sábado, 21 de maio de 2011

SOBRE A REUNIÃO DE GERENTES DA SEGUNDA-FEIRA, 23 DE MAIO



Na próxima segunda-feira, 23 de maio, a direção do Banpará estará realizando uma reunião com os gerentes do Banco. Na pauta, certamente, constarão temas de interesse da empresa, mas esperamos que não surjam mais cobranças de metas inatingíveis, desacompanhadas da necessária provisão dos recursos para que sejam alcançadas, sem o sacrifício desumano a que os funcionários das agências e postos de atendimento têm sido submetidos. Sabemos, e não é de hoje, que, de modo geral, as agências estão enfrentando carência de pessoal, o que leva à sobrecarga de trabalho, aos desvios de função e às horas extras, quase que como uma rotina, trazendo, dentre outros males, os adoecimentos e, pior, algumas vezes sem os registros e devido pagamento dessa extrapolação da jornada. Portanto, para além de repassar metas, é fundamental que o Banco escute os gerentes, que pergunte sobre as necessidades reais das agências e postos de atendimento para, diante da realidade de cada local de trabalho, planejar e atuar no sentido de possibilitar fluidez e eficácia na ponta, com um ótimo atendimento aos clientes, que é o que toda empresa deseja.


Além das pautas de interesse da empresa, esta AFBEPA gostaria de sugerir duas pautas absolutamente necessárias,urgentes, de interesse dos trabalhadores, dos nossos colegas gerentes:


AJUDA ALUGUEL ESTENDIDA PELO TEMPO QUE O GERENTE PERMANECER NO MUNICÍPIO, DESLOCADO PELO BANCO
Desde 2007, esta AFBEPA vem pautando, junto à direção do Banpará, a necessidade de estender a ajuda-aluguel, pelo tempo que o funcionário permanecer na localidade, deslocado a serviço do Banco. Sabemos que há uma regra geral de rodízio dos gerentes e coordenadores de postos, no entanto, sabemos também que nem sempre este rodízio funciona a contento, por vários motivos. Em 2007, diante dessa solicitação da AFBEPA, o então diretor administrativo do Banco aumentou a ajuda-aluguel de dois para dois anos e meio. Melhorou, mas continua sendo insuficiente. 


Na última campanha salarial, a direção do Sindicato dos Bancários passou a campanha inteira divulgando supostos "avanços e mais avanços" na negociação com o Banco, dentre eles, o de que a ajuda-aluguel seria estendida pelo tempo necessário para a permanência do funcionário no município. No entanto, quando conseguimos obter o texto final do ACT, já assinado, essa cláusula simplesmente sumiu, sem que, até hoje, tivesse havido explicação por parte da direção do Sindicato diante do ocorrido.


O fato grave é que há colegas gerentes, e não são poucos, que estão sob tensão permanente diante da iminência da perda da ajuda-aluguel, sendo que não há, por parte da direção do banco, sinalização de rodízio e, ao mesmo tempo, a remuneração percebida por esses gerentes não comporta o pagamento do aluguel, que varia de R$ 800,00 a R$ 2.000,00 reais, ressaltando que a residência do gerente, um alvo potencial das quadrilhas, deveria estar protegida, o que subiria ainda mais o custo com moradia, também a ser arcado pelo Banco. Nesse sentido, o Banpará precisa realizar o rodízio no prazo de dois anos e meio ou, se for necessário para a empresa que o funcionário permaneça no município, o Banco precisa mudar essa regra e continuar ajudando com a despesa de aluguel enquanto o funcionário, deslocado a serviço do Banco, permanecer no município.


SEGURANÇA ESPECÍFICA PARA GERENTES, TESOUREIROS E COORDENADORES DE POSTOS
É urgente a necessidade de um esquema de segurança específico para proteger as vidas dos gerentes, tesoureiros, coordenadores de postos e familiares desses funcionários. A realidade tem mostrado que são estes os bancários mais visados pelas quadrilhas porque possuem as chaves que abrem as agências e postos e, por isso, têm suas vidas cruelmente mapeadas pelos bandidos, que planejam os assaltos, na modalidade "sapatinho", observando todos os detalhes da rotina dos bancários e suas famílias. Os bandidos passam a conhecer os horários de saída e chegada em casa, no trabalho e nas escolas dos filhos, o que faz com que cada gerente, tesoureiro e coordenador de posto tema por sua vida e de seus familiares. Enquanto isso, a prevenção por parte da segurança pública e, mais ainda, por parte do Banco deixa a desejar. Para piorar a situação, estamos sabendo que o setor de segurança do Banpará está sofrendo um verdadeiro desmonte, o que vai brutalmente de encontro à realidade que mostra que o Banco deveria investir muito mais em segurança para proteger seu maior patrimônio: os funcionários. 


Aqui, lamentavelmente, temos outra enganação da direção do Sindicato que, durante a campanha do ano passado, também divulgava como um dos "avanços e mais avanços" que o Banco iria contratar empresas de segurança para guarda das chaves, poupando os gerentes, tesoureiros e coordenadores da exposição de abrir e fechar as agências e postos. Esta cláusula foi modificada para pior no texto final do ACT e, mais uma vez, sem explicação alguma por parte da direção do Sindicato. 


A verdade é que não é possível continuar ignorando essa realidade trágica e, com isso, continuar expondo os funcionários ao perigo dos assaltos. Devem ser revistas e tornadas nulas todas as decisões tomadas por parte da direção do Banpará, de desmonte do setor de segurança e, da mesma forma, o Banco deve se responsabilizar por custear um esquema específico de segurança que, se não elimina o temor permanente do "sapatinho", pelo menos pode garantir o mínimo de proteção aos bancários e seus familiares, expostos que estão, por dever de ofício.


Acreditamos e desejamos que, observadas essas urgentes questões, a reunião com os gerentes, que ocorrerá nesta próxima segunda-feira, seja bastante proveitosa para todos.






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