que atuam na região", enfatizou.

Ao Sindicato da categoria cumpre o papel de mobilizar os órgãos públicos e cobrar providências capazes de coibir as investidas dos bandidos, que causam consequências como transtorno psicológico, medo e pavor aos trabalhadores bancários e suas famílias. "Alguns bancários já chegaram ao limite de pedir demissão, por conta da insegurança. E isso é um absurdo, pois os banqueiros só se preocupam mesmo com a preservação do seu patrimônio e não estão nem aí para a segurança dos bancários, familiares, clientes e usuários", concluiu Marcos Henriques.

A diretoria do Sindicato dos Bancários da Paraíba está disposta a contibuir com sugestões voltadas para o bem estar e a segurança de seus representados e da sociedade em geral. Entretanto, caso seja frustrada a realização da audiência solicitada, que seja providenciada a devida ação pública de titularidade da Procuradoria Regional do Trabalho em desfavor dos responsáveis.

Por Seeb Paraíb.
Fonte: Contraf/CUT




TERMINA GREVE NO BANESE E BANCÁRIOS VOLTAM AO TRABALHO EM SERGIPE

Terminou a greve no Banco do Estado de Sergipe (Banese), na assembleia realizada na noite na quarta-feira, dia 28. Os baneseanos aceitaram a proposta que foi apresentada pelo presidente do banco, Saumíneo Nascimento, na audiência realizada à tarde no Ministério Público do Trabalho, e voltaram ao trabalho na manhã de quinta-feira, dia 29.

Diante do impasse que se instalou entre o banco e a categoria, o Sindicato pediu a interferência do procurador do Trabalho Ricardo Carneiro, para mediar novo encontro com a direção do banco, e houve avanços. "Os baneseanos vão voltar ao trabalho, dando o melhor de si para que o Banese continue estadual e forte", disse José Souza, presidente do Sindicato dos Bancários.

Além dos 6%, concedidos no acordo coletivo com a Fenaban - Federação Nacional dos Bancos -, o banco se comprometeu em corrigir as comissões de caixa em 15% e a estender, a partir de 31 de dezembro de 2009, a ajuda transporte aos funcionários que moram em Aracaju e trabalham no interior, utilizando o modelo praticado no Banco do Nordeste.

Mas o que mais contribuiu com a suspensão da greve foi o comprometimento do presidente do banco com a assinatura da minuta específica e a implementação do tão desejado Plano de Cargos e Salários - PCS. Ainda está distante, mas agora já há uma data definida: 30 de abril de 2011.

O banco também se comprometeu a não adotar uma política de retaliação aos funcionários que participaram da greve. "A força da greve arrancou uma proposta vitoriosa, principalmente em relação à formalização do acordo coletivo complementar que o tempo todo banco se negou a assinar", destaca Souza.

Além disso, ficou acordado que os dias não trabalhados serão compensados até 31 de dezembro de 2009, sendo que 2 horas trabalhadas compensarão três não trabalhadas. "A aprovação à proposta e conseqüente volta ao trabalho ocorreu por quase unanimidade. Nenhum voto contra e apenas uma abstenção. "Os bancários voltaram unidos, é uma prova de que com unidade a categoria é capaz de realizar coisas extraordinárias", comemora a direção do Sindicato.

Por Edivânia Freire - Seeb Sergipe
Fonte: Contraf/CUT




quinta-feira, 29 de outubro de 2009

DIA DE LUTO NO HSBC POR PLR MANIPULADA

A Contraf-CUT, os sindicatos e as federações realizam nesta sexta 30, dia de luto no HSBC em todo país contra a manipulação na Participação dos Lucros e Resultados (PLR), que reduziu drasticamente o valor pago aos bancários. As entidades também denunciarão o descaso com os clientes.

A manifestação ocorre na véspera do feriadão do dia de finados e tem por objetivo cobrar negociações com o banco inglês para discutir a melhoria no pagamento da PLR.

Na quarta-feira ocorreram paralisações em dezenas de agências por todo país. Clique aqui para obter mais detalhes.
Os bancários farão diversas atividades para chamar a atenção do HSBC e da sociedade. Haverá entrega de carta aberta à população alertando os clientes contra as altas taxas de juros, as filas intermináveis e as tarifas abusivas praticadas pelo HSBC.

Clique aqui para acessar o documento, também disponível na seção de Publicações pelo site da entidade. Além da melhoria na PLR, os bancários exigem a valorização dos funcionários, mais contratações, fim das filas, redução dos juros e tarifas.

Carta a UNI Sindicato Global

A Contraf-CUT também enviou documento para a UNI, por meio da secretaria de relações internacionais, para que repercuta nas Américas a mobilização dos bancários brasileiros do HSBC, já que as atividades também fazem parte do marco da campanha internacional sobre proteção dos empregos e direitos. "As manifestações continuarão até que o banco reconheça e valorize de fato os seus trabalhadores", afirma Sérgio Siqueira, diretor da Contraf-CUT e funcionário do banco.

Fonte: Contraf-CUT



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ASSALTANTES LEVAM TERROR A VISEU

No AMAZÔNIA:

Tiroteio, reféns, quatro pessoas baleadas e dois bancos assaltados em dia de pânico na cidade de Viseu, no nordeste paraense. Uma quadrilha fortemente armada, de pelo menos 12 integrantes, invadiu a cidade e assaltou ontem, ao mesmo tempo, duas agências bancárias no centro da cidade. A ação se deu no dia de pagamento dos servidores do Estado. Até ontem à noite não havia informações sobre o montante roubado. Ninguém foi preso.
Por volta de 10h, o bando iniciou um intenso tiroteio pelas principais ruas da cidade. Segundo Giovaildo Reis, atendente de uma farmácia localizada próximo aos bancos, os assaltantes atiraram aleatoriamente, exibindo armas de grosso calibre. 'Eram fuzis e metralhadoras. Todo mundo ficou em pânico', relatou. Quatro pessoas foram baleadas e deram entrada no hospital Municipal. As vítimas do tiroteio, Moisés Santana da Silva, Clodoaldo Waldez Peixinho e Raimundo José de Oliveira foram atingidos na perna e logo receberam alta. Adailnton de Oliveira Azevedo teve uma bala alojada na clavícula e ficou em observação, mas já foi liberado. De acordo com informações do hospital, cerca de dez pessoas também foram atendidas com ataques de hipertensão e nervosismo causados pela violência da quadrilha.
De acordo com a Polícia Civil, o grupo chegou em uma van e em um carro modelo Palio. Os assaltantes atiraram contra os prédios do Banpará do Banco do Brasil, localizados na travessa Lauro Sodré. O grupo se separou e invadiu as agências. De acordo com a polícia de Viseu, cinco agentes que faziam a segurança dos bancos foram rendidos pela quadrilha e não conseguiram reagir ao ataque. O grupo arrebentou as portas giratórias e levou todo o dinheiro dos caixas e da tesouraria. Segundo Warlindo Gomes do Nascimento, 62 anos, professor e servidor público que estava na agência do Banpará no momento do assalto, clientes e funcionários foram rendidos. 'Ficamos todos deitados no chão', disse. Os assaltantes mandaram que Warlindo e outros reféns carregassem malotes de dinheiro para a van estacionada em frente ao banco. 'Eu estava tão nervoso que não conseguia carregar a bolsa. Eles queriam que eu entrasse no carro, mas me escondi e consegui fugir', relatou a vítima.
Depois do roubo, o bando fugiu com cerca de cinco reféns, entre eles, o gerente do Banpará, Fernando Ribeiro dos Santos, um funcionário do BB e dois seguranças. Por cerca de uma hora, o grupo manteve as vítimas reféns e as libertou em uma estrada na área urbana de Viseu. O Palio usado na fuga foi incinerado e abandonado próximo ao trevo, na saída da cidade, na BR-308.
De acordo com informações da delegacia de Viseu, os bandidos pretendiam seguir pela BR-316, que leva ao Maranhão, mas foram surpreendidos no caminho por uma viatura de Bragança, que se encaminhava para Viseu para reforçar as buscas pelo bando. Os bandidos abandonaram a van usada na fuga e se esconderam no matagal conhecido como Juçaral.
Policiais militares e civis de Bragança e Capanema dão apoio às buscas. Um helicóptero da Secretaria de Segurança do Estado do Pará também é usado na procura pelos envolvidos. Agentes da DRCO (Divisão de Repressão ao Crime Organizado) e da Superintendência da Zona Bragantina também atuam na ação.

