Governos e empresários já afinaram o discurso para tentar impedir
reajustes salariais expressivos em 2013. Vão colocar a culpa na inflação e na
retração da conjuntura econômica. Várias centrais sindicais e confederações
alinhadas com o governo estão aceitando até reajustes menores que os acordados
em 2012.
Em nosso caso, o discurso não cola. Bancos são o setor que
nunca perde, ao contrário, são os que mais ganham, inclusive quando a
conjuntura está ruim para a maioria. O Banpará aponta expressivo crescimento
com recordes de lucros que impedem o Banco de impor a lógica da partilha das
perdas. Queremos a partilha dos ganhos, o que é justo, legal e correto!
A nível nacional, em um breve olhar sobre algumas campanhas
salariais de importantes categorias de trabalhadores brasileiros, percebemos um
quadro de recuo. Mas enquanto o movimento sindical governista rebaixa a pauta e
se aparta, cada vez mais da realidade das classes trabalhadoras, os movimentos que
foram e continuam indo às ruas, seguem lutando por um país onde os
investimentos públicos sejam feitos para o povo e onde a democracia seja real,
viva e não de fachada, como conhecemos aqui no Brasil.
Categorias
Servidores públicos federais – a definição de uma data base é
antiga reivindicação da categoria. O governo reconhece que é importante, mas já
disse que esse ano, ainda não será possível garantir a data base. Em 2012, os
servidores públicos federais realizaram uma forte greve nacional de 90 dias,
mas saíram dessa greve humilhados, em alguns casos com contracheques zerados,
porque os dirigentes nacionais da categoria, ligados ao partido do governo
aceitaram o desconto dos dias parados, além de um reajuste de 15,8% dividido em
três parcelas (2013, 2014 e 2015). Agora, a Condsef – Confederação dos
Servidores Públicos Federais, pressionada pelo aumento da inflação e baseada em
estudo do Dieese, entendeu que deverá solicitar a antecipação da parcela de
reajuste prevista para 2015, mas só quer fazer uma grande greve em 2014. O
governo disse que só conversa com a categoria em setembro.
Nesse momento, os servidores do Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (Dnit) estão em greve há mais de um mês reivindicando
equiparação com a carreira das agências reguladoras. O ministério contrapropôs o
mesmo reajuste do ano passado.
Comerciários – aqui no Pará, especialmente os trabalhadores
dos supermercados fizeram uma forte greve nos primeiros dias de julho e
conquistaram a jornada de 7 horas, com intervalo de 30 minutos, e o pagamento
do vale alimentação mensal. Esse acordo independe da convenção coletiva de
trabalho que já havia sido assinada com data retroativa a 1º de março, que é a
data-base da categoria dos trabalhadores em supermercados no Estado do Pará.
Também não terão os dias parados descontados.
Trabalhadores nos Correios – data base é em 1º de agosto. Cerca
de 300 funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT)
fizeram dia 19/07 protesto em frente ao Centro de Distribuição (CDD) dos
Correios de Jaguaré, na zona oeste da capital paulista. O ato foi o primeiro da
campanha salarial da categoria, que tem data-base em 1º de agosto. A pauta
inclui, entre outros pontos, reajuste de 15% mais a inflação e participação nos
lucros. As entidades sindicais entregam a pauta com as reivindicações no
próximo dia 31. Entre as reivindicações, os trabalhadores querem discutir um
plano piloto para horário de entrega de encomendas somente no período da manhã
e a manutenção e melhorias no plano de saúde. “A empresa está propondo mudanças
que nos prejudicam muito, como a retirada de dependentes do convênio médico e
uma nova taxa para pagamento”, afirma o diretor.
Em setembro teremos as campanhas salariais de bancários,
petroleiros e trabalhadores na construção civil, aqui no Pará.
Confiram, abaixo, trechos da matéria publicada no site Brasil
Econômico, sobre as campanhas salariais em 2013 e vejam o tamanho do prejuízo que os trabalhadores estão amargando:
"Economia
Empresas brasileiras endurecem negociação salarial
Nicola Pamplona (nicola.pamplona@brasileconomico.com.br)
26/07/13 09:40
Especialistas esperam correções salariais este ano menores do que em 2012, devido à retração da atividade econômica.
