segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

PARA PENSAR SOBRE A ÉTICA E A SOCIEDADE

QUE SOCIEDADE QUEREMOS DEIXAR PARA AS PRÓXIMAS GERAÇÕES?


Estou extremamente preocupada com o comportamento de determinadas pessoas que, investidas, e no exercício do poder público ou privado, e ainda as que estão submetidas a esse poder, têm fortalecido a antiética, compactuando, aberta ou veladamente, com erros que chegam a ser imorais, tal o impacto negativo para o grupo social.


Essas pessoas compreendem o poder como um fim em si mesmo, sem considerar que os atos, dele emanado, refletem para toda sociedade, e que esses atos passam a ser observados e até, em alguns casos, copiados pelos que estão abarcados por esses “ensinamentos”.


Pessoas retas e sérias, pais e mães de família, envolvidos nesse contexto, chegam a perder a noção dos bons costumes e da ética, algumas vezes tornando-se inescrupulosas e levianas, ou então se omitem quando, em vários momentos, perpetuam o poder de mando do “dono” seja nos negócios ou na política.


Lembro que a minha mãe me ensinou a obedecer e respeitar os 10 mandamentos da Lei de Deus, pois o nosso pai do céu assim determinava que não fizéssemos mal ao nosso próximo, não mentíssemos, não roubássemos, não matássemos etc. Da mesma forma, aprendemos que a humanidade elegeu regras objetivas de comportamento para se relacionar no seio social, aprovando ou reprovando certas condutas quando prejudiciais ao grupo.


Entretanto e infelizmente, o que se vê na prática é a preponderância da cultura do “se dar bem”, da esperteza, do ficar ao lado do poder para conseguir algo em benefício próprio etc. Os que mandam se aproveitam da situação para realizar os seus mais variados desejos pessoais, utilizando as pessoas que estão à mercê desse poder para conseguirem os seus objetivos.


Incansavelmente tenho me perguntado se é esse modelo de vida em sociedade que quero deixar para os meus filhos, netos, bisnetos etc. A resposta é não. A pergunta seguinte é: de que forma posso influir para retomar o tempo no qual era vergonhoso e feio mentir, enganar, desrespeitar os mais velhos, se apropriar da coisa alheia, e outros valores mais que orientavam os nossos comportamentos, e que estão sendo substituídos rapidamente por regras de conduta nocivas à vida em comunidade.


Acredito que podemos e devemos atuar para buscar dotar a vida em sociedade com os valores do amor e respeito a Deus e ao próximo, pois devem ser para nós a base de toda e qualquer regra de comportamento social. É imprescindível também que façamos valer a verdade sempre, e que não deixemos que o uso do poder sirva para calar as nossas consciências ou silenciar as nossas vozes.


Reforçar e perpetuar as boas práticas, através da família, da escola, da imprensa e nas comunidades, é outro fator importante, para que ajudemos a construir um mundo melhor. Não podemos esquecer que somos seres humanos, criados por Deus que é onipotente, onisciente e onipresente e que é o Bem e o Amor maior, absoluto. Nossa herança é divina. O poder dos homens é passageiro, fulgaz, momentâneo, mas o Poder de Deus, nosso Pai Criador, é eterno e absoluto e reina sobre tudo e sobre todos, indistintamente. Que cada um avalie suas próprias condutas e coloque-as sob o julgo infalível do Pai, através da própria consciência.


Kátia Furtado*



* Advogada, pós-graduanda em direito trabalhista, funcionária do Banpará e Presidenta da AFBEPA.



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