sexta-feira, 9 de outubro de 2009

SECRETÁRIO DE SEGURANÇA PÚBLICA RESPONDE A OFÍCIOS DA AFBEPA

Não é novidade para ninguém que, em meio à miséria crescente (bem diferente das propagandas oficiais), quem trabalha com altos valores, muitas vezes transportando grandes somas em dinheiro sem nenhuma segurança, é alvo fácil das, cada vez mais numerosas e bem armadas, quadrilhas de assaltantes. Se é assim na região metropolitana, onde, se acredita, a presença da segurança pública é maior, avaliem no interior do estado.

Por isso ser bancário é uma profissão de risco. E não apenas os bancários, mas também seus familiares são foco de assaltantes que esquadrinham a rotina de toda a família do bancário ou bancária para realizar ações planejadas como o sequestro relâmpago, por exemplo.

A questão é que de alvos fáceis e, portanto, vítimas potenciais das quadrilhas, os bancários passam rapidamente ao posto de suspeitos, quando a autoridade policial local deseja mostrar à sociedade, a eficiência e a eficácia da polícia.

Afrontada com repetidas situações do tipo, em julho e setembro de 2009, a AFBEPA enviou ofícios ao Secretário de Segurança Pública do Estado, Dr. Geraldo Brindeiro, solicitando esclarecimentos acerca da conduta dos delegados das cidades de Anapú e Capanema que, por ocasião de averiguações dos assaltos ocorridos no PAB de Anapú, recolheu dois bancários do Banpará como suspeitos, e na Agência de Capanema, afirmou na imprensa local que um bancário do Banpará era bandido. Nos dois casos configurou-se absurdo abuso, total excesso de poder.

Em ambos os casos, os delegados julgaram e condenaram os bancários, sem direito à defesa, e, por isso, foram aplaudidos pelo senso comum que louvou a presteza da polícia. Os bancários tiveram sua honra jogada na lama. Seus filhos foram apontados nas escolas como filhos de marginais. Suas esposas rechaçadas publicamente. O Banpará também teve sua imagem arranhada, pois os clientes passaram a suspeitar da seriedade de todos os funcionários do banco. Depressão e síndrome do pânico. Prejuízos incomensuráveis. Não era raro que as pessoas os apontassem nas ruas como os verdadeiros culpados pelos assaltos.

Em resposta aos citados ofícios, a Chefa de Gabinete, Mônica Cristina de Oliveira Oliveira, de ordem do Secretário de Segurança Pública, no Of.088309/GABSEC, de 7 de outubro de 2009, deu conhecimento à Associação do documento enviado pelo Diretor de Polícia do Interior Miguel Cunha, que, respondendo aos ofícios da AFBEPA assim se pronunciou: "com relação à manifestação expressa por parte da autoridade policial de Anapú levantando suspeitas contra funcionários do Banpará, já encaminhamos ofício ao delegado de Anapú, solicitando que fatos dessa natureza não se repitam mais; e (...) estamos encaminhando ofício circular a todas as unidades policiais do interior do estado determinando que os mesmos não divulguem nomes de suspeitos antes da conclusão dos autos e da denúncia do Ministério Público."

Em ambos os casos os bancários vitimados, tanto pelos assaltos como pelas autoridades policiais, não poderiam ser considerados ainda suspeitos, mas em qualquer caso, os nomes de suspeitos não podem ser divulgados nem antes e nem após a conclusão dos autos e a denúncia do Ministério Público. Tal divulgação, em qualquer momento, configura um atentado à mais básica noção do direito e é um ataque que fere, de morte, a honra e a dignidade humanas.

A AFBEPA solicitará uma reunião com o Secretário de Segurança Pública para tratar mais efetivamente dos casos de Anapú e Capanema, propondo que as autoridades policiais possam corrigir os erros cometidos e restaurar publicamente a dignidade violada dos bancários vitimados.

Continuaremos insistindo, incansavelmente, na defesa dos direitos humanos, dos direitos dos trabalhadores, dos direitos dos bancários e bancárias do Banpará, que, repetimos, são vítimas e não culpados.

3 comentários:

  1. Somos acusados, humilhados e nem reconhecem o medo, o trauma que sentimos depois de passar por um assalto. Os bandidos são muito mais preparados que a segurança do banco. Corremos risco de vida permanente. Precisamos de segurança inteligente e estratégica.
    Uma vez fui colocado frente a frente com os bandidos para acareação. Na saída da delegacia, algumas pessoas que se diziam da família de um deles me ameaçou abertamente. Só consegui mudar de cidade anos depois, mas enquanto vivi lá, o medo era meu maior acompanhante. Minha família eu fiz voltar pra Belém. Foi horrível!

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  2. Parabéns ao Del.miguel cunha pela postura.E o não corporativismo.

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  3. Muita justa essa preocupação da afbepa. Realmente os colegas no interior sofrem todo tipo de pressão e ameaças. Estão na mira dos bandidos, assaltantes de bancos e se até as condições de higiene nas agências e pabs são péssimas, que de lá a segurança......... a direção do banco precisa olhar isso com mais cuidado.

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