No blog ESPAÇO ABERTO





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BANCÁRIOS DE SP PROTESTAM CONTRA PLR REBAIXADA NO SANTANDER

Crédito: Seeb São Paulo
Seeb São Paulo O Sindicato dos Bancários de São Paulo promoveu nesta quarta 28 protesto contra a decisão do Santander de publicar balanços diferentes e pagar a PLR dos trabalhadores pelo lucro mais baixo, o que reduziu sensivelmente o pagamento aos bancários.

O primeiro protesto aconteceu logo nas primeiras horas da manhã, em frente ao Centro Administrativo Santander 3 (Casa 3), em Interlagos. "Todos os trabalhadores da concentração permaneceram do lado de fora até as 9h30 e ficaram bem informados sobre mais essa demonstração de que o Santander não respeita nem o Brasil nem os brasileiros. Todos estão revoltados com esse desrespeito do banco, especialmente porque sabem que a conversa na hora de pagar os dividendos para acionistas e os bônus para executivos é bem diferente", afirmou o funcionária do banco e diretora do Sindicato Tânia Costa.

O protesto prosseguiu, em frente ao Centro Administrativo Santander 1 (Casa 1), a partir do meio dia.

Fonte: Seeb São Paulo. Contraf/CUT



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BANCÁRIOS DO HSBC PROTESTAM E PARAM AGÊNCIAS CONTRA MANIPULAÇÃO DA PLR

Bancários do HSBC de todo o país estão mobilizados nesta quarta-feira, 28, para mostrar sua indignação com a postura do banco de negar uma participação nos Lucros e Resultados (PLR) justa. Em todo o país, os trabalhadores estão realizando paralisações e protestos.

Em Curitiba, onde está localizada a sede nacional do banco, quatro centros administrativos e 33 agências estão em paralisação de 24h. Também estão parados por todo o dia os bancários de Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Mato Grosso, Campinas Grande, Santos, ABC paulista, entre outras bases sindicais. Em São Paulo, Brasília, Campinas e outras, os bancários optaram por paralisar as atividades na parte da manhã. As informações são de levantamento da Contraf-CUT com dados enviados pelos sindicatos.

Os trabalhadores protestam contra uma manobra fiscal e contábil realizada pelo banco inglês ao provisionar o valor de R$ 1,6 bilhões, o que ocasionou um redutor de 26,22% na primeira parcela da PLR. Essa manipulação rebaixou o pagamento da PLR, prejudicando os bancários.

"A manipulação da PLR foi a gota d'água para os trabalhadores, que já suportam péssimas condições de trabalho, metas desumanas e os salários mais baixos do mercado. A insatisfação dos trabalhadores é enorme", afirma Sérgio Siqueira, diretor da Contraf-CUT e funcionário do HSBC. "Além disso, surgiram ainda boatos de demissões e fechamento de agências nos próximos dias, o que sói agravaria o quadro. Os protestos e paralisações vão continuar até que o banco inglês tome medidas para valorizar seus trabalhadores e reconhecer seus esforços, começando por deixar de lado as manobras e pagar uma PLR justa", sustenta.

Fonte: Contraf/CUT - Seeb.Pa/Ap






quarta-feira, 28 de outubro de 2009

QUADRILHA ASSALTA AGÊNCIAS DO BANPARÁ E BB EM VISEU - PA

Um assalto simultâneo em agências do Banco do Brasil e do Banpará assustou os moradores do município de Viseu, nordeste do Pará. A ação aconteceu na manhã desta quarta-feira (28), por volta das 10h, e teve a participação de mais de dez assaltantes fortemente armados. Cerca de cinco pessoas deram entrada no Hospital Municipal com ferimentos leves.
A polícia local está em busca dos assaltantes, que escaparam em direção ao Estado do Maranhão. Há suspeita de que pelo menos 12 dos integrantes sejam liderados por bandidos do Maranhão.
Segundo uma fonte de um dos bancos assaltados, três funcionários e dois seguranças foram feitos reféns. “A agência do Banco do Brasil estava fechada e só alguns funcionários estavam trabalhando. Acredito que o alvo dos assaltantes era o Banpará, já que hoje era dia de pagamento dos servidores do Estado”, argumenta.
De acordo com a Polícia Civil, os assaltantes invadiram a agência do Banpará atirando contra clientes e funcionários. O gerente e mais quatro funcionários foram levados como reféns na fuga dos assaltantes e liberados na entrada da cidade de Viseu.
Segundo informações apuradas pelo Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá, o Banco do Brasil entrou em contato com os funcionários e se prontificou a providenciar o CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) aos funcionários vítimas da ação. Até o fechamento desta matéria, não conseguimos contato com o Banpará para saber sobre a emissão do CAT.

HORROR! ARRASTÃO NO BANPARÁ E BB EM VISEU

Segundo relato de uma das vítimas, o assalto a duas agências em Viseu, hoje pela manhã, foi ao limite da violência por parte dos bandidos, que roubaram o Banco do Brasil e depois o Banpará.
Logo cedo, o gerente da agência do Banpará, o colega Fernando, foi avisado que dois carros estranhos circulavam na cidade. Tomou a decisão correta de apenas abrir a agência após a chegada da polícia militar, já temendo pela segurança dos bancários, bancária e clientes, e buscando zelar pelo patrimônio do banco.
Ao final da manhã o assalto se consumou. Um grande estrondo foi ouvido; funcionários entraram em estado de choque. A agência do Banpará ficou inteiramente arrebentada. Os bandidos levaram como reféns dois guardas do Banco do Brasil, além do gerente Fernando, da funcionária Elys e mais dois guardas, do Banpará.
Até o meio da tarde a equipe do banco ainda não tinha chegado a Viseu e não temos comunicação com a agência. A presidenta da AFBEPA, Kátia Furtado, falou por celular com uma das vítimas, um colega funcionário da agência Banpará Viseu, que estava muito abalado e relatou que o gerente, Fernando, havia sido espancado pelos assaltantes.
Ainda não se sabe quanto foi levado em dinheiro das agências.

Novamente o tema da segurança dos bancários, bancárias e de clientes vêm à tona. Aliás, tragicamente, é um tema que se mantém no dia-a-dia da vida dos bancários.
A AFBEPA voltará a procurar a segurança pública estadual, desta vez, para buscar traçar uma estratégia decisiva no debate da in-segurança bancária.

Lembrando que são direitos dos trabalhadores/as vítimas de violência advindas de assaltos:
1) Emissão de CAT - Comunicado de Acidente do Trabalho;
2) Assistência médica e Psicológica;
3) Afastamento pelo período necessário à sua recuperação.

