sexta-feira, 4 de março de 2016

FAROESTE DENTRO DO BANPARÁ MOJÚ


A calma da cidade interiorana de Mojú foi interrompida quando, às 9h30 da manhã de hoje, 4, 12 homens armados de fuzis AR 15 e escopetas invadiram a Agência do Banpará que funciona nesse Município. Os criminosos, que estavam todos encapuzados e vestidos de preto, fizeram reféns os 5 funcionários do Banco e, mais ou menos, 200 clientes que estavam na Unidade para mais um dia de pagamento dos aposentados do INSS e de uma grande empresa local. Tiros amedrontavam os funcionários e clientes do Banpará, que, desesperados, começaram a pular por cima das guicherias dos caixas para não serem atingidos. Funcionários e clientes tiveram todos os seus pertences roubados pelos criminosos que levaram, também, todo o dinheiro que se encontrava na Agência dividido entre os caixas, pessoas físicas; cashs do autoatendimento e cofre do Banco.
Enquanto os criminosos estavam roubando e aterrorizando as pessoas no interior do Banco, uma cliente inclusive desmaiou, a polícia da DRCO chegou e cercou a Unidade para impedir a fuga dos 12 homens. Clientes e funcionários foram usados como cordão de isolamento humano pelos meliantes, para impedir a atuação da Polícia. Em seguida, pegaram o Tesoureiro, um vigilante e mais 7 clientes e os levaram como reféns na fuga. O Tesoureiro e o vigilante foram amarrados no capô de um cobalt (marca chevrolet), para serem usados como escudo humano, enquanto bandidos e policiais trocavam tiros.





“Só não aconteceu uma tragédia maior, hoje, aqui, porque abrimos a agência às 8h para pagar os proventos de aposentadoria dos idosos, que formavam fila, desde às 6h, na frente do Banco. Já imaginou se isso aqui estivesse cheio de idoso?”, comentou um colega, que continuou, “tinham muitas pessoas com crianças aqui. Muita criança chorando, aí os bandidos foram liberando as mulheres com as crianças. Pelo menos isso! Mas e nós? Continuamos aqui, reféns, e o Banco, que já sabia que o assalto iria acontecer, não fez nada pra impedir”.

BANPARÁ JÁ SABIA DO POSSÍVEL ASSALTO E NÃO TOMOU PROVIDÊNCIAS


De acordo com os funcionários, há mais de uma semana eles foram avisados pelo Setor de Segurança do Banco do Brasil de que ocorreria um assalto no Banpará Moju, apenas não se sabia qual a modalidade do crime, se Sapatinho ou Vapor. Assim, logo ao saber dessa informação, o pessoal do Banpará Moju avisou o Setor de Segurança do Banpará, a GESPA, pedindo que providências fossem tomadas, no sentido de prevenção e proteção dos colegas. No entanto, nada foi feito.

O reforço de mais um vigilante, visto que naquela Unidade só há um, que havia sido requerido pelo Gerente Geral ontem, 3, só chegou após novo pedido na manhã de hoje. “Quando os criminosos invadiram a Agência, o segundo guarda estava se trocando”, conta um bancário.

BAIXO INVESTIMENTO EM PREVENÇÃO E ASSISTÊNCIA INSUFICIENTE MARCAM AÇÕES DO BANPARÁ NOS ASSALTOS? 


A AFBEPA tem clamado ao Banpará por respostas protetivas e preventivas às Vidas dos bancários (as), mas, até agora, explicita e formalmente, a nossa Entidade não as têm.
No caso do Banpará Moju, a AFBEPA chegou à Agência, por volta das 13h e encontrou um lugar desolado, com colegas completamente nervosos, amedrontados, se sentindo desamparados e um forte clima de intranquilidade, principalmente porque a irmã do tesoureiro da Agência estava sendo ameaçada pelos criminosos. “Não há uma Política de Remediação que propicie ao bancário um atendimento célere e mais eficiente, pois da ocorrência do fato até a chegada das Gerências responsáveis demorou 6 horas. A AFBEPA soube do fato às 10h30 e conseguiu chegar à Agência em menos de 3 horas, isso porque ainda havia um bloqueio para chegar até o outro lado da alça que leva a cidade de Moju”, diz Kátia Furtado.

Em Moju não há médicos conveniados com a UNIMED e o médico do Posto Local ficou assoberbado com o volume de pessoas que deram entrada para serem atendidas e, apenas ele atendia, por isso esse atendimento ficou prejudicado.

Outro dado que demonstra a ausência de política de remediação é a falta de alçada para o Gerente Geral agir, a exemplo de: ter acesso a valores para levar funcionários a médicos particulares; compra de remédios se necessários etc.

O Banco chegou por volta das 15h, composto por um Assistente Social e um funcionário da Gerência de Segurança. O Assistente Social emitiu o CAT dos Bancários e, após intervenção da AFBEPA, o guarda da unidade que serviu de escudo humano também foi levado ao Posto Local para atendimento médico preliminar. O tesoureiro estava com a pressão alta e teve que ser medicado com um tranquilizante.

O Banpará alega em suas defesas na Justiça Trabalhista que oferece todo o apoio para os colegas vítimas de assalto. Mas, o apoio que a AFBEPA vê, são alguns colegas de Superintendências da Matriz se esmerando para ajudar, no entanto, sem ou com pouquíssima estrutura.

O Banpará diz que oferece médicos e psicólogas. A AFBEPA quer saber em cidades como Moju, que não há convênio com a UNIMED, qual o procedimento para um atendimento célere se houvesse feridos?? E o tratamento psicológico? como o bancário que mora em Moju tem acesso a esse profissional? O Banpará paga as diárias, alimentação e deslocamento das vítimas para tratamento?

A AFBEPA sugere ao Banpará que publique as medidas que pretende tomar para prevenir, proteger e cuidar da Vida de seus trabalhadores (as) e de seus clientes, de fatos como esse, além de expor o seu Plano de Ação para Remediar o mal provocado com os assaltos, modalidades sapatinho e vapor.

É preciso que a Direção do Banpará aja e urgentemente.

UNIDOS SOMOS FORTES!


A DIREÇÃO DA AFBEPA
Imagens: Kamilla Santos
Assessoria de Imprensa

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