quinta-feira, 16 de setembro de 2010

CAMPANHA SALARIAL: FENABAN SEM PROPOSTAS

Bancos continuam sem propostas. Negociações seguem nesta quinta


Crédito: Jailton Garcia/Contraf-CUT
Jailton Garcia/Contraf-CUT Os bancos não apresentaram propostas para as reivindicações de aumento real de salário, valorização dos pisos e plano de carreira, cargos e salários, que foram defendidas pelo Comando Nacional dos Bancários nesta quarta-feira 15, na quarta rodada de negociações da Campanha 2010. Mesmo conhecendo as reivindicações há mais de um mês, os negociadores da Fenaban disseram que ainda precisam de mais um tempo para discutir as demandas com os bancos, antes de apresentar uma proposta.

As negociações sobre remuneração prosseguem nesta quinta-feira 16, a partir das 10h. Estarão centradas na PLR, vale-refeição, cesta-alimentação, auxílio creche/babá, auxílio-educação, previdência complementar para todos os bancários, 14º salário e adicional de risco de vida, entre outros temas.

"Deixamos claro aos bancos que todos esses temas são de extrema importância para a categoria e que, diante do fantástico aumento da lucratividade do sistema financeiro, não existe a possibilidade de fecharmos um acordo sem ampliar o poder de compra dos trabalhadores, o que passa por aumento real de salário, elevação dos pisos e PCCS em todos os bancos", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários. "Os bancos mais uma vez foram intransigentes, o que deixa os bancários ainda mais descontentes e aponta para um fortalecimento da mobilização da categoria."

Reajuste de 11%

O Comando Nacional defendeu na mesa de negociação a reivindicação de reajuste salarial de 11%, o que garante a inflação do período mais aumento real. Os representantes dos bancários argumentaram que as empresas financeiras podem atender com folga essa demanda, diante do forte crescimento da economia (que deve ultrapassar 7% este ano) e da fantástica lucratividade dos bancos.

Apenas os cinco maiores (BB, Itaú, Bradesco, Caixa e Santander) tiveram lucro líquido de R$ 21,3 bilhões no primeiro semestre, um crescimento de 32% em relação ao lucro do mesmo período do ano passado. Praticamente a cada dois anos, os bancos dobram de tamanho - um ganho sem paralelo no mundo.

Os bancos repetiram o que o diretor de Relações de Trabalho da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), Magnus Apostólico, já havia antecipado em entrevista ao jornal O Globo no último sábado, dia 11, quando declarou que "11% de aumento é inviável". Para ele, essa proposta não tem viabilidade diante de uma inflação sob controle.

Os representantes dos bancários retrucaram que não se trata apenas de uma questão de índices inflacionários, mas sim de dividir com os trabalhadores os ganhos de produtividade.

Piso igual ao mínimo do Dieese

O Comando Nacional também insistiu na necessidade de valorização e de criação de novos pisos salariais para a categoria, que passariam a ter os seguintes valores:
. R$ 1.510 para portaria
. R$ 2.157 para escriturário (salário mínimo do Dieese)
. R$ 2.913 para caixas
. R$ 3.641 para primeiro comissionado e
. R$ 4.855 para primeiro gerente

"Mostramos aos bancos que o piso de R$ 1.074 pago hoje é muito baixo e absolutamente incompatível para um sistema financeiro tão lucrativo, porque não cobre as necessidades básicas do trabalhador, que tem família, tem que pagar faculdade e ainda se vestir à altura das exigências das empresas", diz Carlos Cordeiro. Mas os representantes da Fenaban alegaram que o piso não é baixo.

PCCS em todos os bancos

A existência de um plano de carreira, cargos e salários permite ao trabalhador planejar a sua ascensão profissional, conhecendo os critérios objetivos e as competências que os cargos exigem. Esse é um tema de extrema importância para a categoria hoje, sobretudo nos bancos privados, diante da ausência de regras claras e transparentes para as promoções e a valorização dos trabalhadores. Foi a primeira vez que o assunto foi discutido em profundidade em uma negociação com a Fenaban.