Aos colegas do Banpará e do Banco do Brasil, que foram vitimados neste e em tantos outros assaltos, nossa solidariedade ativa e a certeza de que não descansaremos até encontrar um caminho de defesa da vida, de segurança no trabalho.



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RECONHECIMENTO. UM EXEMPLO A SER SEGUIDO

Reconhecimento, afeto, carinho e gratidão nunca são demais.
Nossa colega Arcélia, gerente da agência Senador Lemos, há cerca de mais ou menos duas semanas atrás, constatou que o funcionário Wanderley estava fazendo 37 anos de Banpará.
Profundamente tocada pelos tantos anos de dedicação do colega, Arcélia providenciou uma pequena confraternização e, ao final do dia de trabalho, convidou a todos para o singelo evento.
A surpresa foi geral. É que ninguém sabia o motivo da comemoração. Alguns imaginaram que era festa dos aniversariantes do mês...
Quando a Arcélia revelou a homenagem, Wanderley chorou comovido e recebeu os abraços de todos os presentes.
Belo reconhecimento por parte da gerente Arcélia. Exemplo que deveria ser seguido pela direção do banco. Os anos de trabalho dedicados a um mesmo empregador, deveriam ser motivo de um especial agradecimento.

Outro funcionário que, neste ano, também fez 37 anos de Banpará é o Paulo Roberto dos Santos, da SUSIN.

Parabéns aos colegas Paulo e Wanderley!
E um parabéns especial à Arcélia, por sua profunda sensibilidade!




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PRESIDENTE LULA CRITICA JUROS ALTOS NO CHEQUE ESPECIAL E NO CARTÃO DE CRÉDITO

'Juros no cheque especial e no cartão são quase um assalto', critica Lula

TÂNIA MONTEIRO E LEONENCIO NOSSA - Agencia Estado

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar hoje os juros cobrados em operações de cheque especial e cartão de crédito. "Os juros do cartão de crédito são muito altos e do cheque especial também", disse o presidente, em entrevista após cerimônia de lançamento do Programa Aprendiz Banco do Brasil, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

Segundo Lula, quem vai cuidar do juro do cheque especial "são os detentores do cheque especial". "A primeira vez que eu ganhei um cheque especial, eu achei que era gente fina, que estava sendo tratado com certa deferência. Mas, quando no primeiro mês eu vi que não podia pagar na data correta, eu percebi que não era deferência coisa nenhuma", afirmou o presidente. "Eu estava sendo quase assaltado pela quantidade de juros que se pagava. Quem tem cartão de crédito é um setor médio da sociedade, que tem de entender que a gente só vai moralizar o cartão de crédito no dia que formos mais exigentes conosco mesmo."

Questionado sobre a taxa de juros básicos para o ano que vem e se conversou sobre o assunto ontem com o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, Lula respondeu: "Eu nem terminei de comemorar 2009 e vocês querem que eu pense em juros de 2010? Até 31 de dezembro, o Brasil já saiu da crise e o crescimento do próximo ano será muito bom".

Com relação ao índice de crescimento de 2010, o presidente não quis fazer previsões. "Não vou chutar um número", disse. Ao ser questionado sobre a previsão do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o País crescerá 5% no próximo ano, Lula se esquivou. "Tem gente que fala em 5%, 4%, 4,5%. Eu prefiro trabalhar para que seja o máximo possível. Eu vou trabalhar para vocês terem um bom Natal, um fim de ano infinitamente melhor do que o do ano passado e um 2010 melhor ainda", disse. "Não há nada que a gente olhe à distância que possa trazer qualquer problema ao crescimento em 2010".

Fonte: Agência Estado / Contraf/CUT





ESTUDO SOBRE SOFRIMENTO NO TRABALHO REVELA ALTO ÍNDICE DE SUICÍDIOS ENTRE BANCÁRIOS

O trabalho pode levar ao suicídio? Muitos suicidas na Ásia e na Europa usam como justificativa a pressão e o excesso para o fato de acabar com a própria vida. A prova disso, hoje, está nos 25 suicídios, só nos últimos 20 meses, ocorridos entre os funcionários da ex-estatal e hoje líder de mercado France Telecom. As cartas de despedida revelam o que vivem os funcionários da maior empresa de telecomunicações da França: "Eu me suicido por causa do meu trabalho na France Telecom. É a única causa.", escreveu em sua carta de despedida um engenheiro de 48 anos, casado e pai de três filhos.

Outra funcionária, de 32 anos, escreveu ao pai, pouco antes de se jogar da janela do escritório: "O meu chefe não sabe, obviamente, mas serei a 23ª funcionária a se suicidar. Não aceito a nova reorganização do serviço. Vou mudar de chefe e, para passar por aquilo que eu vou passar, prefiro morrer. Deixo no escritório a bolsa com as chaves e o celular. Levo comigo a minha carta de doadora de órgãos, nunca se sabe. Não gostaria que você recebesse uma mensagem desse gênero, mas estou mais do que perdida. Quero-lhe bem, papai".

A IHU On-Line conversou com o professor Marcelo Finazzi, que pesquisa sofrimento no trabalho e estudos organizacionais críticos sobre o tema. Ele revela que entre os bancários, a incidência de patologias e suicídios tem um grande índice. "A relevância do setor bancário na economia nacional e a sofisticação dos métodos gerenciais dos bancos, os quais passam por reengenharias permanentes nos últimos 20 anos, constituiu-se em valiosa oportunidade para o estudo de como mudanças organizacionais bruscas podem interferir na subjetividade do trabalhador. O suicídio, que talvez seja o ato que melhor traduza o ápice do sofrimento", apontou ele, que é bacharel e mestre em administração pela Universidade de Brasília.

Confira abaixo a entrevista

IHU On-Line - O que o levou a pesquisar o suicídio motivado pelas condições de trabalho?
Marcelo Finazzi - Durante o início das pesquisas sobre sofrimento no trabalho, tomei contato com relevantes estudos sobre a incidência das mais variadas patologias entre bancários, inclusive algumas descrições gerais sobre uma onda de suicídios na década de 1990.

Paralelamente, soube que a categoria era uma das quais possuía o melhor pacote de benefícios sociais. Essa aparente ambiguidade me intrigou e me senti instigado a aprofundar os estudos. A relevância do setor bancário na economia nacional e a sofisticação dos métodos gerenciais dos bancos, os quais passam por reengenharias permanentes nos últimos 20 anos, constituiu-se em valiosa oportunidade para o estudo de como mudanças organizacionais bruscas podem interferir na subjetividade do trabalhador.

O suicídio, que talvez seja o ato que melhor traduza o ápice do sofrimento, apresentou-se naturalmente como o objeto para a compreensão das relações de trabalho contemporâneas. Para minha surpresa, após aprofundar as leituras, constatei que são raros os estudos que correlacionam organização do trabalho e suicídio.

IHU On-Line - Segundo seus estudos, a ideação suicida [vontade de tirar a própria vida] está associada às pressões no ambiente de trabalho. Que pressões são essas?
Marcelo Finazzi - Na verdade, o suicídio é um fenômeno altamente complexo que depende de inúmeras variáveis. O que fiz foi avaliar se fatores adversos relacionados à organização do trabalho poderia ser um fator - dentre muitos outros - capaz de contribuir para que o trabalhador desenvolvesse pensamentos suicidas e, em casos extremos, vir a cometê-lo.

É importante salientar que a imensa maioria dos trabalhadores, quando submetidos ao sofrimento e se vêem impossibilitados de superá-lo, costuma desenvolver reações menos radicais, como, por exemplo, transtornos musculoesqueléticos, mentais, estomacais, nervosos, cardíacos, reumáticos e dermatológicos.

