Não é de hoje que o movimento sindical, os movimentos sociais e as pessoas de bem lutam por democracia. Durante as décadas de 60 e 70, e início dos anos 80, era necessário ir aos limites do confronto físico para garantir eleições diretas e participação, no Brasil. Não foram poucos os que morreram torturados empunhando a bandeira da liberdade.
Herdeiros dos anos de chumbo, alguns velhos dirigentes sindicais ainda resistiram por certo tempo impondo métodos e práticas autoritárias e excludentes, até que os ventos da renovação política, no final dos anos 80 e início dos anos 90, trouxeram novos ares, oxigenaram as carcomidas estruturas. Havia sonhos, projetos, respirávamos, enfim. Novos partidos, avanços históricos, novas lideranças sindicais e populares, novas propostas e perspectivas, tudo era esperança que foi se consumando ano após ano.
Era assim no Brasil inteiro e também aqui no Pará. No Sindicato dos Bancários, por exemplo, a luta era para conseguir realizar eleições limpas, democráticas de verdade, e superar as maracutaias, as tramóias que o velho Levy, antigo presidente do Sindicato dos Bancários, de triste memória, manipulava para vencer sempre.
Assim como em todo o país, aqui no estado se organizou o Movimento de Oposição Bancária, o MOB, que tinha como principal bandeira de luta a democracia e a ética como princípios e métodos essenciais.
O grupo, que naquele momento se elegeu para a primeira direção do Sindicato dos Bancários filiada à Central Única dos Trabalhadores - CUT, sempre defendeu a democracia, as eleições diretas, as liberdades e a participação mais ampla possível da categoria.
Já dirigindo o Sindicato dos Bancários, o grupo ligado à CUT, reformulou os métodos de atuação sindical e passou a incluir a categoria através de asembléias, eleições diretas, presença constante nos bancos, e outras formas diversas para chamar os bancários e bancárias à participação.
Tendo o Sindicato como dirigente, a luta da categoria na década de 90 passou a ser por ampliar a participação democrática nas instância de decisão dos bancos.
No Comitê Trabalhista do Banpará, por exemplo, sempre foi uma defesa intransigente do Sindicato que os próprios bancários elegessem seus representantes. E o próprio Sindicato promovia as eleições.
Assim era no Banpará porque essa era a luta dos movimentos sociais e sindical em geral. Nas universidades públicas, por exemplo, um dos avanços da democracia é que a comunidade universitária passou a votar e eleger os reitores, mesmo sendo uma indicação do Presidente da República, no caso da UFPA, e da Governadora do Estado, no caso da UEPA. É a comunidade quem decide e o executivo segue, via de regra, a eleição democrática, indicando quem vence no voto direto.
Por tudo isso, a postura da atual direção do Sindicato dos Bancários significa um retrocesso inadmissível. o Sindicato indicou representantes dos bancários e bancárias sem escutá-los, passando por cima da vontade da categoria, ignorando a democracia e a ética, impondo nomes a partir de critérios obscuros que deixam margem a avaliações duvidosas. Os bancários e bancárias estão indignados. As pessoas impostas pelo Sindicato são dirigentes e aliadas políticas de grupo partidário, unificadas pela intenção e pela prática, aos ditames da direção do banco.
Como os bancários e bancárias podem se sentir legitimamente representados se não escolheram, se não decidiram, se não votaram em seus representantes? É mais do que lamentável. É mais do que contradição. É negação de princípios éticos e democráticos. É um triste retorno ao passado, ao que já está superado, a não ser pela arrogância dos poderosos de plantão.
A AFBEPA nunca advogou em causa própria. A AFBEPA não quis e nem quer uma vaga indicada no Comitê Trabalhista. Não. A AFBEPA sempre defendeu e defende as eleições diretas para que os próprios bancários e bancárias possam, livremente, escolher seus representantes. É o mínimo, para se dizer ético e democrático. Caso contrário, a atual direção do Sindicato está rasgando todas as bandeiras de lutas históricas e assumindo abertamente os verdadeiros meios e fins a que se prestam: o retorno à busca e manutenção do poder pelo poder, e pelas benesses que o poder proporciona.
Nesta sexta-feira, dia 22, vamos reunir para tratar deste assunto. Também vamos tratar do PCS e do que mais ocorrer.
REUNIÃO AMPLIADA DIA 22,
SEXTA-FEIRA, 18h, NA AFBEPA.
UNIDOS SOMOS FORTES!
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SEXTA-FEIRA, 18h, NA AFBEPA.
UNIDOS SOMOS FORTES!
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