Os bancos não querem incluir uma cláusula sobre PCCS na Convenção Coletiva, alegando que a política de gestão de competências e resultados varia de banco a banco. No entanto, aceitaram proposta de realização de um seminário com participação de especialistas indicados pelos dois lados, para aprofundar a discussão sobre os modelos de administração por competência.

Negociações continuam nesta quinta

Os demais temas sobre remuneração da pauta de reivindicações serão discutidos nesta quinta-feira. Entre elas, estão:

- PLR de três salários mais R$ 4 mil fixos.
- Aumento para um salário mínimo (R$ 510) dos valores do auxílio-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche/babá.
- Previdência complementar em todos os bancos.
- 14° salário.
- Adicional de risco de vida de 30% para agências, postos e tesouraria.

Fonte: Contraf-CUT

NO BANPARÁ, A NEGOCIAÇÃO AINDA ESTÁ LENTA. O PRINCIPAL AINDA NÃO FOI ACEITO PELO BANCO.

No Banpará não é possível fechar menos que o REAJUSTE DE 11%, já que nossos salários estão muito achatados. Nas mesas de negociação ainda não estão definidas questões fundamentais como:

- REEMBOLSO DOS 20% DOADOS EM 1998;

- LICENÇA PRÊMIO PARA TODOS JÁ;

- EVOLUÇÃO POR MERECIMENTO NO PCS EM 2011;

- RETORNO DA REGRA BÁSICA DE 15% DA PLR, MAIS O MELHOR ADICIONAL POSSÍVEL;

- COMPENSAÇÃO FINANCEIRA PELA ESPERA NA IMPLANTAÇÃO DO PONTO ELETRÔNICO;

- DEMONSTRAÇÃO IMEDIATA DO PATRIMÔNIO REMANESCENTE COM A EXTINÇÃO DO PLANO CAFBEP/PAS, E DECISÃO DOS ASSOCIADOS AO PLANO SOBRE A DESTINAÇÃO DO SALDO; DISCUSSÃO SOBRE O CUSTEIO DO PLANO DE SAÚDE CONTRATADO COM A UNIMED;

- 1 HORA DE INTERVALO PARA ALMOÇO E DESCANSO;

- ISENÇÃO DE TARIFAS E JUROS ABAIXO DE 1%;

- EFETIVAÇÃO IMEDIATA DOS QUE ESTÃO EM TRAINNE, OU NA FUNÇÃO HÁ 3 MESES OU 6 MESES INTERCALADOS;

- ELEIÇÃO PARA TODOS OS CARGOS DE REPRESENTAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS NO BANPARÁ, COMO REPRESENTANTES NO COMITÊ TRABALHISTA, NO GT PCS, E EM TODOS OS DEMAIS ESPAÇOS DE REPRESENTAÇÃO;


- CAPACITAÇÃO TRIMESTRAL E CURSOS DE FORMAÇÃO PARA TODOS, entre outras.

É preciso negociação firme com o banco. Enquanto a direção do Sindicato fica afirmando que está tudo às mil maravilhas, tentando desmobilizar a categoria para não lutar nesta Campanha Salarial, o que é o PRINCIPAL para nós, fica em segundo plano. Essa é uma tática errada.

Nosso maior problema, hoje, é que temos os mais defasados salários entre os bancários de bancos públicos. Então, SALÁRIO É A PRIORIDADE NA NEGOCIAÇÃO. Não adianta começar a negociar pelo "mais fácil" e depois dar ao banco o argumento de que já abriu em mão em tudo, de que já facilitou a negociação nos ítens anteriores. É preciso priorizar o que é mais importante e depois negociar os demais ítens, quando se quer, realmente, defender os interesses dos trabalhadores.


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