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Ao Coordenador da equipe de transição do governo eleito,
AS DEMANDAS DOS BANCÁRIOS E BANCÁRIAS DO BANPARÁ
Nós, bancários e bancárias do Banpará temos dado o melhor na defesa do banco, garantindo, com todo o nosso esforço e empenho, com toda nossa dedicação e competência, os melhores resultados e lucros para o Banpará, nos últimos anos.
Em 1998 tomamos uma decisão muito difícil para nossas vidas: doamos 20% de nossos salários, por onze meses, para ajudar a capitalizar o banco. Assim fizemos, por estarmos convencidos naquele momento de que não haveria outra saída: ou era isso, ou o banco quebrava e seria privatizado, como foram vários outros bancos estaduais, na esteira do funesto relatório “Bozz-Allen”.
Sofremos, por mais de 15 anos, com nosso PCS congelado, além da política de reajuste zero de toda a década de 90. Em 1999, fomos reduzidos a cerca de 700 funcionários. A extrapolação de jornada, sem os devidos pagamentos das horas extras, além dos adoecimentos, foram constantes. Hoje somos uma categoria endividada, nosso padrão de vida nem se compara ao de um bancário da década de 80.
A dívida moral e social do Banpará é grande para com seus funcionários. E essa dívida tem um custo real, financeiro, que precisa ser resgatado. Estamos no limite.
Em nossa última Campanha Salarial, a Minuta de Reivindicações trouxe alguns pontos fundamentais dessa agenda de dívidas que o banco tem para conosco, mas, por erros de conduta da atual direção do Sindicato dos Bancários, muito atrelada ao governo que finda, acabamos saindo da greve sem as principais cláusulas econômicas garantidas.
Pior, abrimos mão de continuar lutando por nossa pauta econômica porque acreditamos que o Sindicato havia conseguido, como informou em mensagens nos celulares, “3,3% acima da Fenaban”, ou seja, um reajuste salarial de 10,8%, independente do alinhamento ao novo piso da Fenaban. Na verdade, em relação ao piso da Fenaban, nosso piso decresceu. Antes dessa campanha salarial, nosso piso era 5% maior que o piso da Fenaban. O piso da Fenaban, para o Pessoal de Escritório, Tesoureiros, Caixas e outros empregados da Tesouraria, era de R$ 1.074,46. O nosso piso era de R$ 1.128,18. Ocorre que o piso da Fenaban foi reajustado em 16,33% passando a valer R$ 1.250,00. Então, o banco e o sindicato decidiram apenas alinhar o nosso piso ao novo piso da Fenaban e deu 3,3% de reajuste no PCS. Já não temos mais um piso acima da Fenaban, como era antes.
Neste momento, em que se realiza a transição em todo o governo estadual e também no Banpará, afirmamos que os novos gestores do banco precisam incluir em suas agendas de debates e urgentes providências, não apenas os números favoráveis ou desfavoráveis ao financeiro do banco, mas precisam tratar também dessas demandas reprimidas, desses históricos passivos morais e financeiros que o banco possui com relação aos seus bancários e bancárias.
Reivindicamos que o governador eleito e os novos dirigentes do Banpará tratem o banco como órgão público e que as decisões se construam também observando a dimensão política e os impactos nas vidas dos funcionários públicos bancários. Por isso, uma agenda deve ser criada para responder aos pontos principais, abaixo colocados:
1) ESTABELECIMENTO DE UM CRONOGRAMA DE REEMBOLSO AOS FUNCIONÁRIOS, DOS 20% DOADOS AO BANPARÁ EM 1998;
2) AUMENTO DE 5% NO PISO DO BANPARÁ, DE MODO A RECUPERAR O VALOR DO NOSSO PISO EM RELAÇÃO AO PISO DA FENABAN;
3) RESOLUÇÃO DAS PENDÊNCIAS DO NOVO PLANO DE SAÚDE UNIMED E DO PATRIMÔNIO REMANESCENTE DO PLANO CAFBEP/PAS:
3.1 - Devoluções de valores cobrados indevidamente;
3.2 - Utilização do saldo remanescente do plano CAFBEP/PAS para pagamento de quantas mensalidades dos participantes daquele plano comportem no novo plano de assistência à saúde UNIMED;
3.3 - Mudança na redação da cláusula 6ª do Regulamento do novo plano para: "os participantes do novo plano renunciam à prestação de assistência à saúde pelo plano CAFBEP/PAS";
3.4 - Mudança na redação da cláusula 7ª, onde os participantes somente autorizam o encerramento do plano CAFBEP/PAS, após ulterior prestação de contas da situação financeira e contábil, com a deliberação pelos mesmos, acerca do patrimônio remanescente;
3.5 - Responsabilização do banco por consultas, exames e internações, caso haja inadimplência da UNIMED com algum contratado, sem prejuízo das ações administrativas e judiciais cabíveis.
