Os baneseanos rejeitaram em assembleia nesta quarta 21, a proposta do Banco do Estado de Sergipe - Banese -, apresentada na audiência de conciliação realizada ontem, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). O Banco não concordou com o pedido de 3% para avançar na proposta de 6% da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), só concordando com a reparação dos 10% na comissão dos caixas, que, num realinhamento das comissões no início deste ano, ficaram de fora dos reajustes.
Durante a audiência, o presidente do Banese, Saumíneo Nascimento, comprometeu-se em assinar o acordo complementar das cláusulas que já são praticadas pelo banco, e as demais continuarão sendo discutidas. Aceitou também a proposta da Fenaban, inclusive, já depositou o salário dos baneseanos na terça 20 com o reajuste de 6%, mas os baneseanos rejeitaram a proposta. O Sindicato dos bancários de Sergipe e o Banese receberam um prazo de dez dias para analisarem os itens da pauta específica, que serão apresentados na nova audiência marcada para o dia 9 de novembro, às 9h30.
Não havendo acordo, será instaurado o dissídio coletivo. "Além dos 3% a mais que não foi aceito pelo presidente do banco, pedimos a ajuda de transporte para os funcionários que trabalham no interior, que o banco só paga até Maruim ou Itaporanga, dependendo da rota.
O presidente sinalou aceitar nos moldes que são praticados no Banco do Nordeste. Falamos também do PCS. Como ponto importante, o Banese aceitou a assinatura do acordo coletivo de trabalho complementar do que já é praticado. A gente também pediu que fosse feito um reajuste na comissão dos caixas que é a menor praticada no Estado", informa José Souza, presidente do Sindicato dos Bancários. "A proposta apresentada é decorrente da nossa luta de 28 dias de greve, mas é decepcionante a gente conseguir uma proposta apenas para os caixas. Entendo que a gente deve buscar uma melhor proposta.
A direção do Sindicato está preparada para implementar o que for decidido nesta assembleia", disse o secretário geral do Sindicato dos bancários de Sergipe, Luiz Alves (Lula). "Ele (Saumíneo) não deu nenhum reajuste aos caixas, apenas corrigiu uma distorção que eles criaram quando 'realinharam' as comissões e deixaram os caixas e compensadores de fora. Nós fizemos esta semana um esforço enorme procurando juristas, políticos, para que Saumíneo recuperasse o poder de presidente. Eu fiquei, mais uma vez, decepcionada", afirma Ivânia Pereira, diretora do Sindicato. "Infelizmente, o atual presidente do Banese não tem poder de decisão. É triste chegar aqui depois de 28 dias e ter uma proposta aquém do que os baneseanos anseiam", lamentou José Américo, diretor da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe - FEEB/SE. "O Banese não é feito só de caixas. Vamos mostrar amanhã que não concordamos com essa proposta", retrucou um funcionário durante a assembleia.
Saumíneo Nascimento alegou que não tinha condições de dar nenhum aumento a mais por conta do pagamento de R$ 1,5 milhão que o Banese teve de pagar, agora no dia 20, aos funcionários que tiveram as comissões de mais de dez anos retiradas pela direção anterior, assim que assumiu a Presidência, em 2007. "Esse desembolso ocorreu por conta da teimosia da direção do Banese, por insistir num erro administrativo", afirma José Souza.
Por Edivânia Freire - Seeb/SE
Fonte: Contraf/CUT
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