Crédito: Paulo Pepe/Seeb São Paulo
No 15º dia da greve nacional, os bancários de todo o país aprovaram nesta quinta-feira, 8, em assembléias realizadas pelos sindicatos a proposta apresentada pela Fenaban ao Comando Nacional, com base nas informações recebidas pela Contraf-CUT até as 21h30. A proposta prevê reajuste salarial de 6% (inflação do período mais aumento real) e melhoria da Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
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O reajuste de 6% contempla um aumento real de 1,5% em relação à inflação calculada pelo INPC entre 1º de setembro de 2008 e 31 de agosto de 2009, que foi de 4,44%. Anteriormente, a Fenaban havia proposto um reajuste de 4,5%, o que foi rejeitado por todos os bancários. O percentual de 6% também será aplicado às demais verbas, como auxílio-refeição (R$ 16,88), cesta-alimentação (R$ 289,31) e auxílio-creche/babá (R$ 207,95). O piso salarial para auxiliar de escritório após 90 dias de empresa passa a R$ 1.074,46.
A greve garantiu a manutenção da distribuição de PLR no montante de até 15% do lucro líquido de cada banco, contra a tentativa das empresas de reduzir esse percentual para 5,5%. O modelo de PLR conquistado contém avanços. A regra básica prevê 90% do salário mais R$ 1.024 fixos, com teto de R$ 6.680. O valor pode ser majorado até que seja distribuído pelo menos 5% do lucro líquido, podendo chegar a 2,2 salários, com teto de R$ 14.696. Além disso, será paga uma PLR Adicional de 2% do lucro líquido distribuídos linearmente entre todos os bancários com teto de R$ 2.100. Esse percentual será garantido tenha o lucro crescido ou não.
A proposta ainda garante a ampliação da licença-maternidade para 180 dias para as funcionárias de todos os bancos e a isonomia de tratamento para casais homoafetivos, que passam a gozar dos mesmos direitos previstos na Convenção Coletiva. O auxílio-creche/babá continua valendo para filhos até 83 meses.
"Esse acordo com a Fenaban representa uma vitória da participação e da luta da categoria, que se indignou contra a tentativa dos bancos de reduzir a distribuição de lucros aos bancários e acabar com a trajetória de sucessivos aumentos reais que os bancários vêm conquistando com mobilização e greve desde 2004. Além disso, a parcela adicional da PLR passa a ser paga diretamente sobre um percentual do lucro líquido, aumentando os ganhos dos bancários", avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.
"É um acordo positivo, mas ainda temos muito em que avançar. Com a força da greve nos bancos públicos e o crescimento da mobilização nos bancos privados, continuaremos lutando em cada empresa por garantia de emprego, mais contratações, combate às metas abusivas, fim do assédio moral, melhores condições de saúde, segurança e trabalho, entre outras bandeiras", acrescenta o dirigente.
Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal
Os empregados da Caixa Econômica Federal decidiram permanecer em greve por tempo indeterminado em todo o país. Não houve avanços na negociação específica realizada nesta quinta entre o banco e Comando Nacional, em São Paulo. A greve continuará até a apresentação de uma nova proposta pelo banco.
No caso do Banco do Brasil, até o momento, na maioria das assembléias realizadas pelos sindicatos, os funcionários aprovaram a proposta específica do banco, tais como São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis, Curitiba, Alagoas, Mato Grosso, entre outras. A proposta foi rejeitada em Brasília, Porto Alegre, Ceará, entre outros sindicatos, que realizarão novas assembléias.
Veja o resultado das principais assembléias até as 22h30:
São Paulo
Privados, BB e Nossa Caixa = propostas aprovadas
CEF = mantém greve
Florianópolis
Privados e BB = propostas aprovadas
CEF = mantém greve
Brasília
Privados = proposta aprovada
BB, CEF e BRB = mantém greve
Porto Alegre
Privados e Banrisul = propostas aprovadas
BB e CEF = mantêm greve
Rio de Janeiro
BB e Privados = propostas aprovadas
CEF = mantém greve
Curitiba
BB e Privados = propostas aprovadas
Roraima
BB e Privados = propostas aprovadas
CEF e Basa = mantém greve
Piaui
Privados = proposta aprovada
BB, CEF e BNB = mantém greve
Campo Grande
BB e Privados - propostas aprovadas
CEF =mantém greve
Mato Grosso
BB e Privados - propostas aprovadas
Basa = rejeitou proposta e mantém greve
CEF = mantém greve (não apreciaram proposta)
Ceará
BB = mantém greve
Acre
BB e Privados = propostas aprovadas
CEF e Basa = mantém greve
Pará
BB, Privados e Banpará = propostas aprovadas
CEF e Basa = mantém greve
Rondonia
BB e Privados = propostas aprovadas
CEF e Basa = mantém greve
Alagoas
BB e Privados = propostas aprovadas
CEF e BNB = mantém greve
Pernambuco
Privados = proposta aprovada
BB =mantém greve
CEF, BNB = ainda em assembléias
Espírito Santo
BB, Privados e Banestes = propostas aprovadas
CEF = mantém greve
Bahia
BB = mantém greve
Sergipe
BB = mantém greve
Paraíba
Privados = proposta aprovada
BB e CEF = mantêm greve
BNB = ainda em assembléia
Belo Horizonte
Assembléia amanha (09), 15h
Fonte: Contraf/CUT
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