3.6 - Que o custeio do novo plano UNIMED incida apenas sobre as verbas fixas: salário, gratificação e anuênio.
4) PCS: EVOLUÇÃO POR MERECIMENTO EM 2011. Reativação do GT do PCS, com a participação independente da AFBEPA, e retomada do calendário uma vez que ainda não foi apresentada, em julho de 2010, à categoria a parte mais importante do plano, que trata da evolução funcional.
5) SOBREAVISO: RESOLUÇÃO DE TODAS AS PENDÊNCIAS.
6) PRESENÇA DA AFBEPA NAS MESAS DE NEGOCIAÇÃO DA CAMPANHA SALARIAL E DO GT PCS.
7) COMPENSAÇÃO FINANCEIRA PELA NÃO IMPLANTAÇÃO DO PONTO ELETRÔNICO, JÁ QUE OS BANCÁRIOS DAS AGÊNCIAS TÊM FEITO HORAS EXTRAS SEM O DEVIDO PAGAMENTO.
8) INDENIZAÇÃO DE TODOS OS BENS MÓVEIS SUBTRAÍDOS EM ASSALTOS E DE TODOS OS PREJUÍZOS MATERIAIS, ALÉM DA MAIS AMPLA ASSISTÊNCIA AOS BANCÁRIOS E SEUS FAMILIARES VITIMADOS NOS ASSALTOS.
9) PAGAMENTO DE TRATAMENTO PSICOTERÁPICO AOS BANCÁRIOS VITIMADOS EM ASSALTOS.
10) LICENÇA PRÊMIO PARA TODOS, INCLUSIVE PARA OS NOVOS CONTRATADOS E PARA OS EMPREGADOS COM MAIS DE 30 ANOS DE BANCO.
11) PAGAMENTO DE QUEBRA DE CAIXA AOS TESOUREIROS E COORDENADORES QUE MANUSEIAM NUMERÁRIO NOS CASHS.
12) REABERTURA DOS CANAIS DE COMUNICAÇÃO ENTRE A AFBEPA E OS FUNCIONÁRIOS, de modo que os bancários possam receber, em seus e-mails funcionais, os e-mails da AFBEPA, assim como possam ter acesso na página do banco na intranet, ao site e blog da AFBEPA.
Finalmente, queremos reafirmar que, para nós, funcionários e funcionárias do Banpará, o banco deve cumprir o seu compromisso fundamental enquanto agente do desenvolvimento com inclusão social e econômica levando à população paraense, trabalho e renda através de programas de crédito e micro crédito. Para tanto, é necessário:
1) Manter todos os recursos do Estado sob a gestão do Banpará;
2) Reativar a Diretoria de Recursos de Terceiros – DIRET, que foi extinta no governo que finda, e retornar com os fundos que foram transferidos para o Banco do Brasil, além de buscar outros recursos para subsidiar uma ampla política de crédito popular nos diversos municípios do Pará;
3) Reduzir as taxas de juros e aumentar o prazo para pagamento e a carência do atual programa de micro crédito “Banpará Comunidade”;
4) Ativar outros programas de crédito e micro crédito a serem desenvolvidos pelo Banpará.
Colocamo-nos à inteira disposição para contribuir no sentido de garantir o justo e o melhor para os bancários e bancárias e para a defesa e fortalecimento do Banpará, sempre mantendo a autonomia, a independência de classe e a força de luta dessa entidade de defesa dos funcionários.
Agradecemos a atenção dispensada e aguardamos breve e positivo retorno acerca dos pontos acima levantados.
Atenciosamente,
A Diretoria da AFBEPA.
AFBEPA.GESTÃO FIRME NA LUTA. Triênio 2010/2012. Rua 28 de Setembro, 1210, Sala 06. Reduto. 91) 32121457/1479. 91) 81111703, 91)81188679. e-mails: afbepa.ban@bol.com.br / afbepa@hotmail.com / afbepa.coragem@gmail.com /site: http://afbepacoragem.blogspot.com
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