E quais são essas causas de sofrimento que contribuem para que os sujeitos desenvolvam tais reações? Resumidamente, pressões infindáveis para o cumprimento de metas de produtividade, poucos trabalhadores para muitas tarefas, discrepância entre o trabalho prescrito e o real, condições ergonômicas inadequadas, trabalho fragmentado, além de questões outras que passam ao largo dos objetivos formais da organização, como lideranças narcisistas destrutivas - que são os responsáveis pelas violências do assédio e que agem em nome de seus interesses pessoais, mesmo que ao custo do terror e, paradoxalmente, do decréscimo da produtividade -, redes de poder, ciúmes, inveja, autoritarismo e perseguições gratuitas.

Não podemos esquecer que o medo do desemprego ou de retaliações também abre uma brecha para o sofrimento, pois a capacidade de mobilização dos trabalhadores diminui e, assim, estes acabam aceitando condições laborais mais penosas. Por fim, cabe ressaltar que as reengenharias organizacionais também costumam resultar em enorme sofrimento, pois quase sempre geram demissões, mais trabalho para os que mantêm o emprego e, não raro, desorganização completa da vida pessoal do sujeito.

IHU On-Line - O senhor afirma que, na nova organização do trabalho, o bancário é convidado a ser dono da própria carreira em nome do lucro. Como isso se manifesta?
Marcelo Finazzi - O estudo demonstrou que qualquer pessoa considerada normal está sujeita a passar pelo mesmo processo de perda do equilíbrio que os entrevistados passaram: trabalho vazio ou com pouco significado, cobranças intermináveis por resultados ou, de outra forma, ausência de trabalho, sujeitando o trabalhador à ociosidade, desqualificações sucessivas pelo pouco trabalho feito ou pela impossibilidade de cumprir o excesso de tarefas, relações sociais superficiais e chefias autoritárias. Por mais equilibrada que seja a pessoa, caso não se encontre soluções práticas para livrar-se das causas do sofrimento, seja por meio de uma remoção para outro setor na empresa, seja por meio da troca de emprego ou aposentadoria, a possibilidade de adoecimento é enorme. Alguns somatizam doenças físicas, outros desenvolvem transtornos mentais. De forma extrema, alguns entendem que a vida não merece ser vivida, optando pela radicalização por meio do suicídio.

A perda do equilíbrio se completa pela constatação de que o discurso reiteradamente veiculado nos informativos da organização, impregnados de mensagens de amor à empresa e empregados felizes, contrasta violentamente com a percepção de realidade do trabalhador.

O mundo prático não é feito de afabilidades e, muito menos, da empresa da solicitude, que ampara paternalmente o empregado. O trabalhador, na nova organização do trabalho, é o dono de sua carreira, o único responsável pelos infortúnios que for acometido - afinal, se não estiver satisfeito, que se demita, pois há muitos lá fora querendo a vaga. Quando os entrevistados precisaram das empresas, não encontraram nenhum apoio efetivo.

Paradoxalmente, entretanto, quando ingressaram foram submetidos a intenso processo de assimilação da cultura organizacional como se, a partir de então, fizessem parte de um clube de predestinados. No início, acreditam incondicionalmente no discurso, entregando-se de corpo e alma aos arbítrios das empresas.

O choque com outra realidade - aquela que, além de não ser divulgada, é cuidadosamente encoberta - comuta o sentimento inicial de pertencimento em enganação. A dor moral do assédio se acentua, dessa forma, com a percepção literal de que algo está errado, que os discursos de alegria e felicidade irrestritas talvez estejam apenas no imaginário daqueles que os idealizaram.

IHU On-Line - Na sua avaliação, e a partir dos seus estudos, qual é o fator mais determinante que leva o trabalhador à desestabilização e à perda da vontade de viver?
Marcelo Finazzi - Sem dúvida, a falta de reconhecimento pelo esforço despendido para a realização das tarefas. O trabalho é poderosa fonte de identidade e pertencimento social: o que os sujeitos esperam, no mínimo, é a valorização do que está sendo feito em prol dos objetivos organizacionais. O problema é que, em algumas ocasiões, o sujeito se dedica durante 10, 20, 30 anos, desenvolve laços afetivos com a empresa e, de repente, é convidado a se retirar ou é excluído compulsoriamente, como se toda a dedicação incondicional não tivesse valor algum.

IHU On-Line - É possível traçar características comuns entre aqueles que tomaram essa atitude radical?
Marcelo Finazzi - Sim. Manifesto-me com base nos resultados do meu estudo. Primeiramente, os sujeitos buscaram, de todas as formas, soluções concretas para o alívio da dor. Com o tempo, porém, as oportunidades foram sendo eliminadas, uma a uma, restando poucas opções. Ao mesmo tempo, o processo de assédio - ou outra circunstância causadora do sofrimento - se intensificava na mesma proporção em que procuravam apoio institucional das empresas, que se mostravam incapazes de apresentar qualquer opção prática para resolver os conflitos. Aquela possibilidade antes tão remota, que é a vontade de morrer, começa a ganhar consistência e, na ausência de algo melhor, é a oportunidade que se apresenta para sair do "buraco negro" em que se encontram, dia após dia mais profundo. O apoio médico e psicoterápico adequado, aliado a ações efetivas das organizações para protegê-los dos assédios que vivenciavam, talvez fossem suficientes para que resgatassem a auto-estima e recobrassem a vontade de viver.

O que eles precisavam era de um ambiente de trabalho salutar para o desempenho de suas funções com respeito e satisfação. Não era o simples afastamento para tratamento médico.

A psiquiatrização do problema transferiu para a seara médica problemas da organização do trabalho e de administração deficiente de pessoal. Era mais fácil medicá-los com antidepressivos e ansiolíticos do que corrigir estruturas gerenciais anacrônicas ou punir gerentes autoritários.

O que eles não queriam era ficar em casa, recebendo os salários como esmola. É bem provável que o melhor tratamento era que continuassem trabalhando, com as mentes ocupadas e a sensação das tarefas bem desempenhadas. A morte foi a solução para se livrarem dos constrangimentos diários. É importante salientar que, antes das situações adversas do trabalho, suas condições psicológicas eram normais.

Tinham problemas externos, como qualquer pessoa, mas os administravam sem maiores transtornos. Esse é o ponto crucial das histórias deles: o processo que desencadeou a ideação suicida, culminando na tentativa de morte, relacionou-se com as dificuldades relacionadas com o trabalho.

Tinham insônia ou acordavam inexplicavelmente no meio da madrugada com pensamentos fixos no trabalho. As crises de choro se tornavam compulsivas pelo simples fato de deixarem suas casas em direção ao escritório.

Durante o expediente, as crises também eram frequentes, perdurando noite a dentro. Os domingos eram de grande angústia, justamente porque haveria mais uma semana insuportável para ser vencida.

IHU On-Line - Há casos de trabalhadores que deixaram registros?
Marcelo Finazzi - Sim, há. Temos o conhecimento de bilhetes e contatos telefônicos de despedida previamente às tentativas de suicídio. Cabe salientar, porém, que não há uma regra e, ao contrário do que o senso comum imagina, muitos suicidas preferem não manifestar formalmente os motivos do ato. Na minha pesquisa, por exemplo, os pesquisados que tentaram o suicídio - mas sobreviveram - não deixaram bilhetes de despedida ou qualquer aviso prévio: para que alardear os motivos de um ato cuidadosamente tramado no vazio da solidão? Alguma palavra seria capaz de explicar com precisão o que aquele ato, por si só, representaria? Buscaram ajuda e não encontraram. Não haveria razões para se justificarem perante aqueles que não se importaram com eles, para que os algozes nutrissem compaixão ao menos depois da morte. Nenhum deles parecia demonstrar o sentimento de autopiedade típico de pessoas que simulam a morte.

