21 de novembro de 1929 - 27 de fevereiro de 2011
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21 de novembro de 1929 - 27 de fevereiro de 2011
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Da Redação Ampliar os serviços já existentes, conquistar novos clientes em todo o estado e atrair interesse de pessoas jurídicas através de novas linhas de financiamento são algumas das principais metas da nova diretoria do Banco do Estado do Pará (Banpará), que tomou posse na noite desta quarta-feira (23), no auditório da Federação das Indústrias do Estado (Fiepa). Ao assumir a presidência da instituição, Augusto Sérgio Costa, afirmou que é necessário repensar o Banpará, no sentido de torná-lo um banco competitivo e independente, sem esquecer sua missão institucional enquanto banco público estadual. "Temos a tarefa de assegurar ao Banpará condições de concorrer em um cenário cada vez mais competitivo. Queremos que ele deixe de ser utilizado apenas pelo servidor público. Nossa ideia é redimensionar os serviços do banco também para pessoas jurídicas, que não estejam vinculadas à folha de pagamento do Estado", enfatizou. A nova diretoria, adiantou o presidente, vai trabalhar em cima de estratégias que tornem o sistema bancário do Pará sinônimo de desenvolvimento regional. "Estamos com ideias ousadas e também pretendemos investir cada vez mais em tecnologia para que o Banpará seja um banco diferenciado e cada vez mais atraente para o cliente", ressaltou. Portabilidade - Um dos maiores desafios para a nova gestão, segundo Augusto Sérgio Costa, será conseguir manter os atuais clientes do banco, já que a partir de 2012 entrará em vigor, em todo o Brasil, a portabilidade bancária para servidores. O mecanismo permite que os clientes bancários escolham de qual instituição bancária receberão seus salários. "A questão da portabilidade é um fato que nos preocupa, mas não nos intimida. Vamos procurar, cada vez mais, oferecer os melhores serviços e fazer com que o nosso cliente queira permanecer conosco". Atualmente, o Banpará possui 300 mil clientes em 250 agências distribuídas por 43 municípios paraenses. A cerimônia de posse contou com a presença do vice-governador do Estado, Helenilson Pontes, e dos secretários estaduais Sérgio Leão (Governo), Sidney Rosa (projetos Estratégicos), José Tostes (Fazenda) e Alex Fiúza de Melo (Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia). Currículo - Augusto Sérgio Costa, é paraense, formou-se em Ciências Econômicas e também é advogado. É também Ph.D em Gestão Financeira, Finanças Empresariais e Finanças para Banco. O novo presidente é funcionário de carreira do Banpará. Começou em 1985, no cargo de praticante, e em 1994 foi promovido a analista financeiro. No ano 1996, assumiu a chefia da Superintendência de Administração Financeira, e três anos depois passou a ocupar o cargo de Diretor Financeiro. Em 2007, assumiu como Superintendente de Melhorias Operacionais e de Desenvolvimento de Pessoas, passando pouco tempo depois a diretor administrativo e financeiro da Caixa de Previdência e Assistência dos Funcionários do Banpará (CAFBEP). Diretoria - Cinco diretores também foram empossados na cerimônia desta quarta-feira (23). São eles: Márcia Regina Maués da Costa Miranda (diretora administrativa), Braselino Carlos Assunção da Silva (diretor de controladoria e planejamento), Geize T. S. Figueiredo (diretora financeira), Jorge Wilson Campos e Silva Antunes (diretor de crédito e fomento) e Eugênio Luís de Sousa Pessoa (diretor de tecnologia). Bruna Campos/Secom Fonte: Agência Pará de Notícias * |
Tomará posse na presidência do Banpará, no dia 23, Augusto Sérgio Costa, paraense que formou-se em Ciências Econômicas e também é bacharel em Direito. Augusto É Ph.D em Gestão Financeira, Finanças Empresariais e Finanças para Banco.
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As diretorias de Clube do Remo e Paysandu conseguiram o que queriam. Com o corte do valor do contrato com a Funtelpa, as novas formas de suavizar as perdas estão dando certo. O Governo do Estado já deu o parecer favorável do novo contrato com o Banco do Estado do Pará (Banpará), sugerido pelos dirigentes ao Estado. “Já nos deram o sinal verde. A qualquer hora vamos ser chamados para assinar o novo contrato com o Banpará”, revelou Sérgio Brás, presidente do Clube do Remo.
O Secretário de Comunicação do Estado, Ney Messias, confirmou que as negociações foram aceitas ainda semana passada pelo governador Simão Jatene. “Hoje (ontem) encaminhei todo o parecer para o presidente do Banpará. Agora ele vai fazer o contrato e chamar os clubes para assinar”, divulgou.
Entretanto, algumas modificações foram feitas no contrato. Ele terá validade de um ano e, devido ao saldo negativo nos cofres públicos, o valor do patrocínio passa de 60 mil para 50 mil reais por mês para cada um dos titãs. Em troca, o símbolo do banco será colocado nas camisas dos times.
Fonte: Diário do Pará
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Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado
Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir,
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair,
Deus lhe pague
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir,
Deus lhe pague
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Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.
De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
– Garrafa, prato, facão –
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.
Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.
Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
– Exercer a profissão –
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.
E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.
E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.
Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
– "Convençam-no" do contrário –
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.
Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!
Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.
Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
– Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.
Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!
– Loucura! – gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
– Mentira! – disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.
E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.
Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.
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