A piora do cenário econômico já é refletida em um agravamento da queda de braço entre empresas e trabalhadores em torno dos reajustes salariais anuais. As primeiras categorias que fecharam acordo este ano obtiveram ganhos reais menores do que esperavam e a expectativa de especialistas é que 2013 seja pior para o trabalhador do que 2012, quando quase todas as categorias conseguiram ganhos reais expressivos.
Atualmente, trabalhadores da Eletrobras mantêm greve que já dura dez dias, para forçar a empresa a melhorar a proposta apresentada no início do mês. A categoria pede a inflação medida pelo Dieese mais 4,5% de ganho real, mas a empresa propôs apenas a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A alíquota de 4,5%, referente à média de crescimento do consumo de energia nos últimos três
anos, foram retirados da pauta neste ano sob a alegação de que a empresa perdeu R$ 9 bilhões com a lei que reduziu a tarifa de energia. Os trabalhadores já admitem ceder e aceitar proposta de ganho real de 1,5% apresentada pela empresa na semana passada. O caso da Eletrobras é específico, dizem os especialistas, por conta dos efeitos de mudanças regulatórias sobre o caixa da companhia, mas os acordos fechados por outras categorias este ano comprovam que as dificuldades de negociação envolvem todos os setores da economia.
Os metalúrgicos da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), por exemplo, assinaram com a empresa acordo que apenas repõe a inflação, sem ganho real, e com um teto de R$ 500 sobre o reajuste salarial. Os trabalhadores da construção civil de São Paulo pediram ganho real de 2,53% mas acabaram fechando com 1,83%. Os empregados do setor calçadista de Franca levaram cinco meses de negociações, com ameaças de greve e mediação da Justiça Trabalhista, para fechar acordo com reajuste de 9%, escalonado em duas parcelas. No ano passado, obtiveram 7% de ganho real.
Em geral, os percentuais têm sido menores do que os obtidos em 2012, ano considerado pelo
Dieese o melhor desde 1996, quando iniciou a análise de acordos coletivos em todo o Brasil. No ano passado, 95% das categorias conseguiram ganho real. Mas os trabalhadores começaram a perder força de negociação no segundo semestre, com o aumento da inflação e a piora das expectativas sobre o crescimento da economia."Normalmente, o segundo semestre é melhor, porque a atividade econômica é mais aquecida e a inflação, mais fraca", diz Oliveira, do Dieese.
"Este ano, com o recuo da inflação, pode ser que a situação volte à normalidade", completa. A prova de fogo começa agora em agosto, com as negociações de duas das maiores e mais influentes categorias de trabalhadores: petroleiros e bancários. As duas categorias pedem reposição da inflação pelo Dieese mais ganho real de 5%." Fonte: Brasil Econômico.
NOSSA PAUTA
Voltamos a afirmar: o cenário nos Bancos e, especialmente no Banpará é de crescimento, de ganhos e recordes de lucros, portanto, vamos pra nossa campanha salarial com toda força!
Queremos o retorno do nosso Tíquete Extra;
Queremos a efetivação do nosso PCS, com a promoção por
antiguidade, para todos, retroativa a janeiro de 2013 e a promoção por merecimento
em janeiro de 2014, além de regras justas e humanizadas para evoluções, no
âmbito do GT/PCS;
Queremos a implantação imediata do Ponto Eletrônico,
principalmente nas agências, postos e caixas avançados, além do pagamento de
toda as horas extras realizadas, devidas aos bancários;
Queremos que o Banco cumpra os Acordos, os Regulamentos e as
Leis trabalhistas, dentre outras reivindicações.
Após a Convenção da Contraf, foram definidas as principais reivindicações da Minuta Nacional:
Reajuste salarial de 11,93%, composto de 5% de aumento real,
além da inflação projetada de 6,6%, o que é insuficiente para cobrir,
verdadeiramente, as nossas perdas históricas. Nunca conseguiremos compreender
como dirigentes que desejam negociar a inflação projetada pedem exatamente o percentual
da inflação, sabendo que em uma negociação sempre há uma queda percentual no momento
do fechamento da negociação, ou seja, quando se quer repor uma inflação de 6,6%
é preciso se começar a negociar por cima;
PLR: três salários mais R$ 5.553,15;
Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese);
Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas
e do assédio moral que adoece os bancários;
Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da
inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que
precariza as condições de trabalho, além da aprovação da Convenção 158 da OIT,
que proíbe as dispensas imotivadas;
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os
bancários;
Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda
das chaves de cofres e agências por bancários.
NA LUTA É QUE SE AVANÇA!
UNIDOS SOMOS FORTES!
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