Eles queriam apenas morrer e ponto final. Um dado importante apareceu na pesquisa: todos manifestaram a vontade de morrer mediante acidente automobilístico e, inclusive, chegaram a planejá-lo. Quantos acidentes, na verdade, não se tratam de morte facilitada?

IHU On-Line - O senhor considera que os seus estudos permitem um paralelo com o que está acontecendo na France Telecom? É possível identificar causas comuns?
Marcelo Finazzi - O grande problema das organizações contemporâneas, incluindo a France Telecom, é que as reestruturações são conduzidas na base da força e da coação, sem diálogo. É óbvio que mudanças são imprescindíveis: curiosamente, entretanto, pensam-se nos resultados financeiros, no lucro dos acionistas, mas as necessidades das pessoas são negligenciadas - justamente aquelas que cinicamente são chamadas de colaboradores ou consideradas o maior ativo. Na minha pesquisa, ficou bastante nítido que a onda de suicídios de bancários, na década de 1990, tem características distintas dos suicídios dos anos 2000. Na primeira fase, os suicídios - quando puderam ser vinculados ao contexto do trabalho - relacionaram-se com as transformações radicais do setor em intervalo muito curto de tempo. Sucessivos planos de desligamento, com demissões contínuas, em bancos públicos e privados, criaram pânico na categoria. Por exemplo, apenas no segundo semestre de 1996, foram cortadas quase 150 mil vagas no setor.

Os suicidas da primeira fase são aqueles que sucumbem ao terror psicológico de ter que ostentar felicidade, mesmo sabendo que, no dia seguinte, poderiam figurar na próxima lista de demitidos ou de serem removidos compulsoriamente para outros cargos ou cidades. São aqueles que efetivamente foram vítimas das reestruturações, pois perdiam os cargos, os empregos e, sobretudo, a esperança. É o suicídio decorrente da incredulidade frente ao radicalismo da situação, no curto prazo, da ruptura de relações trabalhistas estáveis, do rompimento dos vínculos afetivos para um estado de caos permanente. Os suicídios da segunda fase, ou seja, a partir dos anos 2000, externalizam as consequências negativas, no longo prazo, das mudanças estruturais introduzidas com as reengenharias nos métodos de produção. O trabalho se torna fardo pesado, pois, o fator custo restringe a contratação de novos trabalhadores, sobrecarregando os pouco existentes.

Os que ficam são compelidos a trabalhar mal, na medida em que são obrigados a desempenhar múltiplas tarefas, com velocidade crescente, sujeitando-se a erros. Além disso, os assédios se disseminam como práticas comuns para fazer com que os trabalhadores produzam cada vez mais ou, de outra forma, como mecanismo de pressão para eliminar os indesejáveis. O medo é utilizado como estratégia de intimidação, pois, o contingente de reserva, que são os desempregados, pressiona aqueles que estão empregados a se sujeitarem a condições laborais precárias. É assim que o sofrimento do trabalhador gradativamente aumenta, conduzindo-o ao desenvolvimento das mais variadas patologias e transtornos mentais, à medida que os mecanismos de defesa empregados para aliviar o sofrimento vão sendo um a um eliminados. O adoecimento e, de forma extrema, o suicídio, tornam-se fenômenos endêmicos.

IHU On-Line - É possível afirmar que o cotidiano do trabalhador bancário é de sofrimento?
Marcelo Finazzi - Seriam precisos estudos bastante aprofundados para fazer-se tal generalização. Conheço muitos bancários que são orgulhosos por pertencerem à categoria, manifestam satisfação no trabalho desempenhado e se julgam realizados profissionalmente.

Muitos pesquisadores estão se debruçando para que as organizações façam do trabalho - essa fonte poderosa para emancipação das pessoas, tanto do ponto de vista financeiro quanto social - indutor de prazer, não de sofrimento. Infelizmente, entretanto, muitas empresas têm empregado o sofrimento como mecanismo para o aumento de produtividade ou redução de custos, adotando a truculência dessa lógica como instrumento gerencial. Um exemplo: explorar psicologicamente o medo de desemprego ou de retaliações para que o sujeito trabalhe além da jornada regulamentar ou cumpra as metas de produção - as quais, não raro, são atingidas com base em artifícios escusos ou mediante aumento potencial de falha humana. Falha essa, aliás, que o trabalhador também será penalizado caso vier a cometê-la.

Outros administradores, que possuem fragilidade de caráter ou personalidade perversa, apropriam-se do poder que estão investidos para perseguir gratuitamente os desafetos. O que posso afirmar é que, para um número crescente de pessoas, lotadas em empresas dos mais diversos setores econômicos, o trabalho tem sido um fardo que somente suportam porque precisam sobreviver.

IHU On-Line - Os sindicatos dos bancários têm colocado em pauta esse tema?
Marcelo Finazzi - O suicídio, de forma específica, somente esteve em pauta nos anos 1990, por conta de uma onda de suicídios na categoria. Houve audiências no Congresso Nacional para tratar do assunto, inclusive, com ampla repercussão dos casos na mídia. Posteriormente, o tema caiu no esquecimento, mas perdurou no imaginário dos bancários: é interessante que, em conversas com trabalhadores mais antigos, todos conhecem alguma morte. Por outro lado, tenho observado, por meio da leitura dos informativos editados pelos sindicatos, que tais entidades estão empenhadas em denunciar práticas gerenciais degradantes e alertar a categoria sobre os malefícios dos assédios, além de disponibilizar assessoria especializada em segurança e saúde no trabalho.

IHU On-Line - O senhor tem conhecimento de evidências de altas taxas de suicídios em outras categorias de trabalhadores?
Marcelo Finazzi - No Brasil, encontrei somente um único estudo sobre o suicídio no contexto do trabalho. No Japão, por exemplo, o assunto é muito pesquisado, e há evidências significativas, publicadas em respeitados periódicos científicos, de que os métodos de gestão empregados por lá, os quais inspiraram (e ainda inspiram) as reestruturações produtivas mundo afora, têm sido diretamente associados a ocorrências de desordens mentais e suicídio de trabalhadores japoneses. Principais causas: falências de empresas, programas de demissão e trabalho sob condições severas. Cabe ressaltar, porém, que muitos pesquisadores brasileiros têm estudado os efeitos deletérios da organização do trabalho sob a subjetividade do trabalhador, evidenciando práticas gerenciais perniciosas nos mais variados formatos organizacionais.

Destaco, por exemplo, aqueles que se dedicam à psicodinâmica do trabalho, à sociologia clínica, aos estudos organizacionais críticos e à saúde do trabalhador. De forma prática, estudar o suicídio é tarefa árdua. Estudar o suicídio, no contexto do trabalho, é ainda mais difícil: as bases de dados oficiais não são muito confiáveis; os dados com relativo nível de confiabilidade restringem-se aos anos recentes; há sérios problemas de subnotificação de suicídios; familiares e amigos têm vergonha ou repulsa de falar sobre o assunto - que é tabu em nossa sociedade; em muitas empresas, o trabalhador é demitido ao primeiro sinal de distúrbios físico ou mental, e as terceirizações diluem o tamanho das categorias profissionais. Por fim, as empresas costumam esconder as ocorrências ou, quando isso não é possível, fazem o possível para minimizá-las, atribuindo os óbitos a problemas pessoais do falecido, distúrbios psiquiátricos ou, em última instância, fazem comparações epidemiológicas absurdamente descabidas entre as taxas de suicídio da empresa e... do país! Categorias de trabalhadores potencialmente sujeitas ao sofrimento são daqueles setores muito competitivos: eu apostaria pesquisar os trabalhadores das empresas de telecomunicações brasileiras, incluindo aqueles que perderam os seus empregos. É possível que os resultados sejam assustadores.


