sexta-feira, 28 de setembro de 2012

NO DURO CONTEXTO DA LUTA, VENCEMOS! O QUE FALTOU, CONTINUA NA PAUTA, E SERÁ COBRADO!

ENCERRADAS, ONTEM, TODAS AS GREVES DE BANCÁRIOS DO PAÍS

Nas assembléias de ontem, 27, todas as greves de bancários que ainda estavam ocorrendo foram encerradas. Corrigindo, Banese e Banrisul ainda se mantém em greve. De um modo geral, todas as campanhas salariais, este ano, estão super endurecidas, com muitas greves sendo ajuizadas, dissídios com reajustes pífios e descontos de dias parados. Esse é o cenário no Brasil, desde a poderosa greve dos servidores públicos federais, quando o governo Dilma deu a senha da truculência para governadores, empresários, banqueiros e judiciário.

Há servidores da Funasa que tiveram seus contracheques zerados, e o Sintsep - Sindicato dos Servidores Públicos Federais, teve que comprar cestas básicas para que as famílias não passassem fome!

Os operários da Construção Civil também descontaram os dias parados, por decisão do TRT. Um absurdo os operários que correm tantos riscos de vida, uma categoria tão necessitada e desvalorizada, mas que atua em um setor estupidamente rico, como o ramo da construção civil, ter que pagar dias de greve para os empresários! 

A mais recente derrota dos trabalhadores não é diferente: a greve dos Correios foi ajuizada, ontem, pela empresa federal. No dissídio coletivo, a decisão judicial não poderia ser pior: apenas 6,5% de reajuste, quando a categoria pedia 47,3% e compensação dos dias parados, sendo que em caso de resistência dos trabalhadores à decisão, a justiça mandará descontar os dias de greve.

O ENGODO DO 'GANHO REAL'
A conjuntura é muito adversa para os trabalhadores. O governo federal diz que não há crise, mas o endurecimento reacionário nas negociações e esse nível de pressão para quebrar qualquer resistência ao modelo imposto, que é de arrocho, mostra exatamente o contrário. 

A forma que o governo encontrou para 'domar' as classes trabalhadoras foi a lógica da negociação com base no que chamam de 'ganho real', que não passa de um engodo, mas que os empresários, banqueiros e judiciário acolheram com muita alegria e satisfação. Medem a inflação passada e dão migalhas acima da inflação que serão corroídas nos dois meses seguintes após os acordos fechados. Ou seja, os trabalhadores ficam sempre no sufoco. Por isso, os tíquetes, bônus, premiações ou abonos, que são a mesmíssima coisa com nomes diferentes, têm tanto peso nas vidas e nos bolsos dos trabalhadores. Porque está todo mundo apertado por falta de salário! Porque, para conseguir sobreviver o ano inteiro, todos estão se endividando em empréstimos e cartões de crédito.

Os Sindicatos, associações, centrais e movimentos de luta precisam compreender, detalhar e enfrentar conjuntamente essa realidade, que vem maquiada por muita propaganda enganosa e políticas de assistencialismo chamadas de inclusão. Uma inclusão no mercado consumidor que faz crescer ainda mais a inadimplência, o endividamento das famílias pobres, e os lucros dos banqueiros. Na verdade, os trabalhadores continuam pagando pelas sucessivas e ininterruptas crises do sistema e pelas decisões privatistas e neocolonialistas dos governos.

NO BANPARÁ NÃO SERIA DIFERENTE
Diante desse cenário, temos que ter a clareza de que no Banpará não seria diferente caso perdêssemos nosso  ACT, com as conquistas que tínhamos garantido em mesas de negociação, e fôssemos para um dissídio. Ficaríamos apenas com a Convenção e os valores da Fenaban e isso representaria perdas de conquistas históricas. Nunca a justiça abonaria nossos dias parados.

A decisão da assembléia foi sábia. Garantimos o que havia sido conquistado até aqui, mas não vamos, jamais, desistir do que perdemos! Jamais aceitaremos a perda do tíquete extra e, com nossa força, nossa união, nossa luta, que não vai esmorecer agora, apesar desse baque pesado, haveremos de vencer, finalmente. Vamos nos levantar!

Temos dito que ganhamos uma batalha, mas a guerra ainda está por ser completamente ganha. E essa esperança, essa luz no fim do túnel, colegas, não há tirano, ditador, enganador, perverso nenhum que seja capaz de nos roubar do coração e da vontade!

Voltamos ao trabalho decepcionados e irados, sim, como também os trabalhadores dos correios, os servidores públicos federais, os nossos colegas bancários de outros Bancos, os operários da construção civil. Mas não desistimos. Não desistiremos jamais! Dentre nossas conquistas, e não são poucas, há uma que faltou e essa fatura será cobrada. E paga. Isso, podem ter certeza. É questão de honra!

Continuemos seguindo na luta, colegas, com fé e firmeza de propósitos!


UNIDOS SOMOS FORTES!





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3 comentários:

Anônimo disse...

Afbepa, o meu medo é que o resultado dessa greve gere um precedente negativo para as futuras campanhas salariais. Ficou claro que as cláusulas econômicas foram despresadas em mesa pela diretoria, que de agora em diante (pelo menos no governo Jatene) vai seguir o indice da Fenaban. O piso do Dieese é um bom referencial, mas deve ser imediatamente retirado das futuras campanhas, pois virou peso morto e descartado visto que representa um reajuste fora da realidade bancária. Temos que lutar por aumentos lineares, equiparação de piso salarial com o BB e a CEF, além do aumento imediato das comissões. A propósito, a greve do Banrisul e no Banese continuam. Se informem melhor.

Gilson disse...

O artigo diz muito do que aconteceu. Faltou dizer do papel fundamental e diferente que a AFBEPA cumpriu contra o patrão e o sindicato. Existe uma diferença entre a AFBEPA e o sindicato e isso precisa ser dito.

Anônimo disse...

Onde se lê: "... encerradas, ontem, todas as greves de bancários do país...", leia-se "... encerradas, ontem, todas as greves de bancários do país, exceto Banese e Banrisul..."