terça-feira, 16 de agosto de 2011

AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE CORRESPONDENTES BANCÁRIOS NA CÂMARA FEDERAL


Trabalhadores fazem 'descarrego' no BC contra correspondentes bancários





Crédito: Agnaldo Azevedo
Agnaldo AzevedoCerca de 700 bancários de várias regiões do país promoveram na manhã desta terça-feira (16) uma lavagem da rampa principal de acesso do Banco Central num ato simbólico de descarrego contra as resoluções da instituição que ampliam as funções dos correspondentes e precarizam o trabalho bancário. A manifestação contou com a presença de um pai de santo e baianas, água de cheiro, rosas brancas e tambores, e com som da escola de samba Bola Preta de Sobradinho.

"Hoje o Banco Central atua mais como um sindicato dos banqueiros, sem observar a necessidade de uma regulamentação do sistema financeiro que gere desenvolvimento com distribuição de renda e que não precarize as atividades dos trabalhadores do ramo", frisou Carlos Cordeiro, presidente da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

"Hoje é o dia de dizermos um grande não à precarização do trabalho e ao nivelamento dos clientes e usuários somente pela renda. Pedimos transparência das decisões do Banco Central à sociedade, emprego decente e condições de atendimento adequadas para a população", disse Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT.

"Temos que fazer o enfrentamento dessa realidade na Campanha Nacional dos Bancários 2011 com vistas à valorização da categoria. Não vamos baixar a cabeça. Vamos lutar pelo emprego decente, para todos os trabalhadores do ramo financeiro", afirmou Rodrigo Britto, presidente do Sindicato.

A atividade antecedeu a participação dos bancários e outros trabalhadores ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) na audiência pública da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, que discute o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 214/2011, de autoria do deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP) na tarde desta terça-feira, que trata da suspensão das resoluções do BC sobre os correspondentes.

Entenda
O PDC 214 suspende a aplicação dos artigos 1º a 21º, dos incisos I e II do artigo 22, e do inciso II do artigo 23 da Resolução 3.954, de 24 de fevereiro de 2011 do Conselho Monetário Nacional (CMN). Observa que a ampliação das funções dos correspondentes bancários, da forma prevista nessas resoluções, é uma cadeia de precarização do trabalho, podendo ainda comprometer a segurança dos usuários e também o sigilo bancário, já que as informações dos clientes podem ser repassadas a terceiros sem sua autorização expressa, por exemplo. 

Fonte: Thaís Rohrer - Seeb Brasília


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Registramos e agradecemos ao convite feito diretamente por telefone pelo Dep. Federal Cláudio Puty - Presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara Federal, para que a AFBEPA estivesse presente na audiência pública sobre os correspondentes bancários. Infelizmente, não foi possível comparecer, mas desejamos que esse debate se aprofunde e que os trabalhadores sejam protegidos da precarização, do brutal assédio moral e da total insegurança que caracteriza a correspondência bancária.


Lamentavelmente, o Banpará passou a adotar esse modelo e, da mesma forma que os demais bancos, expõe os trabalhadores dos correspondentes bancários. A AFBEPA já se posicionou acerca do assunto e reitera, aqui, a firme determinação de associar estes trabalhadores por considerá-los trabalhadores do ramo financeiro ligados ao Banpará.








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