segunda-feira, 13 de maio de 2013

A ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA

No dia 13 de maio de 1888, após muitas décadas de lutas dos Quilombos, de parcelas da sociedade civil esclarecida e de organizações sociais da época, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, determinando a imediata libertação de todos os escravos e escravas, acabando com a escravatura no Brasil.

Hoje, 125 anos após esse evento, muitas questões ainda restam como pendências: dívidas históricas para com os descendentes de negros e negras que foram escravizados, vindos de África; o profundo debate sobre o racismo e as várias manifestações do preconceito étnico, religioso, que nossa sociedade precisa enfrentar verdadeiramente; e, fundamentalmente, uma reflexão coletiva, enquanto classes trabalhadoras, sobre a situação do trabalho escravo no Brasil, hoje, mas, também, sobre as tantas formas de escravidão ideológica, emocional, com impactos na saúde e na doença dos trabalhadores e trabalhadoras que vendem sua força de trabalho sob a ordem instituída.

Também, para o debate classista, chamam atenção a luta pela Convenção 158 da OIT, e a necessária e urgente proteção às Leis Trabalhistas, ameaçadas pelas classes dominantes que, agora, querem flexibilizar o que já foi conquistado, para aumentar seus lucros e piorar as condições de vida e de trabalho das classes trabalhadoras.

Para este dia 13 de maio, que também é dia de Nossa Senhora de Fátima para os católicos e de Louvação aos Pretos Velhos e Pretas Velhas, para os umbandistas, selecionamos trechos de dois belos textos publicados na blogosfera, que tratam, com pertinência e profundidade, as questões acerca da escravidão e das escravizações do trabalho, abordadas aqui no Blog. Confiram, nos links, os textos na íntegra.

NO BLOG DO SAKAMOTO
LEI ÁUREA - 125 ANOS. A REINVENÇÃO DO TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL


"No dia 13 de maio de 1888, com a Lei Áurea, o Estado deixou de reconhecer o direito de propriedade de uma pessoa sobre outra. Contudo, isso não significou que todas as relações passariam a ser guiadas por regras de compra e venda da força de trabalho mediante assalariamento, com remuneração suficiente para a manutenção do trabalhador e de sua família. 
O fim da escravidão não representou a melhoria na qualidade de vida de muitos trabalhadores, rurais e urbanos, uma vez que o desenvolvimento de um número considerável de empreendimentos continuou a se alimentar de formas de exploração semelhantes ao período da escravidão como forma de garantir uma margem de lucro maior ao empreendimento, dar-lhe competitividade para a concorrência no mercado ou possibilitar a presença de mão de obra em número suficiente.
Que entoemos, então, repetidas vezes o mesmo mantra: “onde há lucro com a exploração da dignidade, que sejam impostos severos prejuízos”. Para evitar que, em datas redondas como hoje, olhemos para trás com a falsa sensação de missão cumprida." (trecho).

NO SITE SAÚDE PLENA
PESQUISA APONTA QUE TRANSTORNOS MENTAIS PODEM TER RELAÇÃO COM AMBIENTE DE TRABALHO
"Um estudo da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) mostrou de que forma os transtornos mentais podem estar ligados a pressões impostas no ambiente de trabalho. Esta é a terceira razão de afastamento de trabalhadores pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O coordenador da pesquisa, o médico do trabalho João Silvestre da Silva-Júnior, trabalha como perito da Previdência Social há seis anos e, tendo observado a grande ocorrência de afastamentos por causas ligadas ao comportamento, decidiu investigar o que tem provocado distúrbios psicológicos.

O cientista notou que a violência no trabalho ocorre pela humilhação, perseguição, além de agressões físicas e verbais e listou quatro razões principais que prejudicam a saúde mental no ambiente corporativo.

A primeira delas é a alta demanda de trabalho. “As pessoas têm baixo controle sob o seu ritmo de trabalho; elas são solicitadas a várias e complexas tarefas”, disse o pesquisador. O outro aspecto são os relacionamentos interpessoais ruins, tanto verticais (com os chefes), quanto horizontais (entre os próprios colegas).

A terceira razão é o desequilíbrio entre esforço e recompensa. “Você se dedica ao trabalho, mas não tem uma recompensa adequada à dedicação. A gente não fala só de dinheiro. Às vezes, um reconhecimento, um elogio ao que você está desempenhando”, explica Silvestre. O último aspecto citado pelo pesquisador é a dedicação excessiva ao trabalho, que também pode afetar a saúde mental." (trecho).

Fonte: Saúde Plena

NA LUTA É QUE SE AVANÇA!

UNIDOS SOMOS FORTES!






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