Hoje, 30 de setembro, está marcada a sexta mesa de negociação, a primeira após o início da nossa forte greve que já dura 12 dias. Nossas reivindicações são plenamente possíveis de serem atendidas porque sabemos que o Banpará está bem. É um Banco que cresce e se fortalece, felizmente, pois se trata de um importante patrimônio público do povo paraense.
Mas se o Banpará está bem, apresentando recordes de lucros, cujos resultados são mensalmente comemorados e ostensivamente divulgados pela diretoria, podemos nos perguntar: o que faz com a direção do Banpará prefira perder milhões em negócios ao dia, durante esses 12 dias, a negociar dignamente as cláusulas econômicas da nossa Minuta de Reivindicações?
Ora, os R$ 6 milhões que nos foram sequestrados ano passado, da nossa PLR, e que nos era pago em forma de tíquete-extra, sabemos que o Banco negocia em apenas um dia na venda dos produtos nas Agências, e sabemos que o Banco lucra isso em menos de uma semana, portanto, que lógica é essa em que se perde dinheiro, mas não se avança nas conquistas dos trabalhadores? É a lógica do capitalismo. É a mesma lógica que faz com que o agronegócio queime grãos, mas não doe, queime ovos, mas não doe, jogue fora o leite, mas não doe a quem mais precisa. Preferem perder, ao invés de dar, porque dar não combina com ganhar, ou seja, dar seria uma forma pior de perder, porque seria ceder na negociação sobre direitos da força de trabalho. Estamos falando de luta de classes, meus colegas.
Para os fundamentos e princípios do sistema capitalista, pessoas não são tratadas como pessoas em uma negociação, mas são vistas e tratadas como um dos elementos do processo produtivo, no caso, a força de trabalho, que tem um custo e esse custo precisa ser baixo, para que o lucro seja maior. Isso é princípio e fundamento. Ou seja, quando estamos negociando com a direção do Banpará a nossa Minuta de Reivindicações, NÓS estamos pautando nossa qualidade de vida e de trabalho, porque estamos nos vendo como pessoas, mas eles estão nos vendo como máquinas, parte do processo produtivo, mão de obra, e estão medindo e avaliando o CUSTO, não de nossas vidas, mas de sua mão de obra. Nessa medida entra, inclusive, uma avaliação de mercado, e para o capitalismo o mercado é um deus que não pode e não deve ser ameaçado. O deus mercado, portanto, para eles, é muito mais importante e decisivo na negociação do que as reais necessidades de nossas vidas.
Não existe humanidade nesse sistema. Não somos humanos para eles, somos máquinas. E quando grevamos, estamos dizendo à direção do Banco: somos gente e não máquinas! Nos veja, nos respeite e nos considere como pessoas humanas!
Aqueles poucos colegas que resolvem trabalhar, furando a nossa greve, não tem consciência de que estão se vendo apenas como mão de obra, estão se rebaixando da condição de pessoas à condição de máquinas, como quer a empresa, na lógica do sistema.
Felizmente, a maioria de nós, a grande maioria, sabe que é gente, se vê, se respeita como pessoa humana e soma na luta que é de todos, pois mesmo aqueles que, inconscientes, jogam no time da direção, irão ganhar as conquistas pelas quais todos lutamos.
Nossa greve é legal, legítima, correta e só está acontecendo porque a direção do Banco assim quer, uma vez que conhece, há muito tempo, a pauta que nos retiraria da greve: a pauta econômica - o retorno do tíquete extra, as promoções no PCS, a inclusão de ascendentes e descendentes acima de 18 anos no plano de saúde, dentre outras reivindicações econômicas.
Que hoje, finalmente, a direção do Banco decida nos respeitar enquanto vidas e não apenas considerando um custo de mão de obra! Que hoje apresente propostas econômicas, com o retorno do tíquete encabeçando a lista de conquistas que merecemos e precisamos muito!
A GREVE CONTINUA!
PELO RETORNO DO TICKET EXTRA, NO VALOR DE R$ 5 MIL REAIS,
PARA CADA UM!
PELA PROMOÇÃO POR ANTIGUIDADE PARA TODOS, RETROATIVA A
JANEIRO DE 2013, E PROMOÇÃO POR MERECIMENTO EM JANEIRO DE 2014!
POR REAJUSTE DIGNO, ACIMA DA FENABAN, JÁ QUE TEMOS O
MENOR SALÁRIO ENTRE OS BANCOS PÚBLICOS!
POR SAÚDE, SEGURANÇA, PONTO ELETRÔNICO, PAGAMENTO DE
TODAS AS HORAS EXTRAS, RESPEITO, DIGNIDADE E VALORIZAÇÃO EFETIVA!
NA LUTA É QUE SE AVANÇA!
UNIDOS SOMOS FORTES!
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