Fonte: Instituto Humanitas Unisinos / Contraf/CUT

CONTRAF-CUT E VIGILANTES VOLTAM AO MPT POR SEGURANÇA NO TRANSPORTE DE VALORES

Crédito: Davi de Souza/O Tempo/AE
Davi de Souza/O Tempo/AE Contraf-CUT e Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes (CNTV) protocolam nesta quarta-feira, dia 28, novos documentos na Procuradoria-Geral do Ministério Público do Trabalho (MPT), em Brasília, sobre a falta de segurança no transporte de valores. O procedimento é resultado da reunião promovida no último dia 13 pelo procurador-geral do MPT, Otávio Brito Lopes, que, além dos representantes dos trabalhadores, também contou com a participação da Febraban.

Três grandes problemas preocupam as entidades sindicais: o abastecimento dos caixas eletrônicos feito por vigilantes com o manuseio e a contagem do dinheiro no local, a falta de espaço seguro para o estacionamento dos carros-fortes nas agências e o transporte ilegal de numerário ainda feito por muitos bancários pelo Brasil afora.

"As operações de transporte de valores tem causado mortes, feridos e pessoas traumatizadas. Além da recente portaria da Polícia Federal, outras medidas precisam ser tomadas para proteger a vida dos trabalhadores e melhorar as condições de segurança", afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr.

"Queremos que todo o transporte de numerário seja feito por empresa especializada em segurança e em condições seguras. Mesmo que a legislação determine a utilização de carros-fortes, diversos bancos obrigam seus funcionários a transportar valores, muitas vezes de táxi ou com o carro particular, sem qualquer segurança, aumentando o risco de assaltos", alerta o dirigente sindical.

No próximo dia 9 de novembro, o procurador-geral do MPT realiza nova reunião entre as partes para continuar as negociações.

Fonte: Contraf-CUT





terça-feira, 27 de outubro de 2009

TERMINA GREVE NO BNB EM ALAGOAS, BAHIA, PARAÍBA E PIAUÍ

Os bancários do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) realizaram na noite desta segunda-feira, 26, assembleias para deliberar a respeito da proposta específica apresentada pelo banco e da continuidade ou não da greve. Iniciada no dia 24 de setembro, a paralisação dos bancários do BNB completou hoje 33 dias.

Os trabalhadores deliberaram por voltar ao trabalho nesta terça-feira nas bases de Alagoas, Bahia, Paraíba e Piauí, de acordo com informações dos sindicatos recebidas pela Contraf-CUT até as 22h. Enquanto isso, os bancários de Pernambuco e Sergipe decidiram rejeitar a proposta e manter a paralisação. Os funcionários do Maranhão e Rio Grande do Norte resolveram que se submetem à decisão da maioria das bases. Os trabalhadores do Ceará já haviam encerrado a greve.

A proposta foi apresentada pela direção do banco ao Comando Nacional dos Bancários e à Comissão dos Funcionários (CFBNB) em negociação realizada na tarde desta segunda-feira, em Fortaleza.

Pelo acordo, o BNB deve cumprir a Convenção Coletiva da categoria, assinada com a Fenaban. As novidades são o adiantamento da PLR de 20 de março de 2010 correspondente a 1/3 do salário bruto a cada empregado, e o passivo trabalhista, que consiste na retomada das negociações relativas às ações judiciais no prazo de 30 dias, com apresentação de proposta em reunião até dia 26 de novembro.


Fonte: Contraf-CUT







BANCÁRIOS DO BANESE E BNB DE SERGIPE CONTINUAM EM GREVE

Na assembleia desta segunda 26, encerrada por volta das 22h, os bancários do Banese e do Banco do Nordeste do Sergipe rejeitaram as propostas dos bancos e continuam em greve. Só o Estado ainda possui dois bancos no movimento que começou no dia 24 de setembro. Depois de 33 dias de paralisação, eles avaliaram como 'humilhante' o fato de retornar ao trabalho com as propostas oferecidas. Nova assembleia do BNB acontece hoje à tarde, às 16 horas. A do Banese ficou marcada para as 15h.

Entre as ofertas, o BNB acrescentou R$ 500 de abono e o Banese aumentou a reparação do reajuste dos caixas de 10% para 15%, o que é específico para os caixas. Mas a exigência maior dos baneseanos é para que o banco defina uma data para implantação do Plano de Cargos e Salários (PCS) e realização de concurso.

A continuidade da greve passou no BNB por uma diferença de apenas dois votos. Mas no Banese, a maioria dos participantes aprovou a continuidade da greve. "A gente começou essa greve há 33 dias, nesse período o banco não demonstrou respeito aos trabalhadores. Acho covardia a gente voltar sem avanços", protestou um bancário do BNB.

"É necessário fazer a luta política no BNB como no Banese e nos demais bancos. Temos que sair daqui da melhor forma possível. Podemos estar cansados fisicamente, mas houve um acúmulo de forças: 33 dias de greve não é qualquer coisa. O que foi feito este ano foi extraordinário", avaliou José Souza, presidente do Sindicato dos bancários de Sergipe (Seeb/SE).

Antes da assembleia, por volta das 15h30, a diretoria do Sindicato de Sergipe recebeu a visita do deputado Francisco Gualberto, líder do Governo na Assembleia Legislativa, e do presidente do Banese, Saumíneo Nascimento. Houve uma conversa, e José Souza pediu que fosse colocado no papel o conteúdo da conversa.

A resposta voltou quase às 21 horas, no último minuto do prazo de espera dado aos bancários que já estavam impacientes. O presidente do Banese reiterou o que havia sido acordado na audiência do Tribunal Regional do Trabalho - TRT - (Assinatura do acordo complementar das cláusulas que já são praticadas, transporte até o local de trabalho no interior, compensação dos dias de greve 2 por 3), acrescentando os 15% à comissão dos caixas. Quem não é caixa se sentiu excluído.

Durante 16 anos houve um jejum sem greve no Banese. Nos últimos dois anos a categoria aderiu ao movimento. Começou timidamente mas avançou com toda força. Nova audiência no TRT estava marcada para o dia 9 de novembro. Foi antecipada, a pedido do Banese, para o dia 3, quando poderá ser instalado o dissídio coletivo.

Por Edivânia Freire - Seeb/S.
Fonte: Contraf/CUT




DELEGADO CRITICA BANCOS NA QUESTÃO SEGURANÇA

O delegado do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) Ruy Ferraz Fontes disse que a prática dos bancos de deixar seguranças e funcionários na área de caixas eletrônicos tem de ser revista. Os bancários reivindicam, há anos, melhorias nas condições de segurança das agências, a começar já pelo setor de autoatendimento.

Fontes expôs sua opinião, para o jornal Agora S.Paulo, após prender membros de uma quadrilha que agia de forma padronizada usando geralmente um revólver calibre 38 e rendendo um segurança ou funcionário do banco que trabalhava na área dos caixas eletrônicos para forçar os seguranças da parte interna da agência a desativar a porta de segurança. Uma das reivindicações históricas dos bancários é que a porta de segurança seja instalada já na entrada do autoatendimento.

