terça-feira, 22 de março de 2011

SPREAD MENOR E INCLUSÃO SOCIAL SÃO UMA NECESSIDADE DO PAÍS

Apesar de fornecerem pouco crédito em comparação a outros países, os bancos que operam no Brasil tiveram lucro líquido de mais de R$ 43 bilhões no ano passado - a maior rentabilidade de todo o sistema financeiro global. Esse lucro fácil deve-se, sobretudo, ao mais alto spread e a mais elevada taxa de juros do mundo, somados à exploração dos bancários e às tarifas escorchantes que cobram dos clientes e usuários.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo no último dia 12, "de dezembro para janeiro, a taxa aumentou de 24,1% para 25,6% para as empresas, e de 28,8% para 31,5%, para as pessoas físicas". Segundo entrevista com o ex-presidente da Febraban, Fábio Barbosa, desta vez a alta foi motivada por uma atitude deliberada do governo, que adotou medidas para encarecer o crédito, esfriar o consumo e assim se proteger contra uma retomada da inflação.

Barbosa, que passou no dia 17 a presidência da Febraban para o economista Murilo Portugal, alega que "é preciso deixar claro que spread não é a margem de lucro do banco. Barbosa explica que "é a diferença entre o custo de captação do dinheiro e o custo do empréstimo. Aí dentro cabem várias coisas: compulsório, impostos, inadimplência e os custos da organização. O que sobra para o banco é só um pedaço do spread". Segundo ele, "do spread bruto, 27% é a margem de lucro dos bancos. Os outros 73% são custos, dos quais 27% a 28% são impostos".

Na avaliação da Contraf-CUT, o spread é muito elevado e engorda os lucros astronômicos das instituições. Nenhum país do mundo pratica taxas semelhantes.

Mas os bancos não estão satisfeitos. Estão empregando todo o seu poder de pressão, o que inclui o coro uníssono dos colunistas econômicos da grande mídia, para bombardear as tímidas tentativas do Banco Central de fugir da ortodoxia e buscar instrumentos alternativos, além da elevação dos juros, para conter a inflação.


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