Somente essa quadrilha assaltou sete agências em apenas dois meses. "É a mais atuante (do Estado SP), diante do número de ocorrências que produziu", disse Fontes.

Os ladrões normalmente agiam após as 11h, uma hora depois da abertura das agências, sempre vestindo ternos e camisas sociais. Em um dos assaltos, segundo informações do Jornal da Tarde, um dos bandidos agrediu seguranças e uma das gerentes.

Fonte: Contraf/CUT





BANPARÁ ASSINA ACORDO NA PRÓXIMA SEXTA, DIA 30

Na próxima sexta-feira, dia 30 de outubro, às 19h, na sede do Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá, será assinado o acordo coletivo do Banpará para o período 2009/2010.

Veja a seguir quais foram nossas conquistas:

- Na PLR, além do modelo da FENABAN (90% do salário + R$ 1.024,00 + 2% do lucro líquido, dividido de forma linear), o Banpará pagará mais 2% do lucro líquido, dividido de forma linear entre os funcionários, o que amplia essa terceira parcela, no Banco, para 4% do lucro líquido, cuja primeira parcela foi paga nesta segunda (26/10);

- 2 tíquetes alimentação extras. Um de R$ 410,00 agora em outubro (pago nesta segunda, 26/10) e outro de R$ 400,00 em março/2010; Fica mantida a 13ª cesta alimentação em novembro, no valor de R$ 289,31.

- Ampliação da licença maternidade para 180 dias;

- Isonomia de tratamento para casais homoafetivos;

- Ampliação do prazo de amamentação para 270 dias;

- Reativação do Comitê de Relações Trabalhistas, onde será tratada inclusive a questão do assédio moral;

- Implantação do novo plano de saúde na vigência do acordo;

- Apresentação do piloto do ponto eletrônico em 180 dias e implantação na vigência do acordo;

- Possibilidade de defesa oral do funcionário no comitê disciplinar;

- Abono integral dos dias parados;

- Não retaliação a qualquer empregado por participar do movimento.


Fonte: Seeb/Pa-Ap.

Edição: AFBEPA.




INAUGURADA A NOVA AGÊNCIA CAPANEMA






Em clima de alegria foi inaugurada ontém, dia 26 a nova agência Capanema do Banpará, com instalações mais adequadas às necessidades de segurança e saúde dos funcionários e clientes.
Parabéns aos colegas funcionários e à direção do banco.



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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

PARABÉNS MACILDSON E ALINE!

A foto está no orkut do papai Macildson.
Em seu colo, o amado filhote Ângelo Magno.



O e-mail da Presidenta da AFBEPA, Kátia Furtado, foi enviado dia 25, anunciando a boa nova. Macildson é funcionário do Banpará lotado na ag. Capanema, que hoje está sendo reinaugurada. Depois postaremos notícias e fotos da reinauguração da agência.
Abaixo, a carta da Kátia:



"Nasceu o filho do Macildson, às 20:30h de hoje (25/10/2009), pesando 4kg e medindo 53cm. Nasceu com saúde, graças a Deus! A mãe, Aline, está bem e já amamentou o filhote.
O Macildson está super feliz e me disse agora há pouco que vai tirar os cinco dias de licença paternidade, emendará as folgas a que tem direito e também as férias, tudo para ficar juntinho da mulher amada e do bebê tão querido e esperado.
Amanhã, as diretoras da AFBEPA Cris Quadros, Zenaide Oliveira, o diretor Amaral e eu estaremos em Capanema e, com certeza, faremos uma visita para a família do Macildson, que agora cresceu mais ainda em amor e alegria.

Um forte abraço ao Macildson, à Aline, ao filhote e a todos nós que sentimos a emoção de receber uma nova vida!

Kátia."




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UM POEMA DE DRUMMOND EM HOMENAGEM À VIDA

A LUÍS MAURÍCIO, INFANTE

Acorda, Luis Mauricio. Vou te mostrar o mundo,
se é que não preferes vê-lo de teu reino profundo.

Despertando, Luis Mauricio, não chores mais que um tiquinho.
Se as crianças da América choram em coro, que seria, digamos, do teu vizinho?

Que seria de ti, Luis Mauricio, pranteando mais que o necessário?
Os olhos se inflamam depressa, e do mundo o espetáculo é vário

e pede ser visto e amado. É tão pouco, cinco sentidos.
Pois que sejam lépidos, Luis Mauricio, que sejam novos e comovidos.

E como há tempo para viver, Luis Mauricio, podes gastá-lo à janela
que dá para a "Justicia del Trabajo", onde a imaginosa linha da hera

tenazmente compõe seu desenho, recobrindo o que é feio, formal e triste.
Sucede que chegou a primavera, menino, e o muro já não existe.

Admito que amo nos vegetais a carga de silêncio, Luis Mauricio.
Mas há que tentar o diálogo quando a solidão é vício.

E agora, começa a crescer. Em poucas semanas um homem
Se manifesta na boca, nos rins, na medalhinha do nome.

Já te vejo na proporção da cidade, dessa caminha em que dormes.
Dir-se-ia que só o anão de Harrods, hoje velho, entre garotos enormes,

conserva o disfarce da infância, como, na sua imobilidade,
à esquina de Córdoba e Florida, só aquele velho pendido e sentado,

de luvas e sobretudo, vê passar (é cego) o tempo que não enxergamos,
o tempo irreversível, o tempo estático, espaço vazio entre ramos.

O tempo – que fazer dele? Como adivinhar, Luis Mauricio,
o que cada hora traz em si de plenitude e sacrifício?

Hás de aprender o tempo, Luis Mauricio. E há de ser tua ciência
uma tão íntima conexão de ti mesmo e tua existência,

que ninguém suspeitará nada. E teu primeiro segredo
seja antes de alegria subterrânea que de soturno medo.

Aprenderás muitas leis, Luis Mauricio. Mas se as esqueceres depressa,
Outras mais altas descobrirás, e é então que a vida começa,

e recomeça, e a todo instante é outra: tudo é distinto de tudo,
e anda o silêncio, e fala o nevoento horizonte; e sabe guiar-nos o mundo.

Pois a linguagem planta suas árvores no homem e quer vê-las cobertas
de folhas, de signos, de obscuros sentimentos, e avenidas desertas

são apenas as que vemos sem ver, há pelo menos formigas
atarefadas, e pedras felizes ao sol, e projetos de cantigas

que alguém um dia cantará, Luis Mauricio. Procura deslindar o canto.
Ou antes, não procures. Ele se oferecerá sob forma de pranto

ou de riso.E te acompanhará, Luis Mauricio. E as palavras serão servas
de estranha majestade. É tudo estranho. Medita por, exemplo, as ervas,

enquanto és pequeno e teu instinto, solerte, festivamente se aventura
até o âmago das coisas. A que veio, que pode, quanto dura

essa discreta forma verde, entre formas? E imagina ser pensado,
pela erva que pensas. Imagina um elo, uma afeição surda, um passado

articulando os bichos e suas visões, o mundo e seus problemas;
imagina o rei com suas angústias, o pobre com seus diademas,

imagina uma ordem nova; ainda que uma nova desordem, não será bela?
Imagina tudo: o povo,com sua música; o passarinho, com sua donzela;

o namorado com seu espelho mágico; a namorada, com seu mistério;
a casa, com seu calor próprio; a despedida, com seu rosto sério;

o físico, o viajante, o afiador de facas, o italiano das sortes e seu realejo;
o poeta sempre meio complicado; o perfume nativo das coisas e seu arpejo;

o menino que é teu irmão, e sua estouvada ciência
de olhos líquidos e azuis, feita de maliciosa inocência,

que ora viaja enigmas extraordinários; por tua vez, a pesquisa
há de solicitar-te um dia, mensagem perturbadora na brisa.

É preciso criar de novo, Luis Mauricio. Reinventar nagôs e latinos,
E as mais severas inscrições, e quantos ensinamentos e os modelos mais finos,

de tal maneira a vida nos excede e temos de enfrentá-la com poderosos recursos.
Mas seja humilde tua valentia. Repara que há veludo nos ursos.

Inconformados e prisioneiros, em Palermo, eles procuram o outro lado,
E na sua faminta inquietação, algo se liberta da jaula e seu quadrado.

Detém-te. A grande flor do hipopótamo brota da água – nenúfar!
E dos dejetos do rinoceronte se alimentam os pássaros. E o açúcar

que dás na palma da mão à língua terna do cão adoça todos os animais.
Repara que autênticos, que fiéis a um estatuto sereno, e como são naturais.

É meio-dia, Luís Maurício, hora belíssima entre todas,
pois, unindo e separando os crepúsculos, à sua luz se consumam as bodas

do vivo com o que já viveu ou vai viver, e a seu puríssimo raio
entre repuxos, os “chicos” e as “palomas” confraternizam na “Plaza de Mayo".

Aqui me despeço e tenho por plenamente ensinado o teu ofício,
que de ti mesmo e em púrpura o aprendeste ao nascer, meu netinho Luis Mauricio.

Carlos Drummond de Andrade.



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domingo, 25 de outubro de 2009

TRABALHADOR NÃO CONSEGUE SE DESLIGAR NEM NO TEMPO LIVRE, APONTA DIEESE

O trabalho acadêmico "Tempos de trabalho, tempos de não trabalho", da cientista social Ana Cláudia Moreira Cardoso, ganhou o prêmio Capes de melhor tese na área de sociologia no ano passado. Ela é supervisora de formação do Dieese e está coordenando a campanha da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.

A tese foi elaborada a partir de pesquisa realizada entre os trabalhadores na Volks de São Bernardo. "A ideia era ver como o tempo de trabalho influencia o tempo de não trabalho, porque não existe essa separação", comentou.

Quais suas motivações para fazer a pesquisa?

Uma foi profissional, pois desde 1998, com a medida provisória criando o banco de horas, o Dieese retomou a discussão sobre o tempo e a jornada de trabalho. Outra motivação foi pessoal, pois o tempo é algo que a gente vivencia tanto, mas reflete muito pouco sobre ele. É uma contradição, pois a gente não tem tempo de pensar no tempo, na divisão das 24 horas do dia. Tanto que achamos normal trabalhar 11 anos e folgar só um ano, achamos normal trabalhar doente. O tempo, na verdade, é uma construção da sociedade.

A reorganização produtiva não beneficiou o trabalhador?

O discurso da inovação tecnológica e organizacional era o de liberar o trabalhador do tempo do trabalho. Com menos tempo para produzir, o trabalhador teria mais tempo para viver a vida dele. Mas, não foi isso o que aconteceu e o trabalhador percebeu dois lados ruins para ele. Para quem está empregado, a inovação gerou intensificação do trabalho, um trabalho mais intenso, com ritmo mais acelerado, com menos pausas, com mais horas extras. Por outro lado, aumentou o nível do desemprego.

Como os trabalhadores reagem a isso?

Os trabalhadores da linha reclamam da combinação da polivalência com o banco de horas. Com o banco, o trabalhador é chamado quando a demanda é alta. Se não, em função da multitarefa, é sempre colocado numa função em alta. Ele sempre vai estar no momento e na função em alta, nunca vai ter período de calmaria. Mesmo porque as empresas têm sempre menos trabalhadores que o necessário. Com o just in time, houve uma redução da porosidade do tempo. O trabalhador não precisa esperar nada, está tudo ali, e ele não tem tempo para respirar. Isso numa empresa em que o Sindicato está presente e é super atento. Imagine nas empresas que não tem um Sindicato presente!

E para o trabalhador fora da linha?

Acontece o mesmo. Os trabalhadores na ferramentaria, por exemplo, reclamam que têm de fazer todas as funções do setor. Eles também não param, com a agravante que, com a terceirização, as ferramentas chegam com defeito e eles gastam mais tempo com elas.

E as mulheres?

As mulheres da produção não tinham tempo de ir ao banheiro e começaram a criar o hábito de fazer o mesmo nos finais de semana. Com isso, passaram a ter problemas de saúde. Não é só as trabalhadoras da produção. Uma gerente de banco falou a mesma coisa, que durante o dia não conseguia parar de trabalhar para ir ao banheiro. As secretárias também tiveram o tempo intensificado. Hoje, elas trabalham para quatro ou cinco gerentes e não têm tempo de trabalhar e revisar, pois sempre têm outra coisas a fazer. Nas diferentes áreas existe o processo generalizado de intensificação do trabalho. O capital quer que o trabalhador seja produtivo nas 40 horas semanais, na jornada inteira.

Quais as consequências da intensificação do trabalho?

Ela acarreta várias coisas. Primeiro, um processo de adoecimento como gastrite, insônia, pressão alta, depressão. Doenças difíceis de serem consideradas do trabalho. E quando o trabalhador sai da fábrica ele continua a pensar no trabalho por medo de perder o emprego. Fica pensando o que pode fazer para melhorar o desempenho dele. Por isso mesmo, no seu tempo livre, ele vai se qualificar. São trabalhadores com 42, 45 anos que voltam à faculdade. A dificuldade é grande, ele tem família, tem filhos. Na verdade, ele corre atrás do título e não do conhecimento como condições de subir na carreira.

E nas férias?

A maioria não consegue tirar férias no tempo em que querem. Cada vez mais o trabalhador tem dificuldade de tirar o tempo livre para ficar com a família.

Como é a jornada brasileira?

No Brasil, temos uma das maiores jornadas do mundo, e é aqui que se pode fazer o maior número de horas extras. Além disso, o trabalhador gasta um tempo absurdo no transporte e ainda precisa estudar.

E quando o trabalhador se aposenta?

Os aposentados não sabem o que fazer com o tempo livre, pois eles passaram a vida toda sem isso. Eles ficam perdidos. É uma coisa estranha, pois não tiveram o hábito do tempo livre. Alguns voltam a trabalhar, as vezes menos pelo dinheiro mas para ter algo para fazer. Muitos, na aposentadoria, estão super doentes, com a coluna destruída, com problemas cardíacos.

A maioria dos que trabalham diz que seu projeto é se aposentar, mas para daqui a 10, 15 anos. Na verdade, eles não têm projeto de futuro.

O tempo de trabalho, quando é muito grande, toma o tempo todo que o trabalhador não consegue pensar coisa diferente. Ele não tem a perspectiva de fazer algo diferente. Não sabe o que fazer.

E a redução da jornada para 40 horas?

A campanha pela redução da jornada será eterna. As inovações tecnológicas e organizacionais vão continuar e cada vez mais vamos precisar de menos trabalhadores para produzir mais com menos tempo. O que fazer com os desempregados? Mandar para o campo de concentração? A redução da jornada tem de continuar. De acordo com Márcio Pochmann, se todos os trabalhadores ativos do mundo trabalhassem, a jornada seria de três horas diárias. Afinal, ele tem de se apropriar da riqueza que produz.


Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC/ CONTRAF/CUT